Sobre o amor na família
Estimados leitores, refletiremos sobre um tema de tão grande significado para a vida cristã, a importância da família à luz da Palavra de Deus. Tema este, apresentado pelo Papa Francisco em sua Exortação Apostólica Pós-Sinodal: Amoris Laetitia (A Alegria do Amor) sobre o amor na família.
Segundo o Papa, “a alegria do amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja” (AL, n. 1), ou seja, a Igreja se alegra quando as famílias verdadeiramente vivenciam o amor, a alegria, a paz, a harmonia, o compromisso, a fidelidade, a paciência, e a felicidade. Uma vez que esses valores nascem do coração misericordioso do Senhor, que nos convida a sermos sinais de misericórdia no seio da vida familiar.
A Sagrada Escritura é permeada por diversas citações sobre a família. O livro do Gênesis em seus dois primeiros capítulos oferece a representação do casal humano, retratando sua união como caminho seguro para formarem uma família segundo o coração do Senhor: “deixará o homem o pai e a mãe e se unirá a sua mulher, e eles serão uma só carne” (Gn 2,24). Deste modo, são chamados a união física e interior, doando-se voluntariamente no amor, encontrando apoio e força um ao outro em todos os momentos, sejam eles de alegrias ou sofrimentos. As palavras: deixará e unirá, são palavras de aliança e sugerem que o casamento deve ser visto como relacionamento de aliança entre um homem e uma mulher.
Deus os abençoa e lhes diz: “sede fecundos, multiplicai-vos” (Gn 1,28). Percebe-se neste versículo a grandiosidade de um casal, convidados a serem cooperadores de Deus na obra da criação, chamados a conceber os filhos, que são “a herança do Senhor […], sinal de plenitude da família na continuidade da mesma história de salvação, de geração em geração” (AL, n. 14).
O Papa afirma que a família é o local privilegiado da formação cristã de seus filhos, devendo assumir a responsabilidade da missão educativa. Os filhos por sua vez, devem conhecer e praticar o quarto mandamento: honrar pai e mãe (Ex 20,12), respeitando-os de todo coração, sendo solícitos as suas necessidades, pois, “quem honra seu pai […] será ouvido na oração cotidiana. Quem respeita sua mãe é como alguém que ajunta tesouros” (Eclo 3,3-4).
Por fim, o Papa declara que a família deve “compartilhar a oração diária, a leitura da Palavra de Deus e a comunhão eucarística” (AL, n. 29), para que cresça o amor no seio familiar, possibilitando com que a família se torne cada vez mais um celeiro da graça de Deus, templo vivo onde habita o Espírito Santo. Assim, a exemplo de Maria, as famílias devem estar alicerçadas na coragem, serenidade, confiança, esperança, com os olhos fixos em Jesus, que é o “Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6).
Rodrigo Ferreira dos Santos
Seminarista da Diocese de Campo Mourão – PR