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No dia 07 de outubro, a Comissão Arquidiocesana dos Diáconos Permanentes da Arquidiocese de Londrina celebrou Missa em Ação de Graças pelos 15 anos da ordenação da primeira turma de Diáconos Permanentes da Arquidiocese de Londrina. A Celebração foi realizada na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Jardim Igapó em Londrina, às 19h, presidida pelo bispo metropolitano, Dom Orlando Brandes. A celebração contou com grande número de diáconos, candidatos ao diaconato e aspirantes.

Lourenço, o mártir e o diácono, dizia com razão que os pobres eram a única riqueza da Igreja. Somos nós também pobres, somos pobres em nossas forças, nossos talentos, nossas capacidades, tudo que somos e temos parece tão pouco e pequeno diante da missão que nos aguarda cotidianamente. Mas somos pobres para melhor servir os pobres, não somos os grandes ou os privilegiados servindo os pobres e desvalidos, somos irmãos servindo irmãos.  “Fazer feliz uma só pessoa é mais importante do que ser feliz” São Lourenço (225-258).

Diácono, você foi moldado para servir a Deus.

“Em síntese, é de forma privilegiada que o diácono permanente é chamado a exercer a dimensão profética de seu ministério, assumindo sua característica de ser ponte entre as esferas eclesiais e civis, e se empenhando para formar as consciências na solidariedade e cidadania, tarefa que se tem mostrado cada vez mais urgente e vital para a religião” (CND, 198).

Quando os primeiros diáconos da Igreja foram escolhidos e consagrados (Atos 6, 5-6), iniciou-se ali, em Jerusalém, um dos mais importantes ministérios: O DIACONATO. A palavra de Deus traduz o termo “DIÁCONO” como SERVIÇO, MINISTÉRIO, ASSISTÊNCIA. Portanto diácono é aquele que seguindo o exemplo de Jesus Cristo, que veio para servir (Mt, 20-28), tem o dom de servir ao Povo de Deus.

Assim como foram os primeiros diáconos da Igreja – Estevão, Felipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau… são instrumentos na mão de Deus, são aqueles que ouvindo o chamado obedecem ao seu Senhor que diz: “Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós” (Jo 13-15).

Da mesma forma, foram assim chamados os primeiros diáconos permanentes formados em nossa Arquidiocese. Foram os primeiros, os pioneiros, participaram da restauração do Diaconato na Igreja de Londrina, por isso fazem parte dessa… História…

Dom Albano“Para imitar Jesus o Servidor e Bom Pastor qual a melhor intenção de Deus? Aqui, o próprio Espírito Santo se dignou de inspirar os 12 primeiros apóstolos, em reunião com Nossa Senhora, para que existissem na Igreja homens escolhidos que se chamariam os DIÁCONOS e, que revelariam toda a Beleza de Jesus contemplando como Bom Pastor. E esta graça do Diaconato, de homens que se consagram a revelar na Igreja que Jesus é o Bom Pastor, é a grande invenção do Espírito Santo para que a Igreja continuasse no mundo a ser servidora do Povo de Deus. E cada dia, todos vamos descobrindo que o ministério do serviço pastoral vai se conscientizando e, com alegria, vemos os Diáconos em todas as frentes de batalha da Igreja. Nas paróquias, missões, universidades, catequese, serviços sociais e tantas pastorais, numa solicitude por todas as Igrejas. Como Bispo ancião só me resta dar graças a Deus de viver numa Igreja, onde existe este presente de Deus que são os Diáconos, a serviço do Povo de Deus”.

Dom Albano Bortoletto Cavallin, Bispo emérito de Londrina

Foi no ano de 1996 que Frei Fabiano Zanata em conversa com Dom Albano, lhe apresentou a possibilidade de necessidade de restabelecer a Diaconia Permanente na Igreja de Londrina. Foi nessa época que Dom Albano pediu ao Frei Fabiano que apresentasse um caso concreto e que a questão fosse apresentada ao conselho dos presbíteros. Foi então convidado Geraldo Luis de Souza (Dule) e sua esposa Maria Helena que, após um tempo de meditação, aceitaram o chamado. Com o fato concreto, Frei Fabiano foi chamado ao conselho dos presbíteros e expos sua consideração teológico-pastoral sobre o diaconato que analisou a questão com base na experiência da diocese de Apucarana e dos diáconos que já atuavam em Londrina, Diácono Rene Orticelli que foi ordenado pelo Arcebispo Dom Geraldo Magella Agnelo em 1986 e os Diáconos Vicente Antunes e Alberto Tranin, provenientes de outras dioceses.

