A Arquidiocese de Londrina tem consciência de que dentro da Igreja como um todo e fora dela, há tensões e ideias diferentes, que, no entanto, sempre gravitam em torno do essencial: o amor fraterno. Por isso como instituição religiosa, queremos afirmar, que a Igreja apoia a inserção de seus fiéis e de todos os cidadãos de boa vontade na participação política, independentemente de partidos, em vista de uma convivência pacífica, fraterna e solidária. A pluralidade na busca do bem comum, como ensinou o Papa Emérito Bento XVI, é saudável e salutar: “Os cristãos não procuram a hegemonia política ou cultural, mas onde quer que se empenhem, são movidos pela certeza que Cristo é a pedra angular de todas as construções humanas” (Bento XVI, 21 de maio de 2010). As ações da Arquidiocese têm fundamento no próprio Catecismo da Igreja Católica: “A Igreja emite um juízo moral, em matéria econômica e social, quando exigem os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas. A Igreja se preocupa com aspectos temporais do bem comum em razão de sua ordenação ao Sumo Bem, nosso fim último. Procura inspirar as atitudes justas na relação com os bens terrenos e nas relações socioeconômicas” (Catecismo da Igreja Católica, nº 2420).
Fundamentada no próprio ensinamento da Igreja, a Arquidiocese lamenta que alguns de seus posicionamentos evangélicos, que se traduzem no cumprimento de sua missão pastoral, que é cuidar dos mais fracos, sejam confundidos por algumas pessoas com projetos de partidos políticos. É comum que pessoas de diversos partidos e grupos políticos estejam engajadas em pastorais e movimentos dentro da instituição católica e sejam acolhidas pelos pastores responsáveis pela administração da Igreja. Contudo, o testemunho evangélico de muitos padres, religiosos (as) e leigos (as), mostra que a Arquidiocese de Londrina é uma instituição aberta ao diálogo com pessoas e grupos da sociedade londrinense e região, sem nenhuma exclusividade partidária.
Portanto, a Arquidiocese de Londrina vem reforçar para a sociedade civil, o seu comprometimento com a política no sentido amplo do termo, que tem a ver com a paz, a justiça e defesa da vida, independente de classe cultural, social e econômica e religiosa. Conclui, reafirmando com os Bispos do Brasil, por ocasião da 56ª Assembleia Geral: “A Igreja reivindica sempre a liberdade, a que tem direito, para pronunciar o seu juízo moral acerca das realidades sociais […] Isso nos compromete profeticamente. Não podemos nos calar quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada. Se, por este motivo, formos perseguidos, nos configuraremos a Jesus Cristo, vivendo a bem-aventurança da perseguição (Mt 5,11)”.
Arquidiocese de Londrina