Representantes dos Grupos Bíblicos de Reflexão (GBR) de toda arquidiocese participaram, no dia 4 de setembro, da formação arquidiocesana sobre o Mês da Bíblia, que neste ano lance luzes sobre o sexto livro do Antigo Testamento, Josué, com o tema: “O Senhor, teu Deus, estará contigo por onde quer que vás” Js 1,9. A formação, na Paróquia Nossa Senhora Rainha do Universo, Decanato Centro, teve assessoria da professora Patrícia Zaganin Camilo Rosa.

O objetivo do Mês da Bíblia é propagar e aprofundar os escritos bíblicos com as comunidades cristãs brasileiras.  Que a palavra de Deus sempre seja luz para o caminho missionário.

Pascom Arquidiocesana

Fotos: José Faria de Oliveira

“A Bíblia foi feita para nós!” (Papa Francisco)

Em setembro, a Igreja do Brasil convida os fiéis a, de maneira especial, conhecer mais a Palavra de Deus e a sua aplicação na vida cotidiana, tempo oportuno para escutar e rezar aquilo que Deus quer suscitar no coração de cada cristão.

A seguir, trazemos uma reflexão sobre a Bíblia feita pelo Papa Francisco na sua Audiência Geral do dia 27 de janeiro de 2021, que motiva a trazermos a Palavra de Deus para o nosso dia a dia:  “A oração com as Sagradas Escrituras.

“As palavras das Sagradas Escrituras não foram escritas para permanecer presas nos papiros, nos pergaminhos ou no papel, mas para serem recebidas por uma pessoa que reza, fazendo-as brotar no próprio coração. A palavra de Deus chega ao coração”, frisou o Papa.

A Bíblia não pode ser lida como um romance

“A Bíblia não pode ser lida como um romance”, disse ainda o Pontífice, citando o Catecismo da Igreja Católica que afirma: «A leitura das Sagradas Escrituras deve ser acompanhada de oração, para que seja possível o diálogo entre Deus e o homem». “A oração é um diálogo com Deus. Aquele versículo da Bíblia foi escrito também para mim, há muitos séculos, para me trazer uma palavra de Deus. Foi escrita para cada um de nós”, disse ainda Francisco, acrescentando:

Esta experiência acontece a todos os fiéis: uma passagem da Escritura, ouvida muitas vezes, de repente um dia fala-me e ilumina uma situação que estou vivendo. Mas é necessário que eu esteja presente nesse dia, no encontro com essa Palavra. Que eu esteja ali, ouvindo a palavra. Todos os dias Deus passa e lança uma semente no terreno da nossa vida. Não sabemos se hoje encontrará terra árida, silvas, ou terra fértil que faça crescer essa semente. Depende de nós, da nossa oração, do coração aberto com que nos aproximamos das Escrituras para que elas possam tornar-se para nós a Palavra viva de Deus. Deus passa continuamente.

Aproximar da Bíblia sem segundas intenções

Segundo o Papa, “devemos nos aproximar da Bíblia sem segundas intenções, sem a instrumentalizar. O fiel não procura nas Sagradas Escrituras o apoio para a própria visão filosófica e moral, mas porque espera um encontro; sabe que aquelas palavras foram escritas no Espírito Santo, e que por isso nesse mesmo Espírito devem ser acolhidas e compreendidas, para que o encontro se realize”.

Fico incomodado quando ouço cristãos que recitam os versículos da Bíblia como papagaios. Você encontrou o Senhor naqueles versículos? Não é um problema apenas de memória, mas de memória do coração, aquela o abre ao encontro com o Senhor. Aquela palavra, aquele versículo o leva ao encontro com o Senhor.

“A Bíblia não foi escrita para uma humanidade genérica, mas para nós, para mim, para você, para homens e mulheres em carne e osso. Homens e mulheres que tem nome e sobrenome. Como eu e você.”

“A Palavra de Deus, impregnada do Espírito Santo, quando é recebida com o coração aberto, não deixa as situações como antes. Muda alguma coisa. Esta é a graça, a força da Palavra de Deus”, disse ainda o Papa.

A Palavra inspira bons propósitos

A seguir, Francisco ressaltou que “a tradição cristã é rica em experiências e reflexões sobre a oração com a Sagrada Escritura”, e citou o método da “lectio divina”, nascido num ambiente monástico mas agora praticado por cristãos que frequentam as paróquias. “Trata-se primeiramente de ler a passagem bíblica com atenção, eu diria com “obediência” ao texto, a fim de compreender o que ele significa em si mesmo. Posteriormente entra-se em diálogo com a Escritura, para que aquelas palavras se tornem um motivo de meditação e oração: permanecendo sempre fiel ao texto, começo a perguntar-me o que ele “diz a mim”. Este é um passo delicado: não devemos resvalar para interpretações subjetivas, mas devemos fazer parte do caminho vivo da Tradição, que une cada um de nós à Sagrada Escritura. O último passo da lectio divina é a contemplação. Aqui as palavras e os pensamentos dão lugar ao amor, como entre os noivos que por vezes se olham em silêncio. O texto bíblico permanece, mas como um espelho, como um ícone a ser contemplado. E assim se há diálogo.”

