Arcebispo pede que missionários se “misturem” ao mundo e às pessoas: é a Igreja em estado permanente de missão
O arcebispo de Londrina, dom Geremias Steinmetz, acredita que só há um remédio para a Igreja superar qualquer “doença”: é ser missionária. A afirmação foi feita no encerramento do quarto retiro arquidiocesano das Santas Missões Populares realizado no sábado, dia 21 de julho, na sede da Epesmel, em Londrina.
Dom Geremias relacionou uma série de doenças que afetam a sociedade moderna para diagnosticar que a Igreja também pode ser “afetada” pelo alzeimer, mal de parkison, diabetes e depressão, entre outras. Ao mesmo tempo, apresentou a receita para uma “Igreja viva”: investir na iniciação cristã; incentivar a formação de leigos; conhecer a Palavra de Deus para formar comunidades fortes e maduras; cuidar melhor da liturgia para que sejam bem preparadas; e se preocupar com a transformação social.
O arcebispo assumiu o compromisso de atender cada comunidade assim como um bom médico cuida de seus pacientes. “Contem comigo para sermos missionários e fazermos uma Igreja na unidade”. Ele disse que quer uma Igreja viva e missionária; que evite as brigas e a inveja.
O retiro começou com uma Celebração Eucarística presidida por dom Geremias que enfatizou, em sua homilia, a necessidade de “uma Igreja em estado permanente de missão”. Para isso, ele disse que é fundamental a formação dos leigos em suas comunidades. “Esse trabalho tem que ser em vista de uma Igreja missionária. É preciso capacitar o leigo para que ele possa ser um bom pai, um bom político, um bom líder, um bom administrador; e ser testemunho do Evangelho de Jesus Cristo no mundo de hoje”, afirmou.
A primeira formação do dia foi ministrada pelo frei Ildo Perondi, sobre “a missão nos Atos dos Apóstolos”. Ele falou sobre a importância do trabalho dos missionários, explicando que a fé é algo que se propaga por “atração”, mas que hoje, passados mais de 2 mil anos, ainda há muita gente que não conhece quem é Jesus Cristo. “Existem casas em que a Igreja de Jesus não chegou e, por isso, a Igreja tem que ser missionária”.
As atividades no período da manhã terminaram com um momento devocional à Nossa Senhora conduzido pelo padre Ademar Lorenzetti. A imagem de Nossa Senhora Aparecida foi introduzida no ambiente pelo jovem João Feliciano, da Juventude Missionária, com um manto azul que passou sobre todos os presentes.
A segunda formação foi ministrada pelo missionário Reginaldo Urbano Argentino, da Diocese de Umuarama, que falou sobre “a mística missionária”, justificando que a experiência com Jesus é algo que deve acontecer todos os dias. Segundo ele, quem tem essa mística, tem alegria e demonstra “encantamento”.
Sal da terra e luz do mundo
O quarto retiro arquidiocesano teve ainda vários testemunhos de missionários que vivem em lugares diferentes (periferia, centro e pequenas cidades), cada um com suas peculiaridades; testemunhos de jovens, e de vocacionados (uma irmã e um seminarista).
Uma jovem de Ibiporã deu o testemunho dizendo que “nós precisamos ser solidários com as pessoas que mais precisam”. A jovem Flávia Michelis, que está representando a arquidiocese em uma missão na França, enviou uma mensagem por vídeo desejando um bom retiro para todos e pedindo que “os jovens sejam luz na vida dos outros”.
O ex-arcebispo dom Orlando Brandes, que deu início aos trabalhos das Santas Missões Populares em Londrina, também enviou um vídeo dizendo que estava com saudades e pedindo a continuidade das missões.
Houve um momento especial com as crianças, quando uma delas chamou por dom Geremias e perguntou a ele se as crianças poderiam participar das missões permanentes. O arcebispo, ao responder, pegou uma criança no colo e disse que não só iria permitir, como iria levar as crianças no colo assim como a “coleguinha”.
O retiro terminou com um momento celebrativo quando cada missionário ganhou um saquinho com cinco sementes de girassol que deveriam ser cultivadas por cada um. Cada paróquia ainda recebeu uma muda de pau-brasil com média de dois metros de altura que deverá ser cultivada em cada paróquia como símbolo do “compromisso de fidelidade com a missão”.
No final, dom Geremias fez uma oração de envio dos missionários que devem atuar em todas as comunidades da arquidiocese. Houve aspersão de água benta misturada com sal nas pessoas presentes. “Nós que somos o sal e a luz do mundo, nos misturemos ao mundo e às pessoas”.
O quarto retiro arquidiocesano inaugurou um novo tempo das Santas Missões Populares na Arquidiocese de Londrina, e contou com a presença de quase 2 mil missionários representando as 84 paróquias da jurisdição.
A partir de agosto, será realizado o quarto retiro das Santas Missões Populares em âmbito paroquial.
Eli Araújo
PASCOM Arquidiocesana