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HISTÓRIA E ORIGEM DO CATECUMENATO

Tornar-se discípulo de Jesus Cristo por toda a vida é o grande objetivo de iniciar alguém na vida cristã, ou seja, ajudar cada pessoa a tornar-se um permanente aprendiz do único mestre que é Jesus Cristo.

Iniciamos com alguns questionamentos e inquietações

– Por que a preocupação da Igreja já quase  60 anos em pedir a restauração do catecumenato?

-Por que os Bispos do Brasil insistem e nos deixaram documentos, escritos relacionados ao tema da Iniciação à Vida Cristã?

– Por que a Catequese renovada, Diretório de Catequese, Semanas e encontros Nacionais de Catequese, se tudo está bom?

– Estatísticas mostram um declínio do número de católicos.  O que significa isto?  Perdemos católicos ou simplesmente muitos nunca o forma, nunca assumiram de fato?

SERÁ QUE AINDA ESTAMOS NA CRISTANDADE? Isto é, no tempo da cristandade, como católicos, se partia do pressuposto que a sociedade, em sua totalidade, é cristã.

O Brasil é cristão, é católico.

A família, a paróquia, a escola e a sociedade garantem que todos os cidadãos são automaticamente católicos por nascerem neste tipo de sociedade, receberem o Batismo e seguirem as orientações da Igreja… 

Tendo a garantia do batismo, primeiro sacramento da Iniciação Cristã e sacramento fonte da vida cristã, o mais cedo possível;  e da  “vivência automática da fé” de seus fiéis, na família e na sociedade… ) A Igreja acrescenta  a “instrução doutrinal” para os batizadas, tendo em vista prioritariamente o conhecimento intelectivo, em forma de cursinho, para a recepção do dois outros Sacramentos da Iniciação Cristã (Confirmação e Eucaristia, mas que passou a ser Eucaristia e, depois, Confirmação). Neste contexto,  fundamental, o mais importante, é ensinar e aprender a síntese das principais verdades da fé cristã, concentrada no que se denominou de “Catecismo” ou “Compêndio do catecismo” Ou “Livro do Católico” que, por sua vez, substituiu a “Catequese”…

Além do “livrinho catecismo”, predomina o “estilo escolar” como aula de catecismo: professor/a, aluno/a, os conteúdos, como uma disciplina, a ser tratada  de forma acadêmica…

E o momento da oração é apenas algo formal preenchido por fórmulas de oração, preces pré-fabricadas, como em quase tudo o que a Igreja faz.  Aqui a Catequista nem precisa de formação acadêmica alguma em teologia, pedagogia, metodologia. A Igreja confia no voluntariado, na boa vontade das pessoas, na “ciência infusa” e no “milagre da graça”, que age diretamente no coração dos catequizandos por mediação da família, da sociedade de cristandade e da própria Igreja…

O importante é:

a) “sacramentalizar”, pois o Sacramento é que realmente inicia na vida cristã e alimenta a vida do cristão.

b) e é “doutrinar” intelectualmente para saber os `rudimentos´ do ensinamento, ou “sã doutrina” da Igreja.

A Paróquia e a Diocese, em geral, por estarem convencidas de que todos são católicos e vivem bem como católicos mantêm e persistem na “pastoral da manutenção, por que mudar? Sempre foi assim?  Eu já decorei o que devo ensinar…. * Há uma  resistência e até  ignora ou é indiferente a tudo o que possa trazer algo que implique ou manifeste alguma mudança

na “pastoral da rotina”.

Podemos nos perguntar: Que aspectos desta realidade ainda estão presentes em nossa realidade, paróquias, comunidades?   Olhando, para fora da Igreja católica, descobrimos que o mundo mudou e mudou muito: cientifica, social, cultural e religiosamente.  Hoje, a família, a paróquia, a escola e a sociedade já não mais garantem que todos os cidadãos do Brasil sejam automaticamente católicos simplesmente por nascerem em nossa sociedade e receberem o Batismo

Apesar de tudo isto, não podemos ficar somente no negativo, mas  nos perguntar sobre um novo olhar, um tempo de Novas oportunidades, sim, porque isto faz nos questionar sobre  nossas  próprias convicções;  Dar sentido novo à própria fé;  maior abertura ao novo, novos referenciais novos horizontes; Aprender a dar razões à própria fé; Assumir uma fé mais pessoal valorizando as várias dimensões da fé;

Maior ligação entre fé e vida – Palavra e gesto;

Sentir necessidade de uma formação continuada;

Comprometer-se com as buscas e lutas coletivas e não saídas individuais….

