No dia 8 de novembro, penúltimo dia da comitiva missionária em Quebo, aconteceu um encontro com os padres da Diocese de Bafatá. Dom Geremias e os padres Emerson Lipinski, Edson Zamiro e Rafael Fuchus, em nome da Comissão Regional de Presbíteros, junto com o padre Sadi Cordeiro da Silva, missionário em Quebo, acolheram 7 padres, 1 diácono e dois seminaristas, que serão ordenados padre e diáconos nos próximos dias.

Na reunião, os padres do Brasil partilharam sobre a realidade da Pastoral Presbiteral, existente na Igreja do Brasil desde o ano de 1992. Segundo o padre Emerson, para o clero de Bafatá foi uma novidade, pois eles não conheciam essa pastoral. “Eles foram tocados pelo trabalho dessa pastoral, na qual o presbítero cuida do outro presbítero. É uma preocupação da Igreja com a comunhão e a fraternidade presbiteral”, disse o sacerdote.

Outro assunto em pauta foi a manutenção da vida do presbítero diocesano de Bafatá. Os padres guineenses partilharam sobre as dificuldades que encontram para exercer o seu ministério e agradeceram a ajuda que os padres do Paraná vem oferecendo a eles.
Desde o ano de 2018, a Comissão Regional de Presbíteros promove o projeto “Solidários com os irmãos”, no qual motiva todos os padres do Paraná a realizarem, na Quinta-feira Santa, uma coleta solidária em prol dos padres de Bafatá. O dinheiro arrecadado é enviado à sede da diocese e distribuído entre o clero.

“Percebemos que os padres de Bafatá valorizaram muito a coleta que nós fazemos. Eles nos agradeceram, pois com essa coleta eles estão podendo se alimentar melhor, fazer pequenas reformas em suas casas paroquiais, comprar combustível para seus automóveis para se deslocar até suas comunidades e até atender melhor o povo de Deus”, disse padre Emerson.

Outro assunto da reunião foi a discussão de novos projetos em prol da fraternidade entre os dois presbitérios. “Falamos em construir pontes para um presbitério ajudar o outro. Deixamos algumas coisas encaminhadas, mas vamos continuar trocando ideias e refletindo para que possamos, no futuro, nos aproximarmos ainda mais e vivermos, juntos, uma igreja cada vez mais irmã”, finalizou padre Emerson.

Segundo o pároco da Paróquia Santa Cruz, de Buba, padre Admir Isnaba Pereira Tambá, a partilha foi a marca do encontro. “Nós ouvimos, atentamente, os padres e o bispo, dom Geremias. O que me marcou foi a forma que os padres valorizam o viver a comunhão presbiteral, a solidariedade e a preocupação uns com os outros. A presença deles aqui em Quebo mostra que a Igreja é mesmo missionária. Então, temos que trabalhar todos os dias para que a nossa missão chegue o mais longe possível”, disse o padre.

Visita à comunidade Chapa 40, onde vivem apenas três batizados
À tarde, a comitiva missionária foi até a comunidade Chapa 40, localizada há cerca de 30 minutos da Missão. A comunidade fica no meio de uma mata, com uma estrada estreita e de difícil acesso. Trata-se de uma comunidade nascente, onde há apenas 3 pessoas batizadas, as demais estão em processo de iniciação à vida cristã.

Ao chegar, padre Sadi Cordeiro da Silva, dom Geremias Steinmetz, os demais padres e membros da missão encontraram o povo reunido ao ar livre, embaixo de uma árvore. A senhora Teresa, que é uma liderança, catequista, e uma das fundadoras da comunidade organizou o encontro e fez a tradução para as pessoas, que são da etnia Balanta ou Pepeu.

Nessa comunidade não houve missa, mas sim uma celebração, com a proclamação da Palavra de Deus e muitos cantos e danças. A Bíblia utilizada pela comunidade é uma daquelas que foi enviada pela Igreja do Paraná graças à ação missionária “Missão Palavra e Pão”, em 2017. Essa Bíblia foi entronizada pela senhora Tereza, acompanhada de algumas crianças, que cantavam um canto em crioulo, que significa: “Senhor, obrigado pelo pão que tu nos deste. Senhor, obrigado pelo pão do amor. Senhor, obrigado pela força que tu me deste. Senhor, obrigado pela força do amor”.

Dom Geremias fez uma breve reflexão sobre o Evangelho das bem-aventuranças que foi proclamado, explicando, de forma simples, o significado de cada uma delas. A reflexão foi realizada com pausas, a fim de que a senhora Tereza traduzisse para a comunidade.
Ao final do encontro, um homem da comunidade fez uso da palavra, agradecendo a visita de dom Geremias e dos demais padres e dizendo de três grandes dificuldades que eles possuem: não ter uma Igreja, não ter uma escola para as crianças e não ter um poço próximo para buscar água. Na despedida, padre Sadi distribuiu balas para as crianças.


