O Papa Francisco reza nesta sexta-feira, às 18h de Roma, 14h pelo horário de Brasília, elevando orações a Deus diante das ameaças da pandemia causada pelo novo coronavírus. A intenção é responder à pandemia com a universalidade da oração, da compaixão e da ternura.

 

“Permaneçamos unidos. Façamos com que as pessoas mais sozinhas e em maiores provações sintam a nossa proximidade”, disse Francisco. O momento poderá ser acompanhado pelas redes sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e emissoras de rádio e televisão de inspiração católica e será oportunidade de receber indulgência plenária concedida pelo Papa.

 

De acordo com comunicado da sala de imprensa da Santa Sé, a oração do Santo Padre será concluída com a Bênção Eucarística que será concedida “Urbi et orbi” (à cidade e ao mundo) através dos meios de comunicação. “A todos aqueles que se unirão espiritualmente a este momento de oração através da mídia será concedida a indulgência plenária de acordo com as condições estabelecidas no recente decreto da Penitenciária Apostólica”.

 

“Ouviremos a Palavra de Deus, elevaremos a nossa súplica, adoraremos o Santíssimo Sacramento, com o qual ao término darei a Bênção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo), a qual será acompanhada a possibilidade de receber a indulgência plenária”, disse Francisco no último domingo durante a oração do Angelus.

 

Sobre a indulgência plenária, o texto da Penitenciária Apostólica, publicado no dia 20 de março, prevê, entre outras indicações, que fiéis enfermos com coronavírus, profissionais de saúde, familiares e ‘todos aqueles que, a qualquer título, cuidam deles, até mesmo com a oração” poderão lucrar a indulgência ao recitar o Credo, o Pai-Nosso e uma oração a Maria.

 

Além de elevar a súplica a Deus, Francisco faz um chamado à unidade e à proximidade aos médicos, profissionais da saúde, enfermeiros e enfermeiras, voluntários, às autoridades “que devem tomar medidas duras, mas para o nosso bem”. Também aos policiais e aos soldados. “Proximidade a todos”.

 

O Decreto da Penitenciária Apostólica sobre Indulgência Plenária em tempo de coronavírus

 

 

CNBB

Nestes tempos difíceis que estamos vivendo, convém uma palavra sobre a Esperança. Ela está estreitamente ligada à fé e à caridade. É uma virtude teologal, visto que tem em Deus a sua origem e a sua meta. É, também, uma atitude profundamente humana, uma dimensão antropológica fundamental, pois em cada ser humano há uma essencial confiança na vida, uma espera de seguir vivendo e o desejo de viver melhor.

 

Na Sagrada Escritura, especialmente o Novo Testamento, a esperança se refere à história de Abraão para indicar que a nova aliança é o cumprimento pleno da religião de Israel (Rm 4,7-18; Hb 11,8-19). A categoria central das expectativas e esperanças no tempo de Jesus era a do Reino de Deus. No anúncio feito por Jesus aparece um paradoxo da esperança neotestamentária: o Reino é, de uma só vez, boa notícia já realizada e promessa aberta a um futuro melhor. Em Jesus, o Reino se faz presente já (Lc 11,20; Mt 12,28); dizem os textos que preciso pedi-lo (Mt 6,10) porque ainda não chegou em plenitude. A ressurreição de Cristo não anula a esperança mas lhe confere um novo vigor e a plenifica.

 

Ainda a esperança de Jesus sobressai de textos que dizem respeito aos dois momentos decisivos de sua vida. As parábolas do Reino (Mc 4; Mt 13) fazem entrever que a vinda deste Reino se deu no meio de inúmeras vicissitudes (a semente), mas que, por modestos que tenham sido seus começos, esta vinda tende inelutavelmente para seu fim (o grão de mostarda), um fim certo pois é obra de Deus (o grão que cresce sozinho).

 

O Apocalipse é o livro da esperança cristã. Encontra-se no meio de uma situação dramática para a qual contribuem diversas dificuldades externas, como a hostilidade das autoridades públicas que chegam a culminar na perseguição, e dificuldades internas, como a negação da fé de alguns irmãos, os cristãos da Ásia são convidados a contemplar o triunfo do Cordeiro imolado e ressuscitado, celebrado no céu (Ap 5,11-14). Viver na esperança quer dizer suportar a perseguição das potências do mal (6,10-11), na expectativa da felicidade perfeita dos novos céus e da nova terra (Ap 21-22).

 

No Antigo e no Novo Testamento a esperança vive da memória da intervenção libertadora de Deus para tirar Israel da escravidão do Egito (Dt 6,12; 8,11); e memória da Cruz e Ressurreição de Cristo (2Tm 2,8). A teologia contemporânea destaca que a memória da cruz e ressurreição é uma “recordação perigosa” que desperta uma esperança transformadora do presente. J.B. Metz assim expressa: “A memória de Jesus Cristo implica uma determinada antecipação do futuro, como futuro dos que não tem esperança, dos fracassados e injustiçados. É pois uma memória perigosa e libertadora que questiona o nosso presente, porque que não nos traz um futuro aberto qualquer, mas, precisamente este futuro concreto, e porque obriga os crentes a transformar-se constantemente, para dar a razão deste futuro”.

