Dinheiro da contribuição mensal com o dízimo e oferta é partilhado com as paróquias e capelas mais necessitadas
Criado em 2002, o Fundo Arquidiocesano da Partilha (FAP) conta com 100% de adesão das paróquias da Arquidiocese de Londrina. Desde a menor comunidade, até a maior, colaboram com essa dimensão missionária e social. Com a contribuição de agosto deste ano foram atendidas cerca de 30 paróquias.
A contribuição, administrada por profissionais da Mitra, é destinada mensalmente para projetos e ajuda a comunidades, padres e irmãs. Existe comunidade que contribui com R$ 35 por mês e outras, com melhores condições, que participam até com R$ 10 mil. Um levantamento, feito pela comissão responsável pelo FAP, calcula que a média de arrecadação é de 167 mil reais e o valor partilhado de 2002 a 2019 chega a quase R$ 12 milhões.
A coordenadora da comissão do FAP, Marilda Carvalho Dias, explica que o fundo se destina aos auxílios fixos e eventuais. Os auxílios fixos, segundo ela, correspondem a cerca de 25 % da arrecadação mensal. São para as despesas dos párocos, diáconos permanentes, religiosas, que atuam em comunidades da periferia de Londrina.
Os auxílios eventuais são para as reformas e construções, projetos que são entregues mensalmente à comissão. São necessidades temporárias de construções e reformas de igrejas, centros comunitários e salas de catequese. O FAP também já atendeu necessidades emergenciais como a casa do Bom Samaritano, várias paróquias das dioceses- irmãs de Oeiras -Floriano, no Piauí; e Macapá, no Amapá.
Em 2018, o Fundo ajudou a construir o centro catequético da Selva. Foram cedidos R$ 100 mil distribuídos em dez parcelas. A comunidade é muito antiga e nunca teve espaço para os encontros da catequese. Com a colaboração do FAP foi possível fazer quatro salas, dois banheiros e uma área para acolhida.
Na Paróquia Nossa Senhora Aparecida do Km 9 (Decanato Sul), duas comunidades já receberam dinheiro do Fundo. Na comunidade São Sebastião foram construídas as salas da catequese e no distrito de Maravilha, o FAP investiu R$ 60 mil na reforma do telhado da capela Nossa Senhora de Fátima.
Em Laranjal do Jari, no Amapá, a contribuição ajudou a construir uma sala de pastoral na Paróquia Santo Antônio do Jari. Ela atenderá, ainda, a Paróquia de Vitória do Jari. Ao todo, 40 comunidades na região que utilizarão a sala.
Comissão analisa os projetos beneficiados
A comissão do FAP se reúne mensalmente para analisar projetos e solicitações de contribuição do fundo. Faz se uma planilha da arrecadação mensal, divide-se para as contribuições fixas, avaliando as paróquias com o valor mensal do dízimo e ofertas inferior a 30 salários mínimos.
Posteriormente, faz se a divisão para as contribuições eventuais, conforme a solicitação dos interessados. Segundo Marilda, para a divisão, leva-se em consideração as comunidades cujo valor de ofertas e dízimo não ultrapassem 49 salários mínimos, tendo prioridade as que possuem o maior número de capelas. “Uma vez dentro dos critérios, o atendimento aos pedidos de auxílio será feito por ordem de chegada das solicitações e da disponibilidade de caixa”, enfatiza Marilda.
Além da análise do ponto de vista financeiro, os pedidos devem conter uma carta de solicitação com justificativa e valor pedido, além de anexar três orçamentos e cópia do projeto arquitetônico em caso de reforma ou construção. Para os pedidos de construção, o projeto, antes de ser encaminhado à comissão do FAP, precisa passar por análise da comissão de Arquitetura e Arte Sacra.
Na análise dos pedidos, a comissão leva em conta as seguintes prioridades: construção de prédios para capelas ou sedes de paróquias em áreas pobres onde não haja um prédio da arquidiocese para realização de celebrações; reformas de capelas, reparo na estrutura, pinturas e manutenção; construção de salas para pastorais, principalmente salas de catequese; e compra de terrenos para capelas e salas para as pastorais.
FAP estipula percentual de contribuição
O Fundo Arquidiocesano da Partilha foi criado no início de 2002 a partir do Plano de Ação Evangelizadora da arquidiocese. O Objetivo era colocar em prática ações efetivas diante de vários desafios apresentados durante a assembleia arquidiocesana.
Na época, foi formada uma comissão para discutir a prática do FAP. Participaram do projeto inicial, cinco leigos assessorados pelo padre Sebastião Benedito de Souza e tendo como orientador o frei Adelino Frigo, então secretário de Pastoral da Arquidiocese. A implantação do FAP também contou com o apoio do padre Romão Antonio Martins, ecônomo na época.
A comissão recebeu o apoio de dom Albano Cavallin, arcebispo de Londrina na época, e começou a organizar e estudar planilhas de todas as capelas e paróquias da arquidiocese. Como as contribuições com o dízimo e ofertas eram muito diferentes, na época entre de R$ 500 a R$ 35 mil por mês, foi estipulada uma contribuição para o FAP de três, cinco ou sete por cento do valor das ofertas e dízimo de cada comunidade.
A primeira arrecadação ocorreu em maio de 2002, das 67 paróquias na época, 28 participaram no primeiro mês, 12 estavam isentas porque já colaboravam com o projeto Igreja Irmãs, bancando comunidades mais pobres da arquidiocese. O valor da primeira arrecadação foi de pouco mais de R$ 7.500.
Segundo Marilda Carvalho Dias, coordenadora da comissão, aos poucos a arrecadação das paróquias foi melhorando e o projeto foi se mostrando realmente necessário e ganhando a confiança dos párocos de toda a Igreja de Londrina.
Flora Neves – Pascom Paroquial
Matéria publicada na edição de outubro do Jornal da Comunidade da Arquidiocese de Londrina