Coleta nacional será realizada no Domingo de Ramos, próximo dia 28 de março

 

Já se perguntou para onde vai a coleta solidária que é feita em todas as paróquias do Brasil no Domingo de Ramos (domingo antes da Páscoa), durante a Campanha da Fraternidade vigente? Essa arrecadação compõe o Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), que desde 1998 promove a sustentação da ação social da Igreja Católica no país, tendo contemplado milhares de projetos. Só em 2019, o fundo apoiou 238 projetos em todo país com a distribuição de R$3.814.139,81, não incluindo o que foi destinado aos fundos diocesanos. A coordenação é da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

 
Do valor arrecadado nas paróquias, 60% permanece na arquidiocese e constitui o Fundo Arquidiocesano de Solidariedade (FAS) para financiar projetos sociais e de geração de trabalho e renda relacionados preferencialmente ao tema da Campanha da Fraternidade ou afins, coordenado por um Conselho Gestor Arquidiocesano. Já os 40% restantes são depositados em uma conta específica que integra o FNS, administrado pelo Conselho Gestor da CNBB em convênio com a Cáritas Brasileira. Em março de 2021, por exemplo, este fundo destinou R$141 mil reais para os Regionais Noroeste e Norte 1 da CNBB para auxiliar no enfrentamento da pandemia e das consequências das enchentes e da crise migratória na região. 
 

Os valores e projetos contemplados pela campanha 2019 em todo o país podem ser consultados no Portal da Transparência CNBB – Projetos apoiados pelo Fundo Nacional de Solidariedade em: https://fns.cnbb.org.br

 

Ações Locais – Doações do fundo contemplam Cambé e Centenário do Sul 

 

A Cáritas Arquidiocesana de Londrina é a gestora do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade (FAS). Os projetos locais têm teto máximo de R$5.000 e de R$15.000 para projetos de abrangência arquidiocesana. Em âmbito nacional há valores superiores. O tempo máximo de execução do projeto é de 12 meses. 

 

Na arquidiocese, na última campanha foram quatro projetos contemplados, cada um com R$5 mil: Centro Social e Pastoral Santo Antônio Maria Claret – Paróquia Nossa Senhora da Glória, Decanato Norte; Associação Nossa Senhora das Graças, Paróquia Nossa Senhora das Graças, Centenário do Sul; Lar Santo Antônio de Cambé; Casa de Apoio Madre Maria Gertrudes. 

 

Em Cambé (PR), o recurso de R$5.000 foi para o Lar Santo Antônio e serviu para a instalação de prateleiras de granito na despensa do Abrigo Padre Manoel Coelho, que faz parte da Instituição. A irmã Aparecida Jardine, presidente do Lar, diz que as prateleiras anteriores eram de zinco e estavam empenadas e danificadas. “É uma ajuda de grande importância aos mais carentes porque não teríamos condições de realizar essa obra. Está sendo útil para guardar melhor os alimentos. Instituições como a nossa dependem de doações e muitas vezes ficamos emperrados de realizar alguma benfeitoria por falta de recursos”, explica. 

 

De momento, por exemplo, o abrigo necessita de colchões forrados de courvin para ajudar no atendimento dos 40 moradores fixos e cerca de 80 no geral, entre deficientes físicos e mentais e idosos. “Fora os que vêm de fora pedir marmita e banho. Continuamos atendendo na pandemia, mesmo com as dificuldades”, completa a irmã Jardine.

 

Já em Centenário do Sul (PR), a presidente da Associação Nossa Senhora das Graças, Olga Zaia, conta que o projeto inicial contemplava a reforma da calçada em frente ao asilo, corrimão e rampa de acesso. “Os R$5.000 recebidos na época foram de grande ajuda! A calçada foi feita e o corrimão está pronto e pago, só falta ser colocado. A mão de obra será paga com recurso próprio e não foi possível ainda pois não recebemos mais visitas devido à pandemia. Foi muito bom porque a entrada do asilo estava horrível com risco de alguém tropeçar. As raízes das árvores haviam quebrado a calçada. O corrimão servirá de suporte aos 36 idosos que residem no asilo. Já tem do lado direito, agora será colocado do lado esquerdo. No lugar da rampa, como o valor não era suficiente, pedimos autorização para reparar uma fossa séptica que havia afundado”, detalha Olga.

 

O pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, de Centenário do Sul, padre Marcos José dos Santos, diz que “essas ações fazem com que a campanha da fraternidade tenha um desdobramento concreto e eficaz, unindo fé e vida, oração e ação, pois o gesto concreto, a partilha realizada na coleta da solidariedade, se transforma em apoio e execução de obras a pessoas e instituições necessitadas e que cuidam e promovem a vida humana. Assim, a Quaresma e a campanha da fraternidade nos ajudam à conversão e transformação da vida daqueles que precisam, vivendo as palavras de Jesus: ‘Todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram’ (Mt 25, 40).

 

Luciana Maia Hessel
Pascom Arquidiocesana

 

Matéria publicada na edição de março de 2021 da Revista Comunidade, da Arquidiocese de Londrina