Algum tempo depois a reunião do clero teve como tema o diaconato permanente. Padre Valter Goedert (Diretor da Escola Diaconal São Francisco de Assis; Professor do ITESC e Co-Capelão da Igreja Div. Espírito Santo, Florianópolis – SC) foi convidado a fazer uma exposição sobre a restauração, pelo Concílio Vaticano II, do diaconato permanente, o que foi de maneira expressiva, com fundamentação bíblica-teológica sobre a história do diaconato e seu desaparecimento, e a restauração do diaconato permanente pelo Vaticano II. Após esta exposição, o conselho dos presbíteros decidiu pela implantação do diaconato permanente na Igreja de Londrina.

 “Como primeira turma de Diáconos da Arquidiocese, no início tivemos algumas objeções, pois as comunidades ainda não eram abertas para nós. Aos poucos fomos mostrando que não fomos ordenados para enfeitar o altar, nem para ensinar a ninguém, mas para servir as comunidades. Hoje, graças a Deus elas já nos olham de maneira diferente, e nos recebem com grande alegria. ”

Diácono Jaime Sípoli

No final do ano de 1996, Dom Albano pediu a Frei Fabiano que assumisse a implantação do diaconato permanente na arquidiocese. Frei Fabiano, então, em maio de 1997, apresentou na reunião do clero, que aconteceu na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, fichas para possíveis candidatos e sugeriu que cada paróquia patrocinasse seus candidatos. Na ocasião, Dom Albano procurou incentivar os padres a procurar e enviar candidatos dizendo que este ato seria um presente a Jesus.

Foram então preparadas as etapas de formação dos candidatos e a preparação do estatuto da Escola Diaconal, ficando decidido que as formações seriam em duas etapas em regime fechado: uma de dez dias no início do ano e outra com um final de semana por mês, ao longo de quatro anos. A primeira etapa foi prevista para os dias 16 a 25 de janeiro de 1998 no Seminário Paulo VI. Foram vinte e cinco inscrições, sendo que três inscritos desistiram antes de começarem as formações. Os aspirantes presentes para a primeira formação foram: Geraldo L. Souza, José Adolfo Pierolli, Oswaldo Calzavara, Milton Kaster, Anísio O. Ferreira, Arthur Florêncio, Antonio Castro Vieira, Antonio Guirao, Ary de Assis, Francisco T. Martins, Geraldo A. Rolim, Ilson A. Locastre, Jaime Sípoli, Maciel T. Barbosa, Mauro Luiz Correa, Moacyr Doretto, Rivaldo Viani, Vanderley Barreiros, Marcos T. Horikawa, Nelsinho Correa e José Aparecido. Dos vinte e dois aspirantes que começaram a formação, apenas um não foi ordenado.

 Na época da ordenação diaconal, pelas informações que tínhamos, não estava claro a amplitude da missão diaconal nas comunidades paroquiais. Vejo que o diaconado permanente é uma dádiva de Deus para a Arquidiocese de Londrina pela sua presença nas famílias e nos trabalhos pastorais. Ser diácono é viver intensamente a vocação para o serviço fraterno. Na realidade o ser diácono está impregnado na minha pessoa onde quer que eu esteja, seja na igreja, no trabalho profissional, na família e nos momentos de lazer.”

Diácono Moacyr Doretto

Um levantamento das necessidades de atuação dos diáconos em várias áreas da Arquidiocese foi realizado pelo Frei Adelino Frigo, coordenador arquidiocesano de pastoral da época, ficando, a partir daí os recém-ordenados, designados para os seus trabalhos pastorais. No dia 06 de outubro, à tarde, antes do ensaio da celebração, sentados nas arquibancadas do Moringão, cada candidato ao diaconato recebeu das mãos de Dom Albano e Dom Vicente costa a sua designação e a recomendação de que os trabalhos somente fossem iniciados a partir de fevereiro de 2002.

