Longa-metragem estará em cartaz nos cinemas da cidade entre os dias 23 e 29 de novembro

Coroinhas da Arquidiocese de Londrina, pais e responsáveis participaram, na quarta-feira, 15 de novembro, da pré-estreia do filme ‘A força da Amizade – um caminho com Padre Pio’, no Cineflix do Shopping Aurora. O evento, que teve a participação de 120 pessoas, foi uma parceria da Arquidiocese de Londrina com a produtora Kolbe Arte, responsável pela distribuição do filme no Brasil.


“A força da amizade” conta a história de dois amigos que estreitam os laços de amizade ao se juntarem para escrever um livro sobre São Padre Pio, percorrendo os locais e conversando com pessoas com quem ele conviveu. O filme estará em cartaz nos cinemas de Londrina entre os dias 23 e 29 de novembro.


Padre Evandro Delfino, assessor eclesiástico da Pastoral dos Coroinhas, também participou da sessão. “As crianças gostaram muito do filme. Além de se divertirem indo ao cinema, tiveram oportunidade de conhecer um pouco a devoção a São Pio, um grande santo, e ao mesmo tempo refletir sobre valores como a amizade e a fé”, destacou padre Evandro.

Pascom Arquidiocesana

Fotos: Guto Honjo

No dia 23 de Fevereiro de 2020, durante a Visita Ad Limina dos bispos do Regional Sul II, tive a alegria de acompanhar um grupo de bispos do Paraná em visita ao Santuário de São Padre Pio de Pietrelcina, em San Giovanni Rotondo, na Itália. Como era um domingo de folga dos compromissos oficiais da visita, saímos de Roma às 7h planejados para chegar em tempo para a celebração da Eucaristia no Santuário por volta de 11h30. A viagem foi muito tranquila e divertida, regada a boas conversas com os companheiros de viagem. Na chegada no santuário antigo nos apresentamos ao reitor e fomos imediatamente orientados a celebrar a Eucaristia com peregrinos que quisessem participar na cripta onde está uma representação do corpo do Padre Pio.

 

Coube a mim presidir a Celebração Eucarística. Na homilia percebi as pessoas muito atentas porque, como nós, estavam em peregrinação. Expliquei que éramos um grupo de bispos brasileiros em Visita Ad Limina e que estávamos admirados pela grandeza do ambiente em todos os sentidos. 

 

Disse ainda que em nossas dioceses há muitos devotos do Pe. Pio. Nas conversas com os peregrinos após a missa percebemos a presença de pessoas de várias regiões da Itália. Falei também com pessoas da Áustria, Tchecoslováquia, etc. Todos muito gentis e respeitosos. O frei capuchinho que nos acolheu convidou-nos para o almoço com a comunidade dos capuchinhos que cuida dos trabalhos no santuário: confissões, celebrações, peregrinações, administração, livrarias, lojas de souvenirs, etc. 

 

O almoço com os freis foi interessante. Além da comida saborosa e do bom vinho produzido por eles, conhecemos ali alguns freis que ainda conviveram com o Pe. Pio e relataram alguns fatos, especialmente do final da vida dele. Para ser fiel nos dados biográficos, fui buscá-los no site dos Franciscanos da Imaculada Conceição do Brasil – OFM:  

Nasceu em Pietrelcina no dia 25 de maio de 1887. Chamava-se Francisco Forgione. O nome de Frei Pio de Pietrelcina recebeu-o em 1903, quando entrou na Ordem dos Capuchinhos. Foi ordenado sacerdote a 10 de agosto de 1910. Viveu uma vida de exigência pessoal. Venceu os maus instintos. Foi rigoroso na luta contra os vícios, simples no vestir e na comida e extremamente cuidadoso em evitar atos que pudessem ofender a Deus, aos irmãos ou a qualquer pessoa. 

Frei Pio é considerado um grande místico por todas as pessoas a quem chegou a sua ação e influência. Nisto consistiu a radicalidade profunda e original da sua espiritualidade, que o faz ter admiradores em todos os continentes. Assim como aconteceu com São Francisco de Assis, o Senhor crucificado quis partilhar com ele as dores da sua Paixão concedendo-lhe a graça dos estigmas, a 20 de setembro de 1915. Este foi o acontecimento místico mais marcante na vida do Frei Pio, mas há outros que importa, pelo menos, enumerar: o dom da profecia, o dom do discernimento dos espíritos, o dom da bilocação, o dom das curas, o dom das conversões, o dom dos perfumes.