Através da oração, a Palavra de Deus vem habitar em nós e nós habitamos nela. A Palavra inspira bons propósitos e apoia a ação; dá-nos força e serenidade, e até quando nos põe em crise, nos dá paz. Em dias “maus” e confusos, assegura ao coração um núcleo de confiança e amor que o protege dos ataques do maligno.

As Sagradas Escrituras são um tesouro inesgotável

“É assim que a Palavra de Deus se torna carne naqueles que a acolhem em oração”, sublinhou o Pontífice. “Em alguns textos antigos emerge a intuição de que os cristãos se identificam tão intimamente com a Palavra que, mesmo se todas as Bíblias do mundo fossem queimadas, um “molde” dela ainda poderia ser salvo através da marca que deixou na vida dos santos. Esta é uma expressão bonita”, ressaltou.

“A vida cristã é uma obra de obediência e ao mesmo tempo de criatividade. Um bom cristão deve ser obediente, mas deve ser também criativo. Obediente porque escuta a palavra de Deus e criativo porque há o Espírito Santo dentro que o impele a levá-la  adiante. As Sagradas Escrituras são um tesouro inesgotável”, concluiu o Papa, concedendo a todos a sua bênção apostólica.

Fonte: Vatican News

Tema: Carta aos Gálatas
“Pois todos vós sois UM só em Cristo” (Gl 3,28d)

Assessora: Patrícia Zaganin – Mestra em Teologia Bíblica e professora da Escola de Teologia para Leigos

Sexta-feira, 3 de setembro, 20h

Realização: Grupos Bíblicos de Reflexão
Coordenação: Ir. Maria Fernanda Godoy, MC
Produção: Pascom Arquidiocesana de Londrina
Imagens/edição: Tiago Queiroz

 

Participe!

 

 

“A Bíblia deve estar sempre à mão” (Papa Francisco)

 

Como uma lâmpada que ilumina um quarto escuro no meio da noite, a Palavra de Deus é a luz que ilumina toda vida da Igreja, sem a qual nada se pode fazer. Nosso dia a dia de cristãos católicos está impregnado das Sagradas Escrituras, mesmo que não percebamos. Porém, no mês de setembro, a Igreja do Brasil convida a um passo a mais no conhecimento da Palavra de Deus. O Mês da Bíblia é um período em que se busca de maneira especial conhecer a Palavra de Deus e a sua aplicação na vida cotidiana.

 

A Bíblia não deve ficar num suporte, alerta o Papa Francisco. Mas deve estar sempre à mão, para ser lida, frequentemente, seja individualmente, em família, em grupo. “Hoje se pode ler o Evangelho também com muitos instrumentos tecnológicos. Pode-se trazer consigo toda a Bíblia num telefone celular, num tablet. O importante é ler a Palavra de Deus, com todos os meios, e acolhê-la com o coração aberto. E então a boa semente dá fruto!”, afirmou o Papa.

 

Por que Setembro é o Mês da Bíblia?

O mês da Bíblia teve início em 1971, por ocasião do cinquentenário da Arquidiocese de Belo Horizonte (MG). Foi levado adiante com a colaboração do Serviço de Animação Bíblica da Congregação das Paulinas (SAB). Posteriormente, foi assumido pela Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) e estendeu-se ao âmbito nacional.

 

A escolha do mês de setembro para dedicar-se à Bíblia deve-se ao fato de no dia 30 de setembro ser comemorado o dia de São Jerônimo, o qual traduziu a Bíblia dos originais (hebraico, grego e alguns trechos em aramaico) para o latim. (Fonte: acidigital.com).

 

2021: Carta aos Gálatas

Neste ano a proposta da Igreja para o Mês da Bíblia é que os fiéis estudem e conheçam a Carta aos Gálatas, uma carta pessoal do apóstolo Paulo às comunidades da Galácia, escrita durante sua terceira viagem missionária.

 

Diferentemente de uma carta pastoral, como São Paulo escreveu, por exemplo, aos coríntios e aos filipenses, a Carta aos Gálatas é um esboço de um tratado teológico, no qual Paulo começa a organizar e a sistematizar seu pensamento de uma forma mais acadêmica.

 

Para adentrar no universo da Carta aos Gálatas, a arquidiocese promove, nesta sexta-feira, 3 de setembro, uma formação sobre a temática do Mês da Bíblia de 2021, com a professora Patrícia Zaganin, mestra em teologia Bíblica. O encontro arquidiocesano será transmitido ao vivo, às 20h, pelo aplicativo e redes sociais da arquidiocese:

Youtube (https://www.youtube.com/c/arquidiocesedelondrinaoficial)

Facebook (https://www.facebook.com/arquidiocesedelondrina).

 

Participe e deixe-se iluminar pela Palavra de Deus.