A ordenação diaconal da primeira turma da Escola Diaconal aconteceu em 07 de outubro de 2001 em uma cuidadosa e linda celebração preparada pela equipe litúrgica da Arquidiocese e presidida pelo Arcebispo da Arquidiocese dom Albano Cavalin. Estavam presentes pelo menos cinco mil pessoas, diversos padres e religiosos e do clero secular arquidiocesano, alguns provinciais e também diáconos.

 

A formação espiritual e pastoral recebida durante os quatro anos de escola, a convivência fecunda com os presbíteros formadores e a fraternidade que se estabeleceu entre os mais de vinte colegas aspirantes ao diaconado foram decisivas para afastar as incertezas iniciais e para fortalecer o sentimento de pertença ao povo de Deus e de corresponsabilidade na evangelização desse povo…

…O Matrimônio e a Ordem Diaconal, pela graça de Deus, se complementam maravilhosamente. Não raras vezes, a vida matrimonial proporciona ao diácono a compreensão, melhor que aos padres, das dificuldades vividas pelas famílias nas suas relações e na formação dos filhos.

Os compromissos com o ministério diaconal e com as nossas famílias, muitas vezes disputam o nosso tempo e a nossa atenção, mas o resultado dessa interação é imensamente benéfico para essas vocações que Deus coloca, por misericórdia, em nossos corações.

Diácono Milton Kaster

Após a ordenação foi organizada a Comissão Arquidiocesana dos Diáconos, composta pelos diáconos Geraldo Luiz de Souza, (presidente), Anísio Donizete (vice-presidente), José Adolfo Pierolli (tesoureiro), Moacyr Doretto e Milton Kaster. Durante esta gestão os diáconos se fizeram presentes em várias comunidades da periferia de Londrina e outras cidades da Arquidiocese. Alguns foram designados para trabalhos na estrutura administrativa e pastoral da Arquidiocese tais como conselhos e Secretariado de Pastoral. A grande preocupação e meta desta primeira comissão Arquidiocesana de Diáconos foi manter a unidade do “corpo diaconal”, bem como a promoção de encontros de formação permanente. Houve um bonito entendimento entre os presbíteros que acolheram os diáconos em suas paróquias que serviu de inspiração para que mais candidatos ao diaconato permanente fossem enviados para a 2ª turma.

Dom Orlando Brandes, Arcebispo Metropolitano de Londrina, em sua mensagem aos diáconos, utilizou-se das palavras do Santo Padre o Papa Francisco em sua homilia quando do Jubilei dos diáconos em Roma:

 “O servo sabe abrir as portas do seu tempo e dos seus espaços a quem vive ao seu redor e também a quem bate à porta fora do horário, à custa de interromper algo que lhe agrada ou o merecido repouso. O servo não se cinge aos horários. Deixa-me o coração triste ver um horário nas paróquias: «Da hora tal até tal hora». E depois? Porta fechada; não há padre, nem diácono, nem leigo que receba as pessoas… Isto faz doer o coração. Deixai cair os horários! Tende a coragem de pôr de lado os horários. Assim, queridos diáconos, vivendo na disponibilidade, o vosso serviço será livre de qualquer interesse próprio e evangelicamente fecundo”. Papa Francisco – Homilia no Jubileu dos Diáconos – Roma – 20/05/2016.

Atualmente, são setenta e três os diáconos permanentes em atividade NA Arquidiocese de Londrina, dos quais dezoito são recém-ordenados (2016); quatro são falecidos (Dc Neri, Dc Nivaldo, Dc Jorge Lacerda e Dc Alberto). Atualmente os diáconos permanentes atuam em cinquenta e duas paróquias da Arquidiocese.

Peço por todos meus irmãos diáconos permanentes da nossa Arquidiocese em especial aos pioneiros, aqueles que com seu sim ao chamado de Deus marcaram a restauração desta tão importante missão. Agradeço a Deus o serviço que prestam ao ministério de nosso Arcebispo e ao Povo de Deus. E que o exemplo de perseverança e de fidelidade de nosso patrono, São Lourenço, seja para cada um de nós uma luz na caminhada ministerial.

Diácono Hélder José da Freiria – 4ª Turma

 

*Fonte de pesquisa – Ata da implantação do Diaconato Permanente na Arquidiocese de Londrina

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