O que mais atraiu as multidões de todos os continentes ao Convento de São Giovanni Rotondo durante a sua vida, foi a celebração da Eucaristia, o heróico atendimento de confissões e a direção espiritual (a quem recorreu muitas vezes o Papa São João Paulo II, então estudante de Teologia em Roma). Morreu no dia 23 de setembro de 1968. Foi canonizado em 16 de junho de 2002 e a sua festa litúrgica é celebrada dia 23 de setembro.

 

Na parte da tarde daquele domingo o frei nos mostrou todas as coisas relativas ao Pe. Pio e que o acompanharam durante sua vida e seu ministério: o pequeno quarto, a cama, a mesa onde escrevia e lia, o confessionário, o altar onde normalmente celebrava a Eucaristia. Tudo isto está na casa e na igreja onde viveu e atuou como padre. A casa onde viveu é hoje um museu. 

 

 Em seguida fomos ver e visitar o suntuoso novo santuário. É muito bem construído. Chama atenção pelas grandes dimensões, pela bela arquitetura, pelo planejamento em vista da pastoral. O detalhe teológico que mais me chamou atenção é o conceito de “inserção no Mistério de Cristo”. 

 

Há uma coluna que parte do andar térreo, onde está a sala de confissões, até o terceiro piso onde a coluna é a base para o altar central do santuário. Na sala de confissões há um nicho, construído na própria coluna, onde estão depositados os restos mortais do Pe. Pio. Representa justamente a mais autêntica compreensão da teologia dos santos: Viver e morrer inseridos no Mistério de Cristo. Concluo dizendo que tudo o que Pe. Pio fez em sua vida foi para testemunhar este Mistério central da fé.

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo de Londrina

 

Artigo publicado na Revista Comunidade edição setembro 2021
Foto destaque: Pe. Lawrence Lew O.P.

 

Fotos:  Arquivo pessoal

Neste mês recordamos os 51 anos da morte de São Padre Pio de Pietrelcina e os 101 anos da aparição dos estigmas em seu corpo

 

Francesco Forgione, mais conhecido como São Padre Pio de Pietrelcina, tinha apenas 15 anos quando entrou no noviciado da ordem dos Capuchinhos em Marcone. Vindo de uma família humilde e católica, sua vida foi marcada por eventos místicos, especialmente pela sua relação com Deus e com aqueles que iriam ao seu encontro. 

 

Desde criança, São Padre Pio demonstrava ser caridoso e manifestava interesse pelas coisas de Deus. Ele nasceu em 25 de maio de 1887, no vilarejo de Pietrelcina, na Itália. Seu desejo de ser sacerdote começou quando conheceu o Frei Camilo, um monge capuchinho que passou por sua casa pedindo esmolas. Após muitos estudos, foi ordenado sacerdote em 10 de agosto de 1910, no Duomo de Benevento. 

 

São Padre Pio viveu a maioria de sua vida no convento de San Giovanni Rotondo. Após um tempo, percebeu que sua missão sacerdotal era a de acolher em si o sofrimento do povo, como uma espécie de catalizador. Como confirmação, aos 31 anos de idade, se tornou o primeiro sacerdote a receber visivelmente os estigmas de Cristo, aparentando que Deus queria aliviar a aflição de seu povo através de São Padre Pio. Muitas pessoas diziam se sentir reconfortadas após se confessarem com ele. Um exemplo para muitos sacerdotes, São Padre Pio se entregou inteiramente ao sacramento da confissão, chegando a passar até 14 horas por dia no confessionário.  

 

Uma das pessoas atendidas no confessionário por Padre Pio foi o padre Giovanni Mezzadri. Indeciso sobre o seu chamado à vida sacerdotal, teve a grande oportunidade de conhecer e se confessar com São Padre Pio. Durante a confissão, foi chamado a iniciar seu processo vocacional. “Eu disse os meus pecados quando me encontrei diante do Padre Pio e falei que às vezes me vem a tentação de entrar no seminário. Ele me olhou com seriedade e me disse ‘Que tentação? Faz três anos que está resistindo ao chamado de Deus’”. Depois daquele momento, padre Giovanni percebe que estava resistindo a uma grande dádiva. Para ele, não existe uma graça maior do que a de ser sacerdote. 