Agora podemos começar a nos perguntar:

Então Catecumenato o que é, como entender?

 Catecumenato é uma palavra de origem grega que significa fazer ressoar, fazer soar nos ouvidos, instruir, catequizar. Catecúmeno – que está sendo iniciado na escuta da  Palavra de Deus. Que está no processo da Experiência de fé.

O catecumenato foi uma das iniciativas e instituições da Iniciação á Vida Cristã mais bem-sucedidas.  Iniciada nos primeiros séculos do cristianismo e regatada nas últimas décadas para responder, com as devidas adaptações, aos atuais desafios da transmissão da fé.

O catecumenato é hoje a grande descoberta da igreja, torna-se referência para as mais diversas formas de iniciar a fé. 

Quem assim fazia a descoberta de Cristo, não conseguia ficar calado. O entusiasmo desta descoberta o levava a falar dela a parentes, amigos, a todas as pessoas de sua convivência.  Foi assim que a fé cristã caminhou os três primeiros séculos, de boca em boca, de ouvido em ouvido, num tempo em que não havia imprensa, rádio, tv, nem cristãos podiam pregar sua fé em praça pública.  Esse contato se tornou marca registrada dos que faziam Catecumenato.

Testemunho – Anúncio – Conversão – Fé – Batismo.

Aqui estão os passos que desencadearam o processo de “iniciação à vida cristã na Igreja Antiga”. A catequese (o “ecoar” do primeiro anúncio) era dada por um grupo de ministros, chamados “doutores” nas comunidades paulinas. A vida das comunidades cristãs primitivas firmava-se sobre quatro pilares: o anúncio/a doutrina dos Apóstolos;  a fração do pão (ceia do Senhor/ Eucaristia);  a oração  e a comunhão de almas e corações, que levava à partilha dos bens, ao cuidado dos pobres e dos necessitados:

 “vejam como eles se amam!” (cf. Atos 2, 42-46; 4, 32-35). Anúncio e vida estavam intimamente ligados. Catequese e inserção progressiva na vida da comunidade eram inseparáveis.

Como se desenvolveu o Catecumenato ao longo da Historia e dos sèculos

Seu início foi no séc. II, chegando ao seu ponto culminante no séc. III – V e a partir disto iniciou já sua decadência no séc. VI.

Cristandade: O catecumenato social, iniciou no séc. VII.  Tempo em que a família e sociedade se encarregam de cuidar dos fiéis e a hierarquia cuidava dos sacramentos e das devoções, houve um tempo de grande separação entre: fé e vida – Palavra e rito- e se fortaleceu a sacramentalização, a doutrinação, o  voluntariado e o devocionismo.

Enquanto que o catecumentato verdadeiro era um Caminho antigo e eficiente desenvolvido pelas comunidades cristãs, aprofundado pelos Santos Padres, acolhido e institucionalizado pela autoridade eclesiástica, núcleo do próprio desenvolvimento do ano litúrgico, gerado nesse processo e conduzia a uma vivência mistagógica e era muito levado em conto os processos  e o valor pedagógico.

O catecumenato antigo esteve presente entre os séculos segundo e terceiro foi uma experiência muito rica e uma original instituição pastoral graças à qual a Igreja expressou a sua vocação missionária e exercitou a sua função materna em acolher e formar com seriedade os novos fiéis para assim serem gerados à vida nova em Cristo e na Igreja.

Entre os séculos II e VI dC., a preparação das pessoas ao cristianismo foi aos poucos se organizando. Criando assim, o Itinerário Catecumenal, que chegou a ter três anos de duração.

Historicamente foi a fase áurea da Catequese. Os convertidos, por causa do processo catecumenal, exerceram influência na Igreja e na sociedade. No fim do segundo século as pessoas que desejavam tornarem-se cristãos eram acolhidas na comunidade eclesial entre os aspirantes ao batismo com o nome de catecúmenos.

