O Papa Francisco concluiu sua série de audiências da quinta-feira, dia 12 de setembro, recebendo, no Vaticano, os bispos de recente nomeação que participaram do curso promovido pelas Congregações para os Bispos e para as Igrejas Orientais. No discurso, o papa falou sobre uma atitude que é essencial para os bispos: a proximidade com Deus e com o povo. 

 

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Proximidade

A proximidade a Deus é a fonte do ministério do Bispo, explicou o Papa. Deus se fez próximo a nós mais do que poderíamos imaginar, encarnando-se em Cristo e a razão da nossa existência é “tornar palpável esta proximidade”.

 

Por isso o Bispo, sem poupar tempo, precisa estar diante de Jesus e levar até Ele as pessoas e as situações. Em outras palavras, o Bispo deve cultivar esta intimidade com Cristo diariamente na oração.

 

“Somente estando com Jesus somos preservados da presunção pelagiana de que o bem deriva da nossa capacidade.”

 

De Deus ao povo

Ao estar próximos de Deus, cresce a consciência de que a identidade do Bispo é fazer-se próximos. “Não é uma obrigação externa, mas uma exigência interna à lógica do dom.” A proximidade ao povo não é uma estratégia oportunista, advertiu o Papa, mas a condição essencial do ministro ordenado.

 

“ Mesmo na nossa pobreza, cabe a nós fazer com que ninguém sinta Deus como distante, que ninguém use Deus como pretexto para levantar muros, abater pontes e semear ódio. ”

 

A proximidade do Bispo, prosseguiu Francisco, não é retórica, não é feita de anúncios autorreferenciais, mas de disponibilidade real. É preciso deixar-se surpreender e aprender verbos concretos, como ver, cuidar e curar. É colocar-se em jogo e sujar as mãos.

 

“Por favor, não deixem que prevaleçam os temores pelos riscos do ministério, retraindo-se e mantendo as distâncias”, exortou o Pontífice.

 

Sobriedade, sem bajuladores

O termômetro da proximidade é a atenção aos últimos, aos pobres, que é já um anúncio do Reino, assim como o é a sobriedade.

 

“ Levar uma vida simples é testemunhar que Jesus nos basta. ”

 

Enfim, são necessários bispos capazes de sentir o palpitar de suas comunidades e de seus sacerdotes, que não se contentem de presenças formais, mas que sejam “apóstolos da escuta”. Por favor, exortou novamente o Papa, não se circundem de bajuladores.

 

De modo especial, Francisco encoraja as visitas pastorais regulares e uma proximidade especial aos sacerdotes.

 

“Também eles estão expostos às intempéries de um mundo que, mesmo cansado das trevas, não poupa hostilidade à luz. Eles precisam ser amados, seguidos e encorajados.”

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano