Material produzido pelo Regional Sul 2 da CNBB traz subsídios para o entendimento de questões éticas e políticas do Brasil
A Arquidiocese de Londrina lançou nesta quarta-feira (1) a “Cartilha de Orientação Política: Os cristãos e as eleições 2018”. Produzido pelo Regional Sul 2 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), é a primeira vez que o material é distribuído em nível nacional. O objetivo da cartilha é levar aos eleitores e candidatos subsídios para o entendimento das questões éticas, políticas e históricas do País.
Serão distribuídas em torno de 15 mil cartilhas na arquidiocese e mais de 500 mil no Brasil. “Percebemos (analisando o conteúdo da cartilha) que a preocupação é entender as questões que ameaçam a democracia do nosso tempo e a crise ética. Continuamos acreditando no Brasil, mas precisamos eliminar vícios históricos e ideologias, que não condizem com a vocação para a paz, vida e misericórdia”, afirmou dom Geremias Steinmetz, arcebispo de Londrina.
O arcebispo ressaltou que o atual momento político exige uma palavra de orientação. “Infelizmente, muitas pessoas não têm orientação a respeito da eleição. É preciso fazer uma orientação histórica para que a eleição seja limpa e produza pessoas que venham contribuir com a nação”, disse.
A cartilha é dividida em quatro partes. A primeira trata sobre a crise política, o descrédito com os políticos e o acirramento da polarização. A segunda fala da Igreja e as eleições, lembrando das contribuições da Igreja católica na aprovação de leis importantes como a Lei contra a Corrupção Eleitoral e da Ficha Limpa, e pede uma maior participação dos católicos na política.
A terceira parte traz informações sobre o processo eleitoral em si, explicando sobre os cargos em disputa, coeficiente eleitoral, voto em legenda e financiamento de campanha. A última parte é sobre a responsabilidade de cada eleitoral e como denunciar compra de votos. Um dos maiores desafios desta eleição será o combate às Fake News. O assunto também foi contemplado na cartilha.
Dom Geremias recordou as ações que a CNBB já realizou no sentido de contribuir para o fortalecimento da democracia. “A CNBB teve forte participação em leis como da ficha limpa. Ela só aconteceu porque os católicos tiveram participação na coleta de assinaturas. Estamos continuando (com a cartilha), mas só isso não é suficiente para o povo ter conscientização em vista das eleições.”
As informações da cartilha, afirmou o arcebispo, são destinadas para qualquer cidadão, não apenas aos católicos. “Claro que sonhamos que todos os católicos leiam e consigam votar dando passos sérios na democracia, na eliminação de políticos que não conseguem mais dar conta da situação política no momento. Precisamos de gente que se coloque contra a corrupção e mais a serviço do povo do que a grupos e corporações políticos e ideológicos”, disse.
O assessor da Pastoral de Fé e Política, padre Antônio Carlos da Silva, afirmou que as paróquias precisam assumir o compromisso de compartilhar a cartilha. “O conteúdo aponta um caminho para o discernimento, principalmente quando vemos a polarização entre direita e esquerda, quando fica de fora a vida e o compromisso de um Brasil mais inclusivo”, argumentou. Segundo ele, as paróquias têm o dever moral de distribuir o material e fomentar o debate saudável junto aos leigos da comunidade.
Aline Machado Parodi
PASCOM Arquidiocesana
Fotos Tiago Queiroz