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[dropcap]S[/dropcap]empre é bom recordar que a Pastoral da Criança nasceu na Arquidiocese de Londrina pelas ideias e mãos abençoadas de D. Paulo Evaristo Arns, cardeal Arcebispo de São Paulo,  Dona Zilda Arns, Pediatra Sanitarista,  e Dom Geraldo Majella Agnelo, então Arcebispo de Londrina. Era o ano de 1982. O convencimento destas autoridades se deu pelo fato de a Pastoral da Criança se propor a “salvar a vida de muitas crianças, que morriam de doenças de fácil prevenção, como a desidratação causada pela diarréia”.  O modelo de trabalho foi testado em Londrina.

Em uma entrevista de 2001, a própria dona Zilda explicou os primeiros passos: “Verifiquei na Secretaria de Saúde do Paraná que Florestópolis, município a 100 quilômetros de Londrina, tinha os maiores índices de mortalidade infantil no Estado: 127 óbitos por mil nascidos vivos. A cidade tinha cerca de 15 mil habitantes, a maioria das famílias era de bóias-fria, que ora trabalhavam nos canaviais, ora nas colheitas de café ou de algodão e ora não tinham serviço” (Revista ACIM, nº 403, abril de 2001). Os primeiros líderes foram treinados nas áreas da saúde da gestante, aleitamento materno, vigilância nutricional, reidratação oral e vacinação. Com base neste trabalho e com a ajuda de técnicos, foram formados e treinados cerca de 76 líderes comunitários. Foi neste caldo cultural e vivencial que nasceu esta bela experiência que já salvou milhares de vidas e se espalhou pelo Brasil, América Latina e outros continentes.

No dia 02 de setembro, pp, aconteceu a festa de 35 anos de fundação da Pastoral da Criança, em Florestópolis, terra onde nasceu. Havia várias autoridades presentes, dentre as quais a Coordenadora Nacional Irmã Veneranda, a Coordenadora Estadual dona Maria Paula, prefeitos, vereadores, padres, etc. Nas palavras que cada um foi dizendo às cerca de 400 pessoas presentes, pode se perceber os desafios que a Pastoral da Criança enfrenta hoje para poder continuar a cumprir o seu trabalho. Falou-se sobre o cuidado dos primeiros MIL dias de vida da criança; a avaliação nutricional das crianças. Antes o único parâmetro que se tinha era o peso da criança, agora, através do ESTADIÔMETRO mede-se a altura da criança e com isso passa-se informações mais seguras às mães e dentro dos padrões aprovados pela medicina. Ainda foi levada em conta a visita domiciliar, o dia da celebração da vida. Também falou-se sobre a importância e a espiritualidade do voluntariado. O que mais impressiona é a valorização do “ser mãe”, mostrando a beleza e a doçura da gravidez onde a mulher se prepara para receber uma nova vida. Com ações e atitudes que refletem o mais puro amor pela vida nascente, a Pastoral da Criança continua salvando crianças e gestantes.

A Coordenadora Diocesana me passou alguns números que repito aqui: São 3729 as crianças acompanhadas pelas líderes na Arquidiocese; 49 paróquias possuem a Pastoral da Criança entre os seus trabalhos; 14 são os municípios que possuem e ajudam a Pastoral da Criança; são 459 as líderes que atuam diretamente na base com as crianças e famílias; são 325 as pessoas que ajudam a Pastoral como apoio; 784 é o total de voluntários na Arquidiocese; mensalmente são acompanhadas 3262 famílias, em média e, por fim, em torno de 140 gestantes estão sendo acompanhadas. Parabéns  a todas as pessoas, coordenadoras, líderes e voluntários envolvidos neste grande mutirão de defesa da vida das crianças.

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina

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