É a quinta edição da data instituída pelo Papa Francisco com o objetivo de destacar a presença do Senhor na vida das pessoas: Ele realmente caminha conosco e está presente através da sua Palavra

A celebração do quinto Domingo da Palavra de Deus, instituído pelo Papa Francisco em 2019, será realizada em 21 de janeiro de 2024. O lema desta edição foi tirado do Evangelho de João: “Permanecei na minha Palavra” (Jo 8,31). No Brasil já é tradição celebrar a Palavra de Deus em setembro, iniciativa autorizada pela Santa Sé. No entanto, respondendo ao convite do Papa, a Igreja do Brasil celebra o terceiro domingo do Tempo Comum dedicando-o à Palavra de Deus.

Sobre o lema, extraído do Evangelho de João, o convite de Jesus a permanecer em sua Palavra é feito aos judeus que haviam acreditado em Jesus, explica Mariana Venâncio, assessora da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

“Hoje, ele se dirige a todos nós como convite à perseverança no conhecimento cada vez mais profundo da Palavra. Esse conhecimento ao qual convida Jesus não é só o conhecimento intelectual e acadêmico, tampouco aquele conhecimento literal que leva a leituras fundamentalistas do texto ou a interpretações instrumentalizadas. Mais que isso é a intimidade com a Palavra propiciada pela autêntica vida cristã, que a conhece pela leitura e pelo estudo sim, mas principalmente pela oração, pela abertura À condução do Espírito e pelo discernimento que vai se alcançando pela mediação da comunidade”. 

O Dicastério para a Evangelização prepara, anualmente, um subsídio que orienta a celebração do Domingo da Palavra e propõe um direcionamento para as reflexões, que pode ser acessado pelo <link>.

O subsídio oferece propostas pastorais para acolher a celebração da Palavra de Deus em comunidade e na família, traz opções para a Lectio divina de Jo 8,28-42 (o texto escolhido como lema) e para Mc 1,14-20 (o evangelho do domingo), recorda uma das catequeses do Papa Francisco, narra o testemunho do Cardeal Van Thuân e, ainda, fornece roteiros celebrativos para uma adoração bíblica e para a celebração Eucarística.

Celebração presidida pelo Papa na Basílica de São Pedro

No domingo, dia 21 de janeiro, às 9h30 hora italiana, (05h30 hora do Brasil), o Papa presidirá a celebração eucarística na Basílica de São Pedro e, em seguida, com o objetivo de reavivar a responsabilidade que os fiéis têm no conhecimento da Sagrada Escritura, presenteará os fiéis com o Evangelho de Marcos.

Durante a celebração, os ministérios de Leitor e Catequista serão instituídos a homens e mulheres leigos, em particular duas pessoas receberão o ministério de Leitor e nove o de Catequista. Os fiéis leigos representam o povo de Deus e vêm do Brasil, Bolívia, Coreia, Chade, Alemanha e Antilhas.

Do Brasil, uma das escolhidas foi a Maria Erivan Ferreira da Silva, catequista desde os 14 anos. Trabalhou com a iniciação cristã com crianças de 7 a 8 anos e demais catequeses. Assumiu a coordenação paroquial e a formação de catequistas e hoje coordena a catequese no Regional Nordeste 1 da CNBB, que corresponde ao Estado do Ceará.

A outra escolhida para representar a Igreja no Brasil foi a Ilza Vidal de Pádua Costa, da Paróquia São José, da Diocese de Ji-Paraná (RO). Ela iniciou sua caminhada na catequese aos 17 anos em Itaguai (RJ). Na Paróquia São José atua desde 1995. Hoje ela também colabora na coordenação dos catequistas do Regional Noroeste da CNBB.

A Missa será transmitida ao vivo, com comentários em português, através do site do Vatican News e dos canais no YouTube e no Facebook.

O “Ano da Oração”

No Domingo da Palavra de Deus, espera-se que o Papa estabeleça oficialmente o Ano da Oração, em preparação para o Jubileu de 2025. Depois de promover a reflexão sobre os documentos e o estudo dos frutos do Concílio Vaticano II em 2023, por vontade do Papa Francisco, 2024 será dedicado, nas dioceses do mundo, a redescobrir a centralidade da oração.

Fonte: Vatican News e CNBB

O arcebispo dom Geremias Steinmetz escreve, neste momento de pandemia, sua segunda Carta Pastoral ao Povo de Deus da Arquidiocese de Londrina. Na carta, dom Geremias encoraja os fiéis e o clero a continuarem perseverantes nos trabalhos pastorais e agradece todo trabalho realizado, com fidelidade criativa, ajudando o povo a viver a sua fé.

“Vamos, neste momento de pandemia continuar seguindo as orientações das autoridades sanitárias e trabalharmos na evangelização ‘à espera da Eucaristia’”, escreve o arcebispo, na expectativa de que o momento de abertura “venha o quanto antes”.

Desta forma, dom Geremias indica que as secretarias paroquiais continuam abertas, assim como as igrejas, mas que ainda não haverá celebração da Santa Missa de maneira presencial, a não ser nos municípios cujas autoridades sanitárias autorizam as celebrações presenciais, resguardando, sempre, as orientações de higiene que forem sugeridas.

