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Dia do catequista

“O que nós ouvimos… vimos… contemplamos e tocamos – a Palavra que é Vida –,
nós lhes anunciamos” (cf. 1Jo 1,1-2).

 

Com estas palavras se abre a Primeira Carta de São João e, refletindo sobre elas, me vem de pensar que o apóstolo as tenha escrito justamente para os catequistas.

 

O que nós ouvimos

Quem sabe quantas coisas os catequistas ouviram e ouvem da Palavra. Tantos cursos bíblicos, encontros formativos, escolas catequéticas… Tudo para que, com adequada metodologia, possam transmitir aos catequizandos o que aprenderam de Jesus. Instrumentos necessários, hoje mais que nunca, para uma missão tão desafiadora. Que, porém, não bastam por si só.

O Senhor Jesus conceda aos nossos catequistas a graça de permanecer aos Seus pés como verdadeiros discípulos, a graça de viver uma vida transparente, de tal modo que não possam esconder o que diretamente ouviram do único e verdadeiro Mestre. Somente, então, as palavras que transmitirão poderão soar como anúncio da Boa Nova.

 

O que nós vimos

Que diferença entre quem narra um fato que leu ou que ouviu dizer e quem narra um acontecimento visto com os próprios olhos!

Os catequistas não podem se reduzir a ‘leitores’ ou ‘ouvintes’ de notícias sobre Jesus; não basta que saibam transmiti-las até mesmo nos seus particulares… Terão o direito de falar verdadeiramente do Senhor quando o tiverem fixado com os próprios olhos.

No fundo, no fundo os catequizandos não pedem aos catequistas que lhes narrem o que leram sobre Jesus, mas esperam que lhes comuniquem o que viram ao longo do próprio caminho de fé. E o seu testemunho tornará credíveis as palavras que pronunciará.

 

O que contemplamos

‘Contemplar’ exprime, fundamentalmente, duas coisas. Primeiro de tudo, escrutar a presença de Deus, aguçando os ouvidos para o imprevisível. Em segundo lugar, viver esta experiência com outras pessoas, para evitar de cair no intimismo ou na abstração ou, pior ainda, na fuga da realidade.

Não há como se iludir. Somente quando, no silêncio, tivermos saboreado sabores que nenhum livro nos dá; quando a nossa oração se revestir de pura gratuidade; quando abandonarmos a mania de aproximar-nos da Verdade buscando servir-nos dela; quando tivermos as pupilas ardentes pela espera da revelação de Deus, somente então, o que daremos ao mundo será, de fato, anúncio de paz.

Que os nossos catequistas possam sempre mais cultivar a experiência do silêncio, da leitura orante da Palavra, da pausa prolongada diante do sacrário, da oração litúrgica… Sempre em comunhão com as alegrias e com as feridas do mundo.

 

O que tocamos

Nós o sabemos. Não basta um conhecimento puramente intelectual de Jesus. É necessário que se cultive um contato com Jesus que vá além da abordagem teórica e se traduza em relações que se fundam sobre a experiência. Esta experiência vital que acontece nos momentos de deserto, nos encontros ‘tu a tu’ com o Mestre, nos exercícios de reconhecimento do seu rosto no rosto dos irmãos, constitui passagem obrigatória para poder falar eficazmente dele. Antes de ‘narrar’ Jesus é preciso tê-lo tocado. Como aquela mulher que ficou curada depois de ter tocado o manto de Jesus. Como é que em meio a tanta gente que se apertava ao redor do Mestre e que certamente também se encontrava necessitada, somente aquele mulher obteve a cura? A esta pergunta Santo Agostinho dá uma resposta esplêndida: ‘A multidão empurra; ela, ao invés, toca’.

Que os nossos catequistas se assemelhem a esta mulher do evangelho; se assemelhem a Verônica que com o lenço tocou o rosto ensanguentado de Jesus, fazendo sua a dor do condenado.

 

Nós lhes anunciamos

A experiência de ter ouvido, visto, contemplado e tocado Jesus queima a alma do catequista e ele não consegue conter a alegria que sente. Deve sair, deve anunciar, deve partilhar a vida, o caminho.

Que o Senhor faça com que os nossos queridos catequistas se tornem porta-vozes dos seus pensamentos e incansáveis testemunhas da sua infinita misericórdia.

 

Ir. Sandra M. Pascoalato, sjbp
Coordenadora Arquidiocesana da Catequese

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