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“Não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados” (Mt 1, 20-21).

 

Nossa vida é marcada por muitas situações que não compreendemos. Em algumas circunstâncias, nunca daremos por satisfeitas as explicações. Sendo experiências muito difíceis, tais como: perda, humilhação, doença, acidente, discriminação, etc. Estas realidades criam cicatrizes visíveis na nossa história.

 

São José, um homem que viveu e praticou em profundidade a fé no Deus da vida, homem do SILÊNCIO, ou seja, da oração silenciosa, não se entregou ao desânimo e, por isso, sempre teve na sua vida a seiva da vida para se reconciliar com sua história, ser sempre uma pessoa resolvida. Viveu, apesar dos grandes desafios, a alegria (não euforia), com Maria e Jesus, o seu filho putativo.

 

Olhando para a história de São José, vemos claramente que sua vida espiritual é um alicerce para o cotidiano; é um convite a nós cristãos a vivermos uma vida espiritual profunda, sempre marcada pela oração silenciosa, este é o verdadeiro caminho que todos os cristãos podem trilhar, no qual todas as “dificuldades” podem ser acolhidas e vencidas.

 

José sempre soube se reconciliar com sua história, porque estava sempre pronto a entregar sua vida à vontade de Deus. Assim falou o Papa Francisco: “A vontade de Deus, a sua história e o seu projeto passam também através da angústia de José. Assim, ele ensina-nos que ter fé em Deus inclui também acreditar que Ele pode intervir inclusive através dos nossos medos, das nossas fragilidades, da nossa fraqueza. E ensina-nos que, no meio das tempestades da vida, não devemos ter medo de deixar a Deus o timão da nossa barca. Por vezes queremos controlar tudo, mas o olhar d’Ele vê sempre mais longe” (Patris Corde, 2).

 

Neste ano de São José, eu e você somos convidados a olhar com mais atenção para esta figura bíblica, olhar para o nosso passado e aprender dele e com ele a nos reconciliarmos com nossa história de vida. Com esta pandemia da COVID-19 aprendemos o quanto somos frágeis e que num piscar de olhos podemos perder pessoas muito queridas nossas. Por isso ficaremos os dias que nos faltam lamentando, odiando, não perdoando? Sempre infelizes? Busquemos, então, a prática da reconciliação com nossa história vida.

 

Diante de São José e do seu filho putativo, somos chamados a observar nossas cicatrizes. Elas têm dois significados. Primeiro, sinais de derrota, humilhação, marcas de um momento terrível, de dor que nos leva a olhar para sempre nestes terríveis sinais. Segundo, me lembro de Jesus (Jo 20,20). As cicatrizes nas mãos e no lado não eram de derrota, mas de que superou, de que venceu, mesmo que foi terrível e sabemos que foi, mas Ele venceu. Muito aprendeu de seu pai José.

 

Aproveite o ano de São José e reconcilie-se com sua história.

 

Pe. Joel Ribeiro Medeiros
Pároco da Paróquia São José da cidade de Rolândia

 

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