A preparação ao batismo acontecia em duas etapas:

 1. Os candidatos recebiam o nome de catecúmenos, isto coincidia com o tempo da quaresma onde os inscritos ao batismo chamavam-se competentes ou eleitos no Ocidente e iluminados no Oriente.

As duas categorias de candidatos: catecúmenos e competentes eram preparados ao batismo.

Assim entendemos que o catecumenato antigo no sentido verdadeiro da palavra era o tempo da formação daqueles e daquelas que desejavam tornarem-se cristãos; compreendia a primeira acolhida dos novos membros na comunidade cristã até o limiar do batismo, confirmação e eucaristia.

No Novo Testamento não encontramos escritos, rituais elaborados de preparação para os novos membros que desejassem abraçar a fé cristã. Nem encontramos os termos iniciação cristã, catecumenato. Isto, no entanto não significa a ausência de uma preparação e nem a ausência de critérios de discernimento para os que desejavam abraçar a fé cristã.

 Temos passagens bíblicas apontam exigências antes da celebração do batismo.

Vejamos: Atos 8,26-30. Aqui são narrados os passos necessários no processo de Iniciação

Anúncio – Instrução -profissão de fé e preparação imediata ao batismo.

Passos: Ouve-se a Boa nova, Cria adesão a ela, abre = se á fé-conversão sinal sacramental desta adesão é o Batismo.

Temos outros textos inspiradores que nos ajudam a compreender este processo: Outros textos inspiradores que fazem alusão ao processo de Iniciação Cristã: Romanos 6,1-11;  Efésios 1,13-19 indissociável da inserção na comunidade;  Hb 5,12-6,1-2 – decisão irreversível;1Tes 1,4-10 – renúncia aos ídolos e servir ao Deus vivo.

– O Catecumenato, esta proposta da Iniciação cristã, parte do princípio de que o “Cristão não nasce, cristão se torna” (Tertuliano celebre teólogo  no início do século III). No entanto a origem do catecumenato nos remete à missão de Jesus e sua atividade apostólica.  Por isso, no Novo Testamento estão os sinais, os germes do que será nos séculos seguintes a Iniciação da Instituição da Igreja primitiva.  

Jesus evangelizava e anunciava com palavras e obras que o Reino de Deus está em ação. Anunciava uma Palavra que se cumpria. É uma palavra acompanhada de sinais, ensina, cura, dizia  e fazia.  A catequese de Jesus e dos doze é fundamental no desenvolvimento das primeiras comunidades cristãs e é modelo para a catequese de todos os tempos.  Os discípulos vão por toda a parte anunciando a boa nova, levando a Palavra, o Evangelho. Ide ensinai e batizai.  O grande objetivo era fazer discípulos. O catequista, aparece como aquele que instrui na Palavra e a catequese se realiza através da imersão na vida da comunidade.

O processo Iniciático das primeiras comunidades tem sua fonte no judaísmo especialmente a característica da conversão para o seguimento. No século II ainda não existia o catecumenato como uma instituição estruturada e oficializada era ainda e muito mais uma verdade vivida.

 Aos poucos a igreja começa elaborar um itinerário mais exigente para os que desejam ser cristãos.

 A referência mais antiga que temos deste processo de iniciação do início da Igreja é a Didaqué, o catecismo, a doutrina dos doze. Na Didaqué encontramos as bases mais consistentes, e sólidas da Iniciação à fé. Tendo como doutrina o eixo dos dois caminhos:

Morte e vida – luz e sombra (Didaqué 1, 1-6) . Todos os fiéis, através do jejum e da oração, participavam da Iniciação do catecúmeno. Orígenes e Tertuliano são figuras que muito contribuíram para o processo de institucionalização do catecumenato.  Na dúvida de que o candidato estivesse preparado se prolongava o catecumenato.

Estruturação do Catecumenato

Foi somente a partir do III século que começamos ter alguma estruturação do catecumenato passando por várias experiências, e amadurecendo o processo.  Neste período tem muita importância a tradição Apostólica de Hipólito de Roma contendo as primeiras diretrizes e orientações instituídas pela Igreja a respeito do itinerário catecumenal e que se torna base para a instituição catecumenal.

