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Evento em julho dialoga com o andamento das Santas Missões Populares. Em entrevista ao JC, padre Dirceu Fumagali fala sobre as duas atividades da Arquidiocese

Padre Dirceu Fumagalli chegou a Londrina em 1986, antes ainda de ser ordenado. Veio para a Paróquia do Jardim Novo Bandeirantes (Decanato Oeste), onde, a partir da experiência na Pastoral Operária e Universitária e com a comunidade local, que já tinha uma estrutura organizativa, pôde se colocar à frente da Comissão Pastoral da Terra. A experiência de romarias e mobilizações, além da participação como delegado e depois como responsável pela liturgia em cinco Intereclesiais, pesaram para que ele fosse escolhido pelo padre Marcos José como coordenador do secretariado do 14º Intereclesial  e ficasse responsável por constituir as diversas equipes de trabalho. 

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Padre Dirceu Fumagalli, coordenador do Secretariado do 14º Intereclesial.

O desenvolvimento das Santa Missões Populares, proposto pelo então arcebispo de Londrina, dom Orlando Brandes, e a proposta do  do 14º Intereclesial estão entrelaçados. Padre Dirceu  comenta essa ligação.

Jornal da Comunidade O Intereclesial e o Catorzinho fazem parte das Missões Populares?

Eles dialogam, por isso que o Catorzinho é parte do processo. Estava agendado há três anos quando fizemos o planejamento do Intereclesial. A ideia é que nós estaríamos encerrando as Santas Missões Populares fazendo com que a diocese estivesse preparada para acolher. Só que o processo das Santas Missões Populares redimensionou o tempo. Nós esticamos o tempo, o processo foi ampliado, prorrogado e as missões populares vão até a metade do ano que vem. Então, aquilo que era para ser o momento da chegada de uma caminhada no Catorzinho será o momento de encontro dos processos, um momento de nos revitalizarmos para isto. Hoje, o Catorzinho acaba cumprindo outra estratégia. Ele pode, se nós nos empenharmos, revigorar os três processos:  das Santas Missões Populares que, com a saída do bispo deu uma esfriada;  o processo vigente do cotidiano na diocese com a chegada do novo bispo; e o processo do evento de fato. O  Catorzinho é o momento de medirmos nossa temperatura e termos a possibilidade de nos redimensionarmos nos três processos. O que vai acontecer na metade de 2018 vai depender de como a diocese vai compreender na sua estrutura organizativa e pastoral como estes dois processos, Santas Missões e Intereclesial, impactam  no seu cotidiano.

Jornal da Comunidade – Qual a relevância do Catorzinho para a arquidiocese?

Padre Dirceu – Vamos ter a oportunidade de fazer um encontro de dois dias com mil pessoas. Colocar 700 pessoas da nossa diocese num momento de formação dentro de um tema desafiador, que é como ser e os desafios que nós temos de ser Igreja neste mundo urbano. O Catorzinho é um momento importante que cumpre três objetivos. O primeiro é a formação sobre o tema e subtema do encontro, então teremos um dia e meio praticamente de formação propriamente dita. Depois um momento para testarmos nossa metodologia para o 14º. As plenárias, o tempo que estamos designando para cada reflexão, os deslocamentos entre as praças e os espaços celebrativos da noite. Vamos testar esta metodologia e depois as equipes, da liturgia, alimentação, infraestrutura, transporte, pessoal da relatoria. Ele cumpre este tripé: formação, checar a metodologia e fazer um exercício com as equipes. Quem participar vai apontar em que temos que ajustar, de fato, em cada um destes momentos ou destas dimensões.

Jornal da Comunidade – Qual a expectativa para o Catorzinho?