 

A esperança não elimina as tarefas do dia a dia, mas proporciona novos motivos de apoio para cumprir estas tarefas (GS 21). Esta esperança transformadora do mundo presente e essa “recordação perigosa” que nutre a esperança se apoiam, iluminam e reforçam mutuamente. No meio de todos os problemas que vivemos, continuemos cumprindo bem a nossa missão. Fé, Esperança e Caridade caminham juntas. Na vida de fé temos que alimentar as três virtudes teologais, fé, esperança e caridade, pois todas são centrais para o seu equilíbrio.

 

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitana de Londrina

Foto: Pixabay

Inspirada no Santuário de Schoenstatt de Belmonte, em Roma, a Diocese de Jundiaí (SP) elaborou 10 dicas importantes para orientar os fiéis a se prepararem para as celebrações à distância, transmitidas pela internet ou pela TV.

 

  1. Prepara a tua mente
    Não é uma transmissão qualquer. É a Missa. Toma consciência do que será transmitido.
  2. Prepara o teu espírito
    Entra no clima como se estivesse entrando na Igreja. Convida o Senhor para visitar a tua casa.
  3. Preparar o teu corpo
    Que o exterior corresponda ao interior. Tira o pijama! Levante-te da cama. Arruma-te!
  4. Prepara a tua casa
    Cria um ambiente celebrativo: toalha na mesa, uma vela, o crucifixo, a Bíblia aberta. Tua casa é a Igreja doméstica.
  5. Evangelize
    Reúna tua família para rezarem juntos: nada de barulho, distrações ou conversas paralelas.
  6. Participe ativa e efetivamente
    Respondam e cante juntos a transmissão.
  7. Liturgia da Palavra
    Escute a Palavra de Deus com o coração aberto: ouça ou acompanha as leituras na Bíblia, nos subsídios ou mesmo nos aplicativos de celular.
  8. Liturgia Eucarística
    Cristo se faz presente com seu corpo, sangue, alma e divindade! Na consagração, coloquem-se de joelhos, adorando piedosamente o Senhor.
  9. A Comunhão Espiritual
    Reze a seguinte oração, enquanto o padre comunga por si e pela comunidade paroquial.

    “Meu Jesus, 

    eu creio que estais presente 
    no Santíssimo Sacramento.Amo-Vos sobre todas as coisas
    e minha alma suspira por Vós, mas, 
    como não posso receber-Vos agora, 
    no Santíssimo Sacramento,
    vinde ao menos espiritualmente
    a meu coração.Abraço-me convosco
    como se já estivésseis comigo:
    uno-me convosco inteiramente.
    Não permitais que eu algum 
    dia me separe de Vós.Ó Jesus, sumo bem
    e doce amor meu,
    inflamai meu coração,
    a fim de que esteja
    para sempre abrasado
    em Vosso amor.
    Amém!”(Oração atribuída a Santo Afonso Maria de Ligório)
  10. Começa a nossa missão
    Encaminha o link da transmissão das missas para outras pessoas que não puderam acompanhar ao vivo. Anuncie o Querigma, compartilhando uma palavra de ânimo, de acordo com a Liturgia da Palavra, nos grupos que você faz parte.

Missas nos meios de comunicação

A Pastoral da Comunicação (Pascom-Brasil) fez um levantamento junto às emissoras de televisão de inspiração católica para divulgar dias e horários das missas televisionadas (confira abaixo). Algumas destas emissoras também oferecem a transmissão pela internet.

O assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Leonardo José Pinheiro, recorda uma forma de estar em oração e em sintonia com a Igreja é por meio da meditação da Liturgia Diária sozinho ou em família: “mas é bom lembrar, sem aglomerações ou sem reunir gente de fora”, destaca padre Leonardo. Neste Tempo da Quaresma, além da liturgia do dia, é possível intensificar a leitura e meditação da Palavra de Deus, o terço e a Via Sacra.

Comunhão Espiritual

“Todos são chamados, mesmo não comungando concretamente como fariam se estivessem nas celebrações, a fazer sua comunhão espiritual, isto é, no momento da comunhão em suas casas unirem seu coração com toda a igreja cultivando no coração o desejo de estar recebendo o corpo do Senhor e juntando sua prece às preces de toda a Igreja, sobretudo para que se supere logo este momento da pandemia que estamos enfrentando. Estaremos assim unidos pela força da fé e pelas ondas dos meios de comunicação”, orienta o assessor da Comissão para a Liturgia da CNBB.

Restrições a aglomerações

Pensando na prevenção ao novo coronavírus e acatando determinações e orientações das autoridades, dioceses brasileiras têm dispensado os fiéis do preceito dominical e determinado que os padres celebrem de forma privada. Essas medidas significam que as missas com participação do povo de Deus estão suspensas e os padres celebrarão sozinhos. 

 

CNBB
Foto: Arquivo Diocese de Umuarama