#Compartilhe

[dropcap]E[/dropcap]stou nestes dias relendo, mais uma vez, o XVI Plano de Ação Evangelizadora (2014-2017) da Arquidiocese de Londrina. Me chamou atenção que entre as “sombras eclesiais” (pág 19) está escrito assim: “é crônica a falta de vocações na arquidiocese” e, em seguida: “É ainda frágil a união entre os presbíteros, os diáconos e os religiosos”. Nas “luzes eclesiais” diz (pág. 17): Londrina é o berço de uma congregação religiosa, as Irmãs Missionárias Claretianas, fundada pelo primeiro arcebispo Dom Geraldo Fernandes e madre Leônia Milito, no ano de 1958”. Mais adiante diz: “O Presbitério de Londrina é enriquecido pela presença e ação dos padres diocesanos, pela grande presença de religiosos e de missionários, vindos de diversos países. Os diáconos permanentes muito colaboram em nossa Igreja, com seu testemunho e ação evangelizadora”. O tema das Vocações é um destaque da quarta Urgência Pastoral (pág. 36). Ali aparecem várias sugestões interessantes para impulsionar as vocações sacerdotais e religiosas: Fortalecer a Pastoral Vocacional e o Serviço de Animação Vocacional nas paróquias; ter um padre referencial em cada decanato para a animação vocacional; valorizar o Dia Mundial de Oração pelas Vocações no quarto domingo da Páscoa; promover encontros e retiros de opção de vida nas paróquias e nos decanatos para adolescentes e jovens, etc. Percebe-se que o trabalho vocacional é manifesto nas preocupações da arquidiocese e, até mesmo, procura-se apontar caminhos e soluções para que possamos ter sempre mais vocações sacerdotais e religiosas.

Diante de tudo isso podemos perguntar: será que Deus parou de chamar ou a nossa maneira de chamar que não desperta a atenção suficientemente? Rezemos com fé e autenticidade de coração e muitas vocações sacerdotais e religiosas não tardarão a bater nas portas dos nossos seminários.

O mesmo problema que nós enfrentamos é enfrentado por muitas outras dioceses do Brasil. Há dioceses que até alguns anos atrás eram verdadeiros celeiros de vocações, hoje não conseguem mais repor o clero diocesano que envelhece ou morre. Vê-se também muitas vocações para as chamadas Novas Comunidades, quando faltam vocações para os presbitérios locais e também para as congregações missionárias, masculinas ou femininas. É com esta preocupação que nasceu a Ação Evangelizadora Cada Comunidade uma nova Vocação. Ela se desenvolveu a partir de uma experiência na Diocese de Ponta Grossa (PR), que obteve e ainda obtêm êxito no campo vocacional e, especialmente, de ordenações sacerdotais. A Ação Evangelizadora é simples e enxuta: que em cada encontro eclesial de pastorais, movimentos, comunidades, religiosos, presbíteros, diáconos, grupos, etc., reze-se uma oração vocacional conhecida do grupo ou, na ausência desta, reze-se uma dezena do terço pedindo por vocações sacerdotais e religiosas. É o próprio Jesus que nos manda rezar pedindo trabalhadores para a messe (Mt 9, 38). Além disso, o convite é para gravarmos pequenos vídeos, com testemunhos de vida, chamados vocacionais, apelos de Deus na vida das pessoas. O desafio é falar positivamente da alegria de responder ao chamado de Deus no serviço à vida da comunidade e da Igreja e no serviço ao Reino de Deus.

A minha história pessoal é recheada pela presença de religiosos e religiosas. Há vários deles entre a minha família próxima ou mais distante. Todos vinham visitar-nos e falavam com alegria dos trabalhos, conquistas, dificuldades e até desencontros nos seus respectivos trabalhos. Além disso, a oração na minha comunidade de origem que sempre, aos domingos, reza pelas vocações e acompanha com satisfação aqueles que de lá saíram para dar uma resposta mais concreta ao chamado de Deus. Diante de tudo isso podemos perguntar: será que Deus parou de chamar ou a nossa maneira de chamar é que não desperta a atenção suficientemente? Rezemos com fé e autenticidade de coração e muitas vocações sacerdotais e religiosas não tardarão a bater nas portas dos nossos seminários.

A minha história pessoal é recheada pela presença de religiosos e religiosas. Há vários deles entre a minha família próxima ou mais distante. Todos vinham visitar-nos e falavam com alegria dos trabalhos, conquistas, dificuldades e até desencontros nos seus respectivos trabalhos.

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.