Por fim, o arcebispo indica cinco pontos que devem ser valorizados por todos os fiéis neste tempo em que vivemos “à espera da Eucaristia”: a Palavra de Deus, a Devoção a Nossa Senhora, a Igreja Doméstica, a Comunhão Espiritual e a Caridade.

 

Leia a Carta Pastoral na íntegra:

 


 

Londrina, aos 08 de Maio de 2020.

 

Queridos Padres Diocesanos e Religiosos, Religiosas, Diáconos, Seminaristas, leigos e leigas, Povo de Deus da Arquidiocese de Londrina.

 

Saúde, paz e bem!

 

Continuamos vivendo as consequências da pandemia do Covid -19 que se abateu sobre o nosso país e sobre a nossa região. As conseqüências mais profundas, certamente, ainda estão por vir. Assim nós todos somos gravemente convocados a fazermos a nossa parte para que a infestação do Coronavírus não produza tantos efeitos nefastos em nossa região, como tem produzido em outras, de acordo com os noticiários. Por isso, vamos continuar com as nossas secretarias abertas para atender a comunidade; continuemos mantendo as igrejas abertas para quem quiser fazer a sua oração durante o dia; mas, não celebremos, ainda, a Santa Missa de maneira presencial. As paróquias dos municípios cujas autoridades sanitárias autorizam as celebrações presenciais podem proceder de acordo com tais orientações resguardando, porém, todas as orientações de higiene que forem sugeridas. Lembro que também os padres em grupos de risco precisam se proteger do Coronavírus com todos os cuidados necessários.

 

Tem esta Carta Pastoral a finalidade de agradecer tantas e diversas manifestações de trabalhos pastorais, de fidelidade criativa, que ajudam neste tempo o nosso povo viver a sua fé, mesmo que de maneira isolada ou em distanciamento social. De fato, temos muitas oportunidades de rezar com as famílias pelos Meios de Comunicação Social, especialmente a Internet. Criaram-se milhares de Igrejas Domésticas que, verdadeiramente, alimentam a fé das pessoas. Muitos bons momentos vividos na devoção a Nossa Senhora, na Leitura Orante da Palavra de Deus, etc. Quanta criatividade para estar perto do povo!

 

Vamos, neste momento de pandemia continuar seguindo as orientações das autoridades sanitárias e trabalharmos na evangelização “à espera da Eucaristia”. Esperemos que este momento de abertura venha o quanto antes. Certamente este esforço será recompensado em graça espiritual para todo o nosso povo. Com este objetivo vamos valorizar bastante:

 

1. A Palavra de Deus – “Ela é viva, eficaz, cortante e penetrante como espada de dois gumes” (Hb 4,12). Ela penetra em nossa vida e provoca a conversão até nas mais difíceis situações. Junto com a Palavra a valorização de pequenos grupos de oração na escuta orante para aprofundar a resposta a ela.

 

2. A devoção a Nossa Senhora – Ela nos acompanha em todos os momentos difíceis. Ajudemos o povo a rezar o Santo Terço para que, inspirados por ela contemplemos com realismo os Mistérios de Nosso Senhor na realidade de hoje.

 

3. A Igreja Doméstica – Neste tempo em que não podemos participar presencialmente da nossa comunidade é bom ajudarmos as pessoas a realizarem a sua Igreja Doméstica. Este é, inclusive, um forte apelo de missão do nosso laicato. A fé trazida para dentro de casa através da oração e da boa e sadia convivência familiar. Existe momento mais apropriado?

 

4. A Comunhão Espiritual – Incentivar a comunhão espiritual é muito importante neste tempo. Recomenda-se, para que a comunhão espiritual seja bem realizada, que se faça um ato de fé na Eucaristia, professando a certeza de que Jesus se faz presente na Santíssima Eucaristia. Seja um ato de amor, dizendo a Jesus que O amamos sobre todas as coisas. Um ato de desejo, expressando o forte e sincero desejo de recebê-Lo na alma. Um pedido de que Jesus se dê espiritualmente naquele momento e que permaneça para sempre, nunca nos abandonando. Assim ela se tornará um verdadeiro consolo para corações sedentos. É muito importante o “sentire cum ecclesia”, sentir com a Igreja, este momento de dificuldade e, ao mesmo tempo de graça, que vivemos. Temos, além da Eucaristia, vários outros elementos de fé que podemos aprofundar.

 

5. A caridade – Além de ser um constitutivo da fé cristológica, a caridade está se mostrando sempre mais necessária nas nossas comunidades e cidades. Já estamos fazendo bastante, mas se a pandemia insistir em continuar certamente as exigências serão ainda maiores. Este é também um ato de fé. Socorrer os necessitados é uma obra de misericórdia. Olhemos para ela com espírito de fé e façamos dela uma prática, pois a caridade apaga uma multidão de pecados. Viver a caridade é, também, motivar as pessoas a cuidar bem dos seus idosos, vulneráveis, crianças, pessoas doentes, a não praticar a violência em gestos e palavras, etc.

 

Que Deus nos guie e acompanhe no pastoreio do rebanho que sofre, corre perigo, as vezes vive sem esperança mas não desiste da fé. Invoco sobre todos a bênção de Deus e a proteção de Nossa Senhora.

 

Atenciosamente

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina – PR