Esta obra de Hipólito de Roma apresenta este Itinerário em três etapas:

– Admissão – entrada ao catecumenato

– Tempo do catecumenato

– Eleição para o batismo

Após o primeiro anúncio supondo a primeira conversão o candidato é apresentado pelo padrinho, introdutor à comunidade para ser admitido ao catecumenato. Passando por um exame severo sobre: a moral de vida, estado de vida, suas verdadeiras motivações e sinceridade de conversão.  A seu estado familiar, social e profissional. Pois certas profissões  eram contrárias  ao seguimento de Cristo.

Aqui já se fala de um Rito de Admissão do candidato. Neste processo há um significado especial o sinal da Cruz na fronte do candidato que se denominava de ouvinte:  Com isso inicia-se um longo período de formação, catequese, ensino com duração de mais ou menos 3 anos. Também aumentam as exigências de conversão e a mudança de vida .

Como acontecia esta Formação?

A formação do novo membro no caminho catecumenal se fundava sobre uma tríplice experiência: Ouvir a palavra de Deus de uma forma especial com a catequese, Exercícios ascético-penitenciais, Ritos e celebrações. Na realidade estes três aspectos eram interligados em vista do crescimento espiritual dos candidatos no caminho ao batismo. Hipólito, Tertuliano e Orígenes falavam desta tríplice dimensão do processo formativo.

A catequese segundo os Padres tinha como objetivo suscitar no candidato uma reposta de fé e uma transformação na sua vida. Os exercícios penitenciais eram numerosos e também exigidas obras de caridade em vista do processo catecumenal visando à conversão das pessoas. Os exorcismos eram ritos de purificação e com a ajuda do Senhor permitiam a quebra das correntes com o espírito do mal.

Depois de alguns dias tinha a entrega do Símbolo e a sua devolução, feita publicamente como lembra a peregrina de Etéria (século quarto), pelo bispo com a presença dos fiéis, cujo significado como lembra Santo Agostinho é apresentado como regra da fé, síntese de tudo quanto se deve crer para a salvação.

 Percebe-se neste processo a íntima relação entre Catequese, Liturgia e Comunidade; uma integração  entre formação-catequese, moral-conversão e ritual.  Introdução aos símbolos da fé, às orações ressaltando aqui a importância dos ritos no itinerário formativo.

Ritos que Acompanham – Os ritos que acompanham são: a Oração, Imposição das mãos, sinal de exorcismo feito até pelo próprio catequista; A participação na Assembléia dominical com os demais fiéis porém somente até a liturgia da Palavra (Por não estarem aptos ainda, à oração dos batizados).

Quando já eleitos ao batismo e próximos de receberem os sacramentos havia uma preparação mais intensa, sistemática das verdades reveladas – isto acontecia no início da quaresma.  No oriente recebiam o nome de iluminados.  No Ocidente de competentes e em Roma, de  Eleitos. Tudo isto consistia em um momento intenso de oração e penitência, não apenas dos eleitos, mas de toda a comunidade.

Este Processo seguia os seguintes passos:

– Inscrição do Nome

– Entrega do credo, símbolo da fé como sinal de adesão pessoal à fé transmitida pela Igreja.

Símbolo do Pai-Nosso

– uma série de exorcismos (escrutíneos) em busca da conversão apontando para a força transformadora de Deus na luta contra o mal.

– O ponto culminante deste processo catecumenal acontecia na noite da vigília pascal, com a celebração dos sacramentos do Batismo, Confirmação e Eucaristia.

– Na semana seguinte da Páscoa, especialmente nos séculos quarto e quinto, ordinariamente os recém-batizados eram introduzidos à compreensão dos mistérios celebrados na vigília pascal com catequeses mistagógicas que eram dadas habitualmente pelo bispo.

Santo Agostinho nos lembra que, no domingo in albis, os que receberam os sacramentos da iniciação cristã depositavam as suas vestes brancas e abandonados os postos a eles reservados se misturavam à multidão dos fiéis.

Decadência do Catecumenato

Passado o tempo da cristandade, a Igreja não conseguiu acompanhar as mudanças do mundo e continuando como antes, ficou cada vez mais defasada.  …Em muitos lugares e situações: houve e há mais sacramentalização do que verdadeira iniciação à vida cristã. Católicos sacramentalizados, mas não evangelizados. Há dificuldade de aceitar o “Fenômeno histórico da secularização e da descristianização… fica-se num medíocre pragmatismo” (Ratzinger).

