A Câmara Municipal de Londrina formará um grupo de trabalho com membros do Legislativo, da Prefeitura e de moradores do Centro da cidade com o objetivo de estudar soluções para diversos problemas da região, apontados em audiência pública nesta segunda-feira (6) à noite. O encontro, que durou cerca de três horas, foi coordenado pela Comissão de Política Urbana e Meio Ambiente da Câmara e contou com a presença de dezenas de moradores, comerciantes e trabalhadores do Centro, fiéis da arquidiocese de Londrina, irmãs de Maria de Schoenstatt, os padres da catedral Rafael Solano, Dirceu Júnior do Reis e Vitor Hugo Possetti, além do prefeito Marcelo Belinati (PP) e de representantes de diversas secretarias e órgãos municipais.

Comerciantes, trabalhadores e moradores do Centro reclamaram principalmente da insegurança, da sujeira e do abandono do Bosque Central e de outros espaços públicos, do aumento da população em situação de rua e do esvaziamento da região após a expansão e os investimentos em outras áreas de Londrina. Padre Rafael Solano falou em nome da Catedral, que está localizada ao lado do bosque municipal. “Presenciamos ali realidades que diminuem a dignidade da pessoa humana. Não estamos aqui para cobrar. Queremos fazer uma súplica, que tomemos consciência e decisão. Pois como se encontra hoje não dá”, defendeu o padre.

Segundo o vereador Gerson Araújo (PSDB), presidente da Comissão de Política Urbana e Meio Ambiente, até quinta-feira (9) devem ser comunicados os nomes dos integrantes do grupo de trabalho. “Vamos tentar utilizar tudo o que recebemos aqui para chegarmos a uma conclusão. O que não podemos é parar, temos de dar sequência a essa discussão”, afirmou o vereador.

Propostas – Os vereadores receberam da Associação Concha um documento de 36 páginas com vários apontamentos e recomendações sobre a situação do Centro. No dossiê os moradores e comerciantes sugerem a reativação do módulo policial existente na Avenida São Paulo, em frente do Bosque, e a colocação de um segundo módulo, no eixo Concha Acústica/Calçadão. Também pedem que as câmeras de segurança da região sejam reativadas, com o monitoramento das imagens pela Guarda Municipal, e que uma lei determine que os edifícios privados disponham de câmeras apontadas para a via pública, com filmagens armazenadas por no mínimo seis meses.  

Os moradores solicitam ainda a colaboração dos vereadores para diminuir a presença de pessoas em situação de rua. Como exemplo de iniciativa que poderia partir dos legisladores, citam o caso da Câmara Municipal de São José dos Campos, onde tramita um projeto de lei prevendo a criação de uma cláusula inclusiva nas licitações de obras e serviços para contratação de pessoas que vivem nas ruas. Para melhorar a mobilidade na região, o relatório sugere a criação de ciclovias no calçadão e o aumento das áreas para embarque e desembarque.

Bosque – Durante a audiência, alguns munícipes também sugeriram a revogação do artigo 130 do Código Ambiental de Londrina (lei 11.471/2012), que considera o bosque área de preservação permanente, dificultando a supressão da vegetação local. Para a estudante de Arquitetura Eliane Magalhães, que participou de um estudo universitário sobre o bosque, a vegetação muito densa dificulta a dissipação do mau cheiro provocado pelas fezes dos pombos que se acumulam no local.

 

Pascom Arquidiocesana e ASCOM – CML

Foto: CML/Divulgação/Devanir Parra