Padre Dirceu – É fazer um esforço, uma força tarefa para dar uma aquecida porque os três processos estão um pouco fragilizados, pode ser que não cheguemos a mil pessoas. Agora, o que vamos observar é que os que estão vindo para este encontro é um grupo bastante heterogêneo. Vamos ter todas as paróquias da diocese, periferia, rural, participação de outras dioceses. Para as missões populares não é só este momento de formação porque muitos que virão já estão dentro do processo das Santas Missões Populares, mas um momento celebrativo importante será a celebração da missa na noite do dia 15, no aterro do Lago Igapó. Aí sim, queremos que esta celebração seja aquilo que estava previsto para o encerramento das missões populares. Uma grande celebração de motivação e que a maioria das comunidades possa participar, por assim dizer, da espiritualidade que vamos celebrar, é uma celebração de acolhida de missão. É claro que aqui compreendendo a construção da missão como as comunidades intereclesiais de base, mas acho que esta celebração será o momento de encontro da “massa das santas missões populares”. Será o momento de uma dinamizada dentro do espaço do Catorzinho, onde estaremos com o efetivo de mil pessoas, mas no momento de celebrar queremos chegar no efetivo de 4 mil pessoas. Este efetivo é o vinculado propriamente às santas missões. Então teremos o momento de encontro dos dois processos.

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Trem das CEBs no 3º Retiro Arquidiocesano das SMP (Foto Vilma Otto).

Jornal da Comunidade – Qual será o papel dos missionários no Catorzinho?

Padre Dirceu – Duas formas: boa parte de quem está organizando, por exemplo, a hospedagem nas comunidades é o pessoal bem ligado às missões populares. Neste momento de formação da agenda dos dias 15 e 16, muitos que estão na organização, virão e terão um momento de formação mesmo. Também faremos um momento de formação para as missões populares ali, na medida que estamos potencializando, dialogando com estas pessoas que vão acolher os delegados ou que estão organizando a hospedagem. Tem o momento de entendimento da importância do que é o acolher. E tem o momento que chamamos de contágio de energia, que é este momento de somarmos para a gente perceber que na diocese de Londrina estamos com dois processos e que se potencializarmos e conseguirmos dar uma estruturada e não nos desgastarmos tanto, mas somarmos, teremos uma arquidiocese revigorada.

Ele é missionário na sua paróquia e vai acolher um missionário. Nas comunidades, ele vai fazer e a experiência de ir e ser acolhido pelas famílias nas quais ele vai visitar. Agora, no 14º ele será a família acolhedora, existe uma troca simultânea ali entre você ser missionário e acolher o missionário. O pessoal das Santas Missões Populares, as famílias, são missionárias que vão, em nome da sua comunidade, acolher, dinamizar outras famílias. Vão dimensionar e receber os missionários do 14º .

Jornal da Comunidade – Como os temas que serão abordados no Catorzinho vão contribuir nas missões?

Padre Dirceu – São 13 grandes temas. Temas do cotidiano, da vida da família de cada um. No Catorzinho, em especial, nós queremos focar cinco temas a partir da nossa realidade local, da região metropolitana de Londrina.  Vamos refletir um pouco mais os desafios da mobilidade. Tem muita gente que mora em Primeiro de Maio, Bela Vista e que mora mais distante e tem que ir e vir quase todo dia para Londrina para  trabalhar. O que isso incide, dificulta na sua participação na comunidade. Temos este desafio na nossa região, dando sequência ao debate das duas campanhas da Fraternidade anteriores, a questão ecológica. Como estamos tratando, dialogando, inclusive com o terceiro objetivo das Santas Missões Populares, a questão da ecologia, qualidade de vida, da saúde, então também dialoga com o terceiro objetivo das Santas Missões Populares. Depois a questão da segurança, da violência. Queira ou não, são questões que impactam na vida de todos nós. Têm lugares em que a pessoa tem que levar em conta qual horário pode entrar ou não nas suas comunidades para a visita. Dialogado, o pessoal tem que saber que este é um desafio também para as comunidades, inclusive a comunidade em missão. Então, os temas são os temas que ajudam, não são questões estanques. Por serem questões do cotidiano, e as santas missões têm que levar o cotidiano em consideração para você levar a sua atuação missionária, então ajuda a contribuir.

Flora Neves
PASCOM Arquidiocesana

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