São Padre Pio é uma das inspirações para o frei Nelson Martins (Foto: Giulia Vibosi)

 

Frei Nelson Martins OFMCap, sacerdote capuchinho há 27 anos, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, Decanato Sul, começou sua caminhada na Igreja em um grupo de jovens. Ele conta que o santo é uma grande inspiração: “Se ele ficava 14 horas por dia na confissão, então por que eu não posso ficar cinco ou seis horas?”, conta. Muitos diziam que São Padre Pio auxiliava aqueles que não tinham coragem de confessar um pecado grave, revelando-os por inspiração divina. 

 

Espiritualidade

Além de aliviar o sofrimento espiritual, São Padre Pio tinha o desejo de aliviar o sofrimento físico. Ele teve a inspiração de construir a “Casa de Alívio do Sofrimento”, um hospital que se tornou referência em toda a Europa. Atos de amor como esse fizeram com que a devoção do Frei Nelson Martins só aumentasse. “Esse jeito de pastor que cuida das ovelhas fez com que eu tivesse um amor especial por ele”, comenta. 

 

Isabella Perez considera São Padre Pio seu pai espiritual (Foto: Arquivo Pessoal)

Por meio de um pedido do Papa Pio XII, São Padre Pio fundou os grupos de oração que, assim como o do frei Nelson, vem transformando a vida de várias pessoas. Uma delas é a jovem Isabella Perez, devota desde 2016. “Ele é um pai para mim. Ele é um pai que me corrige nas minhas orações, que me incentiva a rezar diariamente e eu me sinto segura sendo filha dele”. Segundo ela, seu santo de devoção é um exemplo de amor à cruz e ao próximo.

 

Para São Padre Pio uma só coisa era necessária: estar perto de Deus. Devido a esse motivo, ele ocupava seu tempo tentando ganhar almas para Jesus. O padre Giovanni Mezzadri sempre aconselha, especialmente os jovens, a seguirem os seus corações. “Não façam como eu, que me acovardei por três anos. Eu encontrei o Padre Pio, vocês não vão encontrar mais ele, mas vocês têm os seus párocos. Se abram! Conversem! Não sufoquem o chamado de Deus”.

 

Estigmas 

As cincos chagas de Cristo que Padre Pio recebeu em seu corpo o acompanharam durante 50 anos e só desapareceram pouco antes de sua morte. Em suas cartas, ele nunca pedia para que Deus retirasse a sua dor, pois o aproximava mais de Cristo. Mas desejava que removesse os sinais externos porque lhe causava muita confusão, além de sangrarem mais durante as missas. Sua fama de santo se espalhou por toda a Itália e várias pessoas vinham de lugares distantes para conhecê-lo. 

 

O processo de veracidade dos estigmas fez com que em um período o São Padre Pio não celebrasse as missas e também não atendesse as confissões, mas continuava atendendo alguns filhos espirituais por meio de cartas. A humildade e a obediência de São Padre Pio fazem com que Isabella Perez creia que “ele não queria ser grande, ele queria que Deus o fizesse grande”, sendo um exemplo atual para muitas pessoas.

 

Falecimento

Depois de uma vida em busca da misericórdia de Deus, São Padre Pio de Pietrelcina faleceu em 23 de setembro de 1968 após celebrar uma missa. O reconhecimento de sua santidade foi em 2002 por João Paulo II. Suas curas milagrosas, leituras de pensamentos, estigmas e as bilocações foram alguns dons que os devotos consideram ser um discernimento extraordinário. A exumação do corpo incorrupto de São Padre Pio foi em 2008, e desde então, se encontra em exposição para o público na cripta da Igreja de Santa Maria das Graças, em San Giovanni Rotondo, na Itália.

 

Giulia Vibosi
Pascom Arquidiocesana

Matéria publicada na edição de setembro do Jornal da Comunidade (JC), jornal da Arquidiocese de Londrina.