Desenvolver ações de formação de mulheres no empreendedorismo com a seda e divulgar práticas inovadoras desenvolvidas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Esse é o objetivo do projeto “Mulheres que transformam o Paraná com a Seda”, que estará no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, na Vila Nova, para apresentar ações e conscientizar o maior número possível de mulheres para participarem dos cursos que serão ofertados em 2023. O Santuário recebe também, neste fim de semana, expositores do Bazar da Madre, no sábado (11), das 16h às 20h30.

“O Brasil é um dos maiores produtores de fios de seda do mundo, e o estado do Paraná se destaca nessa produção. As mulheres possuem um papel fundamental na produção de seda, desde a produção em campo até a indústria, onde diversos setores são predominantemente executados por mulheres”, afirma Renata da Rosa, coordenadora do projeto, professora e pesquisadora do Departamento de Biologia UEL, doutora em biologia celular e molecular. A iniciativa tem participação dos docentes do Departamento de Design, entre elas as professoras doutora Cristiane Cordeiro Nascimento e Mestra Paula Napo, além dos estudantes de graduação e pós-graduação.

Depois de recrutar as mulheres interessadas, serão realizados cursos de empreendedorismo. “As mulheres serão capacitadas a trabalharem com a seda, principalmente, de subprodutos da indústria têxtil. Será uma oportunidade de formação, pois, mulheres capacitadas são aptas a ocupar o mercado de trabalho e agregar valor nos subprodutos da seda”, ressalta Renata. O Paraná segue sendo responsável por 85% da produção nacional e tem em Londrina a única fábrica de fiação de seda do Hemisfério Ocidental, a Bratac Fiação de Seda, que exporta para países da Europa e Japão, entre outros, 95% da produção.

A cadeia da produção da seda no Paraná envolve desde a agricultura familiar, com a criação de amoreiras e manutenção genética delas para alimentar o bicho da seda, até a indústria da fiação, localizada em Londrina. “O estado é o maior produtor de casulos do Brasil, sendo considerado o fio de melhor qualidade do mundo. A atividade possui uma grande importância na economia de pequenos produtores. A cadeia produtiva da seda é totalmente sustentável, onde os fios de seda são utilizados em diversas aplicações (moda e saúde). Não há resíduos ou perdas em sua produção, mesmo os subprodutos são integralmente aproveitados”, garante Renata.

Para o padre Rodolfo Trisltz, pároco e reitor do Santuário, abrir as portas da igreja é possibilitar que essas mulheres sejam protagonistas de suas próprias vidas. “A Casa da Mãe Aparecida é a casa de todos os seus filhos, de modo especial as mulheres, que se inspiram na figura materna de Maria, uma mulher à frente de seu tempo e, digamos assim, empoderada e protagonista”, afirma o sacerdote. As pessoas que quiserem conhecer o projeto, visitar os expositores e participar das atividades religiosas, estão todas convidadas. Aos sábados, as missas são 7h e 18h30.

Santuário Nossa Senhora Aparecida

Foto: divulgação