Nesta manhã de quarta-feira, 9 de novembro, dom Geremias e os padres Emerson Lipinski, Edson Zamiro e Rafael Fuchus viajaram para Bissau. São aproximadamente 5 horas de viagem até a capital guineense. Eles embarcam para o Brasil na quinta-feira, dia 10 de abril. O jovem Wesley de Matos Fonseca permanece como missionário residente na Missão São Paulo VI e a jornalista Karina de Carvalho ficará mais alguns dias para mais algumas gravações registros sobre a Missão.

Texto e fotos: Karina de Carvalho – Assessora de Comunicação da CNBB Sul 2

Em funcionamento desde outubro de 2020, no seu terceiro ano letivo, a Escola São Paulo VI recebeu a bênção de inauguração oficial na manhã desta segunda-feira, 7 de novembro. Essa bênção era um dos objetivos principais da visita pastoral missionária do arcebispo de Londrina e presidente do Regional Sul 2 da CNBB, dom Geremias Steinmetz, à Missão São Paulo VI, na cidade de Quebo, na Guiné-Bissau.

Por volta das 7h30, as crianças começaram a chegar à escola para mais um dia de aula. Neste terceiro ano letivo, que começou no início de outubro, a escola conta com 157 alunos, divididos em 4 turmas: Jardim de Infância I, II e III, e 1ª e 2ª classe. Como hoje era um dia especial, muitos pais permaneceram na escola para acompanhar a bênção de inauguração.

A diretora da escola, irmã Helena Yukie Makiyama, apresentou dom Geremias e os demais padres que foram com ele do Brasil: Emerson Lipinski, Edson Zamiro e Rafael Fuchus. Em seguida, as crianças cantaram um canto que, segundo uma professora, expressa que cada criança é uma luz pequenina que brilha. Assim dizia o canto: “Essa luz pequenina vou deixá-la brilhar. Bem dentro de mim, vou deixá-la brilhar. Onde quer que eu vá, vou deixá-la brilhar”.

Dom Geremias fez uso da palavra, saudando as crianças, os pais, os professores, os missionários e todos os presentes. “Nós estamos aqui em nome da Igreja do Paraná, no Brasil. São 18 dioceses que se reúnem ao redor deste trabalho, que ajudaram a construir, que ajudam a manter, a fim de que tudo possa continuar acontecendo com alegria. A Igreja do Paraná se alegra com esse momento que estamos vivendo aqui”, disse dom Geremias.

Ao finalizar, o arcebispo agradeceu, de forma especial, a todos os professores: “Com a ajuda de todos, a Escola São Paulo VI, com certeza, cumprirá o seu objetivo e contribuirá enormemente para o futuro desta comunidade. Hoje, essas crianças são pequenininhas, mas daqui a 5, 10, 15, 20 anos, serão adultos, pessoas que estarão aí com uma formação bonita, humana e que ajude a construir sempre mais essa cidade”.

O missionário padre Sadi Cordeiro da Silva também fez uso da palavra, motivando os alunos a bater palmas para todos os visitantes. Em seguida, cantou o refrão da música “Amar como Jesus amou”, dizendo às crianças que os visitantes, o bispo e os padres, também são como crianças no coração, porque seguem um jovem chamado Jesus, que veio nos trazer o amor de Deus.

A bênção da escola aconteceu logo em seguida, presidida por dom Geremias. Ele aspergiu com água benta os arredores da escola, as crianças, os professores, os pais e todos os presentes. Na conclusão da bênção, dom Geremias desatou um laço, que estava amarrado entre os dois blocos da escola, oficializando a inauguração da Escola São Paulo VI.

Após a bênção, os alunos viraram-se em direção à bandeira da Guiné-Bissau, que foi hasteada na frente da escola por um dos professores, e cantaram o hino nacional guineense.

Para concluir o momento da bênção, alguns professores fizeram uso da palavra. “Eu só quero agradecer o povo do Brasil, porque sem a ajuda deles não teríamos essa escola, pela qual conseguimos ter amizade e ajudar essas crianças, e hoje temos um sonho grande para um mundo novo, bom, cheio de luz e fraternidade”, disse Maurício Tagme Naquidama.

“Agradecemos aos bispos do Paraná por esse amor e carinho que tem por nós. Nós, professores, estamos lutando para melhorar a situação dessas crianças e o Brasil também está lutando conosco. O meu sonho é estudar e formar, mas por enquanto, estou aqui tentando ajudar as crianças naquele pouco que eu tenho”, expressou Camilo Gilberto Gomes.

A secretária da escola, Madina Indi, falou sobre uma das dificuldades que a escola possui, que é a formação dos professores, pois a maioria ainda não tem a formação acadêmica. “Nossos professores estão estudando. Eles têm o sonho de ser médicos, enfermeiros e professores. Mas as condições para isso são difíceis. Agradecemos muito o apoio do Paraná e o esforço que estão fazendo para nossas crianças e a nossa escola, mas se ainda puderem ajudar para que os professores possam formar, seria muito bom para nós. Assim, nossa escola teria professores capacitados para dar um melhor ensino para as nossas crianças”.

