O Papa Francisco inspirou-se em São Francisco de Assis, padroeiro da ecologia.
O Papa Francisco inspirou-se em São Francisco de Assis, padroeiro da ecologia, para
escrever sua Encíclica (carta) sobre a criação (Laudato Si’). Cresceu no mundo a
sensibilidade ecológica. Mas, os poderosos e os desinteressados frustram as soluções
concretas dos ambientalistas. Assim, o uso irresponsável dos bens e o abuso do poder, da
tecnologia, do consumismo continuam a destruir e saquear nossa casa comum, a mãe
terra.
São Francisco, purificado de todo pecado, abraçou a pobreza, dignificou os pobres e se
confraternizou com a criação. Tinha um coração universal, praticava as quatros harmonias
fundamentais: a relação filial com Deus, a relação fraterna com os outros, a relação
cuidadosa com a natureza e a relação pacífica consigo mesmo. Soube unir a justiça para
com os pobres, o amor pela natureza, a paz interior e o empenho pela sociedade.
São Francisco pedia que nos conventos franciscano se cultivasse um quintal, um jardim
para ali admirar o autor de tanta beleza, sabedoria e amor. O Invisível tornou-se visível nas
criaturas. A criação é um mistério gozozo que podemos contemplar com alegria e louvor.
O Papa Francisco dirige-se a cada pessoa que habita neste planeta para dialogar sobre
nossa casa comum. “Precisamos de uma nova solidariedade universal sobre a ecologia”,
diz o Papa. Todos podem e devem colaborar. É urgente renovar o diálogo e unir a todos
para proteger a criação. As coisas podem mudar, a humanidade tem capacidade para isso.
O homem pode superar-se e mudar o estilo de vida e o modelo de desenvolvimento
depredador da natureza. Podemos construir um mundo melhor para as futuras gerações.
Um mundo mais justo para com os pobres e mais cuidadoso do meio ambiente.
O Sucessor de Pedro afirma que nunca maltratamos e ferimos nossa casa comum como
nos dois últimos séculos. O sistema atual é insustentável como também o mito do
moderno progresso material sem limites. A natureza geme, sofre, se revolta. Deus perdoa
sempre, os homens algumas vezes, mas, a natureza nunca perdoa. O homem dominador,
saqueador, depredador provoca a “revolta da natureza”.
O Papa Francisco convoca a todos a uma “conversão ecológica global”, a uma ecologia
humana e integral, a uma mudança radical, a uma educação e espiritualidade ecológicas.
Cada um deve reconhecer seus pecados contra a criação. Pequenas ações trazem grande
ajuda para a proteção do meio ambiente. O Papa lembra o poder das pequenas ações
como: evitar o uso do plástico, reduzir o consumo de água, cozinhar apenas o necessário,
reciclar o lixo, servir-se dos transportes públicos, compartilhar o próprio veiculo com
várias pessoas, andar de bicicleta, plantar árvores, apagar as luzes desnecessárias. Enfim,
a exemplo de São Francisco de Assis sejamos aliados dos pobres e da criação.
Para sermos amigos dos pobres e da criação, na escola de São Francisco, precisamos de
uma forte mística e profunda purificação. A ternura e amabilidade de São Francisco
custaram-lhe alto preço. São famosos os seus “três mais”: mais consolar, mais
compreender, mais amar. O alicerce de tudo está na humildade de São Francisco. Ele dá a
si mesmo o nome de menor e quer como regra de vida o Evangelho.
Eis que ele diz de si mesmo: sou o menor dos servos, o mínimo, o inútil, o indigno, o fraco,
o insignificante, o ignorante, o mísero. Mas, Deus é para ele o Bom Senhor, o Santo, o
Altíssimo, o Sumo Bem, o Todo Bem, a Plenitude do Bem, o Onipotente, o Soberano. Eis o
preço e caminho para o amor aos pobres e o encanto pela criação.
Orlando Brandes