Assim começa a Decadência do Catecumentato.  Em pouco tempo a Igreja perdeu uma organização capaz de dar razões da própria esperança. O acento que se dava para a iniciação à vida cristã passa a ser colocado na preparação próxima aos sacramentos.

Sem considerar o processo catecumenal de três anos, foi reduzido apenas ao tempo da quaresma.

Aqui tem início o batismo de crianças onde se tornou uma prática generalizada a partir do século VI. Há desconecção com o Ano Litúrgico e sem envolvimento com a comunidade da Liturgia e catequese, os escrutínios já não são realizados; tudo acontece numa única celebração. Se assume uma pratica individual- familiar. Se trata de um catecumenato onde a..  comunidade cristã e a sociedade assumem o papel de transmitir a fé e a Igreja fica somente com a  instrução doutrinal – catequese. (Ver: pág 54 paróquia e Iniciação Cristã João Reinert).

Com isto foi deixando-se de lado os diferentes ministérios laicais e recebendo relevância o ministério dos presbíteros e bispos.

Restauração do Catecumenato – Após séculos de inverno eclesial a respeito da Iniciação à Vida Cristã é a partir do século XX que se retoma sinais e expectativas de volta à fontes, de restaurar a experiência dos primeiros cristãos. O Aggiornamento, uma renovação  eclesial  promovida pelo Concílio  é que  a Igreja se dá conta do fim da cristandade e faz repensar os caminhos da retomada  da Iniciação à fé cristã. Grande contribuição para isto vem do movimento de renovação litúrgica. Buscando devolver à liturgia sua identidade e ritualidade, fugindo do ritualismo. Esta restauração do catecumenato, solicitada pela Igreja (cf. CD 14, SC 64-68 e AG 14), com a devida inculturação, quer retomar a dimensão mística, celebrativa, da catequese, considerando que um dos aspectos essenciais da educação da fé é levar as pessoas a uma autêntica experiência cristã, na integridade de suas várias dimensões.

O Concílio pede para que sejam revistos todos os rituais dos sacramentos;  Como resposta ao pedido do concílio de restaurar o catecumenato, foi elaborado o RICA (RITUAL DE Iniciação Cristã  de adultos), livro litúrgico teológico e catequético . É um livro completo oferece a estrutura metodológica de o Itinerário de Iniciação à vida cristã e está aberto a adptações, sua inspiração  favorece  não só para com adultos, mas  também crianças …

O catecumenato, processo catequético de iniciação dos primeiros séculos, na sua época, foi  uma verdadeira escola de fé.  Ele oferece  um modelo de catequese que se apresenta num modo especial e significativo de fazer a iniciação cristã.

– Primeiramente para os adultos não cristãos, a catequese traz um sentido de instrução.

 A novidade é ser apresentada por  etapas,  estar relacionada com o ano litúrgico e apoiada nas celebrações da Palavra.

– Um segundo meio é a própria prática da vida cristã.  O catecumenato oferece uma formação compreendida num itinerário espiritual de passagem do velho homem para o novo, que tem sua perfeição em Cristo, uma progressiva mudança de mentalidade e costumes, com suas consequências sociais.

– O terceiro meio de formação na fé é a própria participação litúrgica.

 Devem ser realizadas  celebrações  da Palavra, como também os catecúmenos devem participar da vida litúrgica na comunidade.

Nesse sentido, os catequistas da iniciação cristã são também ministros da oração e ministros da celebração da Palavra de Deus.

Todo o itinerário da iniciação cristã deve ser iluminado pelo princípio da interação fé e vida, garantindo que a opção preferencial de Jesus Cristo  pelos pobres e marginalizados seja sempre atualizada e assumida no testemunho cristão.

Elementos da catequese de Inspiração Catecumenal- (Domingos Ormonde)
 

– Caráter pascal – No catecumenato tudo se orienta para o mistério da paixão  morte e ressurreição de Cristo.  Coloca e orienta cada um em relação com o ressuscitado. Ajuda-o a reler sua vida e sua história como passagens pascais.