“Agradeço o povo do Brasil e os missionários aqui na África, porque eles estão fazendo um bom trabalho. Sabemos que a educação é muito importante e sem ela não podemos fazer nada, porque a escola é a chave para o nosso futuro, com ela conseguimos fazer muitas coisas. Obrigada”, disse Amélia Camala.

Para concluir, dom Geremias concedeu a bênção a todos. Em seguida, os alunos seguiram para suas salas para iniciar mais um dia de aula. No vídeo, a seguir, dom Geremias conta como foi a inauguração.

A Escola São Paulo VI foi construída com os recursos financeiros da Igreja do Paraná, especialmente, por meio da ação missionária “Escola para a Missão São Paulo VI”, que foi lançada em setembro de 2019 e concluída em abril de 2022. Já foram construídos dois blocos, de três previstos. O segundo, no entanto, ainda está inacabado. Sendo assim, a Missão conta com a generosidade do povo paranaense para manter e dar continuidade ao projeto da Escola, que é um sinal de esperança para as crianças e os jovens guineenses.

Texto e fotos: Karina de Carvalho – Assessora de comunicação da CNBB Sul 2

Neste domingo, 3 de julho, o Conselho Missionário Arquidiocesano de Londrina (COMIDI), teve a alegria de acolher a missionária Helena Wegrzyn, da Diocese de Jacarezinho, que retornou da Missão São Paulo VI, do Regional Sul 2 da CNBB na Guiné Bissau. Helena chegou ao aeroporto de Londrina e foi recebida por familiares, membros do COMIDI de Jacarezinho e pelo padre Marco Antônio Rosim, coordenador da Ação Evangelizadora daquela diocese. “Celebramos a chegada da missionária em ação de graça, nos animando para continuar trabalhando na retomada da ação missionária a favor desta missão”, destacou irmã Maria Fernanda Godoy, MC, coordenador do COMIDI de Londrina.

O Regional Sul 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) mantém, desde 2014, a Missão São Paulo VI, na Guiné-Bissau, um dos países africanos mais pobres do mundo.  Desde o seu início já foram enviados vários missionários e missionárias para colaborar nas tarefas de evangelização, vivendo no meio do povo, partilhando as alegrias e dores da comunidade.

A missão atua em três áreas: evangelização, saúde e educação. Para que se mantenha é preciso que toda a Igreja do Paraná abrace a missão. É possível colaborar de três formas: indo em missão, rezando pela missão e contribuindo materialmente com a missão. “Nem todos podem ir, mas todos podem rezar e contribuir! Os missionários precisam continuar com a ação evangelizadora em favor das crianças e famílias. A missão continua e podemos fazer parte sempre”, finaliza irmã Fernanda.

Pascom Arquidiocesana

Fotos: Guto Honjo

No último fim de semana, a Arquidiocese de Londrina recebeu a visita missionária do secretário-executivo do Regional Sul 2 da CNBB, padre Valdecir Badzinski, e do coordenador do Conselho Missionário do Regional Sul 2, José Donizete. A visita teve como objetivo a partilha fraterna e animação missionária na dimensão ad-gente e levar ao povo de Deus o conhecimento sobre a Missão São Paulo VI, no país Guiné-Bissau, uma responsabilidade de todos os fiéis católicos do Paraná.

No sábado, 2 de abril, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Decanato Leste, foi apresentada a proposta de auxílio à missão católica na Guiné Bissau, onde são desenvolvidos projetos missionários nas dimensões: educação, saúde e evangelização. Esta visita deu início ao despertar do compromisso missionário com o intuito de que as paróquias da nossa arquidiocese possam contribuir com esta missão da Igreja do Paraná e se façam cada vez mais presentes junto aos irmãos africanos, tornando-se cada vez mais missionárias.

Anunciar por todos os meios possíveis! No domingo a missão chegou às rádios da cidade, no programa “Sementes do Reino” da Rádio Paiquerê e “Ele está no meio de nós”, da Rádio Alvorada.

Dentro do marco celebrativo do Ano Jubilar Missionário, a visita missionária finalizou com a celebração da missa, na Catedral de Londrina, presidida por dom Geremias Steinmetz e concelebrada pelos padres Valdecir Badzinski e padre Wendel Perre dos Santos, vigário da Catedral.

Agora é tempo de assumir a missão, contamos com a cooperação missionária para chegar com as orações, presença e recursos econômicos para que a Missão São Paulo VI continue o processo de desenvolvimento e fortalecimento, dando frutos de vida em abundância.

Irmã Maria Fernanda Godoy, MC

Coordenadora Arquidiocesana das Missões

Fotos: Ernani Roberto e Marilene Maria de Souza