Cerca de 550 Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão (MESC) da Arquidiocese de Londrina peregrinaram no domingo, 28 de agosto, ao Santuário Nossa Senhora Aparecida de Londrina.  Os ministros vieram de pelo menos 39 paróquias de Londrina e cidades da região, de nove decanatos diferentes.

Essa foi a primeira peregrinação dos MESCs ao Santuário de Aparecida de Londrina. Estava programada para acontecer em 2020, mas teve que ser adiada por causa da pandemia. A ideia é que seja promovida anualmente.

O coordenador arquidiocesano, Luiz Caitano, explica que o objetivo da peregrinação foi aprender a valorizar o ministério além de agradecer a Nossa Senhora por sua intercessão. “Somos peregrinos neste mundo, temos também que aprender a valorizar as peregrinações. É através delas que conseguimos tornar a nossa fé viva em Jesus Eucarístico e agradecer à Mãe Aparecida por tantas graças alcançadas”, explica.

A peregrinação iniciou com a Hora Santa, um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento, e encerrou com a Santa Missa presidida pelo padre Alexandre Alves Filho, assessor dos Mesc e concelebrada pelo padre Rodolfo Trisltz, pároco e reitor do Santuário.

Romarias ao Santuário

As romarias ao Santuário Nossa Senhora Aparecida de Londrina são abertas ao público e, além de grupos setorizados que se organizam para participarem das missas no Santuário, diversas pessoas vão até o local para pagarem promessas, já que não é necessário ir até o Santuário Nacional, em Aparecida.

 “Nós recebemos pessoas de diversas localidades, seja das cidades da região que fazem parte da Arquidiocese de Londrina, seja de outras cidades, como do Norte Pioneiro ou até do interior de São Paulo”, ressalta o padre Rodolfo Trisltz.

“Ir em direção à Casa da Mãe é o mesmo que ir em direção a seu filho, Jesus. Aliás, a Casa da Mãe é a casa de todos os seus filhos, incluindo os Ministros da Sagrada Comunhão”, disse o pároco e reitor. De acordo com ele, todos os que quiserem realizar uma peregrinação podem fazê-lo espontaneamente ou agendando pelo telefone (43) 98413-8001.

Pascom Arquidiocesana
(Com informações Santuário Nossa Senhora Aparecida de Londrina)

Fotos: Guto Honjo

Depois de dois anos de distanciamento, uma ação necessária para nos reconectar com Deus e com o próximo

A pandemia da COVID-19 trouxe inúmeras restrições e adaptações em todos os aspectos da sociedade. Não foi diferente nas igrejas. Missas e reuniões apenas on-line, comunhão espiritual, suspensão de atendimentos e atividades paroquiais e pastorais, enfim, muitas interrupções. Tivemos como aliada nestes tempos difíceis, a tecnologia. Com ela pudemos estar “perto”, de alguma forma, das celebrações e atividades realizadas em nossas paróquias, como as lives, terços, formações e novenas. A Igreja se fez nas casas, e sim, foram momentos de união e de exaltação da fé. Essa realidade tecnológica deverá permanecer e continuar a enriquecer nossa caminhada, mas se faz necessário voltar.

É nos encontrando com os irmãos, escutando a palavra, na graça da reconciliação, refletindo a homilia e recebendo a Eucaristia que mantemos o coração aquecido no amor do Senhor. Foi Deus quem nos sustentou nesses tempos desafiadores e agora nos alegramos em poder retomar às atividades tão necessárias em nossas comunidades. Estamos vivendo um tempo especial em nossa Igreja, o Tempo Pascal, e acabamos de viver a Páscoa do Senhor, que, após dois anos, tivemos a alegria de participar das programações tradicionais em comunidade.

Para o frei Wainer Queiroz, FMM, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Piedade, no Decanato Oeste, o Tempo Quaresmal fez ressoar um forte convite: “Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração…” (Jl 2, 12). “Urge refletir dois aspectos dessa convocação do Senhor, desse VOLTAR. Primeiramente, o apelo que é próprio da Quaresma, voltar para o Senhor de todo coração, com as práticas quaresmais, jejuns, orações, esmolas e todos os exercícios benéficos para a nossa conversão.” O frei cita o exemplo das procissões de penitência, vias-sacras, que neste ano foram possíveis devido à baixa da pandemia.

Frei Wainer ainda chama a atenção para outro aspecto a ser refletido, “voltai para mim…” diz a Palavra de Deus, “seria um voltar não só de coração, mas, também fisicamente. Com a pandemia, tivemos que praticar o distanciamento social, que em muitos casos se transformou num verdadeiro isolamento social-comunitário.” Esse isolamento pode ter gerado uma reaproximação do núcleo familiar, mas causou um distanciamento e uma certa indiferença pelo outro que não fazia parte do núcleo familiar, causado pelas precauções e cuidados que deveriam ser tomados para com a COVID-19.

“O distanciar-se do outro, estabelecendo um fechamento e uma restrição ao pequeno grupo de relacionamentos presenciais, esse fechamento precisa ser superado nesse momento de retorno. É necessário se abrir ao próximo. Retornar às atividades gerais e também retornar à Igreja, já estamos percebendo a possibilidade concreta de um voltar a participar das missas, dos encontros, da vida cotidiana da comunidade de modo presencial; na alegria de reencontrar o irmão de comunidade”, reforça o frei. 

Como bem conhecemos a parábola do filho pródigo em Lc 15,11-32, podemos nos reconhecer nesse filho, claro que por motivos distintos, mas o Pai nunca nos abandonou, entendeu as nossas razões, ouviu nossas angústias e pedidos e agora nos espera ansioso de braços abertos. Cuidemos do nosso coração e não nos acomodemos, um cristão não pode se acomodar. Assim como precisamos continuar cuidando da nossa saúde, do trabalho, das pessoas que amamos, é necessário cuidar da nossa espiritualidade, nos reconectar com a mãe Igreja, tão rica nos ensinamentos que nos aproxima do plano de Deus.

Segundo o frei, a comunidade paroquial é um elo de comunhão e de ligação com Deus. Na comunidade reunida encontramos com o Senhor e com os irmãos de caminhada em direção a Deus. “Parece urgente retornar. É tempo de se encher de esperança, retomar as reuniões pastorais, projetos suspensos e olhar o próximo. Tudo com amor, com a certeza em Jesus de que novas coisas têm o Senhor para nós.”

E você, pronto para voltar ao encontro do Senhor?

Gisely Siena Leite
Pascom Arquidiocesana

Foto: Terumi Sakai