– O caráter iniciático – O catecumenato como uma iniciação à fé, levando o catequizando à descoberta do mistério de Cristo e da Igreja.

Procura abranger todas as dimensões da vida cristã para que cada um inicie sua caminhada na comunidade, na vida pessoal como resposta a Deus que o buscou.

– O caráter litúrgico, ritual e simbólico – despertar para a riqueza dos ritos, dos símbolos, das celebrações que tocam os sentidos e os afetos.   A dimensão da corporeidade e afetividade. 

– O caráter comunitário – O catecumenato é um processo que se realiza em uma comunidade concreta. Faz a experiência da comunhão e da sua responsabilidade no anúncio da fé. Integra os diferentes ministérios, serviços e carismas, Grupos e pastorais ordenados e não ordenados.

– O caráter de conversão permanente de testemunho. O catecumenato é um caminho de conversão e de gradual purificação através dos ritos que assinalam uma nova forma de existência e de pensamento.

– O caráter de progressividade da experiência formativa – processo dinâmico estruturado em períodos, gradual, acompanhado pacientemente pela Igreja.

Hoje entendemos que tudo na Igreja precisa se voltar para este processo de Iniciação à Vida Cristã, afirmam nossos bispos, tudo na Igreja precisa voltar a ter as características de um processo de INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ.  Também para os já batizados e que desejam uma opção mais firme por Jesus, pela Igreja e pela Missão como era, aliás, no antigo catecumenato.

Há necessidade, portanto, de oferecer oportunidades: para os batizados completarem a iniciação cristã ou ontológica (os 03 Sacramentos da Iniciação) por meio da iniciação processual

à vida cristã.  Este processo educativo envolve evangelização (kerigma), catequese, liturgia, engajamento na Igreja e na construção do Reino de Deus. 

A inspiração catecumenal carrega como característica distinta de outras metodologias (cristandade, catecismos, doutrinação), o valor da espiritualidade primitiva da Igreja: ser a comunidade dos filhos e filhas de Deus.

“Partindo de Jerusalém, os apóstolos criaram comunidades nas quais a essência de cada cristão se define como filiação divina” (CNBB, Comunidade de comunidades, 78).

Aqui está a conversão pastoral que se busca, deseja e que será  percebida na medida em que as práticas das comunidades cristãs mudarem o foco de conduzir apenas para o sacramento e investirem em verdadeiros lugares de anúncio e celebração do mistério e do amor de Jesus Cristo.

 Nas comunidades primitivas, “a iniciação cristã cuidava de instruir os catecúmenos tanto na adesão à pessoa de Jesus Cristo quanto na vida comunitária e no novo jeito de agir na sociedade e na família” (CNBB, Comunidade de comunidades, 89)

Em síntese: O catecumenato antigo compreendia um processo de acolhida, acompanhamento, formação e experiência sacramental na qual a pessoa se convertia e tornava-se cristã.  O objetivo do catecumenato era levar o futuro membro pelo batismo à participação do mistério da morte e ressurreição de Cristo, receber pela confirmação, a plenitude dos dons do Espírito Santo, e pela Eucaristia,  unido ao Corpo e Sangue de Cristo.

Todo o processo terminava com as catequeses mistagógicas dadas à semana seguinte da Páscoa, isto é na oitava pascal.

É importante o conhecimento deste itinerário formativo para que hoje as pessoas sejam discípulos, discípulas, missionários e missionárias de Jesus Cristo, sejam atuantes na vida da Igreja, na sociedade e um dia pela graça de Deus, participantes de seu Reino.

Todo o processo terminava com as catequeses mistagógicas dadas à semana seguinte da Páscoa, isto é na oitava pascal.  É importante o conhecimento deste itinerário formativo para que hoje as pessoas sejam discípulos, discípulas, missionários e missionárias de Jesus Cristo, sejam atuantes na vida da Igreja, na sociedade e um dia pela graça de Deus, participantes de seu Reino.

Ressonâncias e trabalho em grupos

– Destacar pontos, elementos, aspectos que chamaram sua atenção.

– Conseguimos ver luzes para o nosso caminho de Iniciação à vida Cristã em nossa Arquidiocese?

– Acreditamos que este é o caminho para formarmos  cristãos, seguidores de Jesus

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