Estudo é focado na poética das escrituras e resgata a sonoridade dos textos sagrados
Mestre em Teologia e estudioso da gramática do Antigo Testamento, o frei capuchinho Rogério Goldoni, professor do curso de Teologia da Pontifícia Universidade Católica (PUCPR) Campus Londrina, embarca para a Terra Santa em 2020 para cursar doutorado no Studium Biblicum Franciscanum (Instituto Bíblico Franciscano de Jerusalém).
Com a oportunidade de realizar a imersão na língua e cultura hebraica, frei Rogério dá continuidade ao trabalho desenvolvido na sua dissertação de mestrado, intitulada “A Soberania Universal de Adonai” (2017), em que estudou a poética hebraica do Salmo 96.
“Eu estudo a sonoridade, a composição e gramática dos textos, por isso a escolha por um instituto fora do circuito tradicional de Roma é interessante. O estudo da poética hebraica de textos bíblicos do Antigo Testamento acontece em um local em que, além de ser a Terra Santa, a língua está presente”, afirma o frei.
Nos próximos dois anos, ele irá estudar os idiomas requeridos e dedicar-se ao aprofundamento da gramática grega e hebraica, além do aramaico. A ideia é trabalhar “o efeito narrativo de formas verbais bastante específicas em quatro salmos: do 96 ao 99”, explica o frei. A previsão de conclusão da tese de doutorado é entre 2024 e 2025.
“O livro do saltério é dividido em cinco pequenos livros. Do salmo 90 até o salmo 106 é o quarto livro. Dentro desses salmos ocorre uma expressão super importante traduzida por “Senhor Reina”, “Adonai”. Quero trabalhar as formas verbais dentro desses salmos, nos quais ocorre essa expressão, porque entendo que toda poesia é super bem formatada, constituída, então todos os elementos são muito bem escolhidos. Eu pretendo compreender o que o salmista quer propor quando escolheu essas formas específicas”, explica.
Mestrado
No mestrado, frei Rogério se debruçou sobre o salmo 96, aplicando o método histórico-crítico. “Escolhi o salmo 96 meio ao acaso, mas foi uma ótima escolha. Foi fantástico porque o salmo é poesia, então a poesia trabalha com vários elementos não só as palavras, mas os sons, rimas, assonâncias. Enfim, com várias figuras poéticas próprias da poesia, e especificamente próprias da poesia hebraica. É fascinante”, conclui.
Pascom Arquidiocesana e Assessoria de Imprensa – PUCPR Londrina
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