Missa de exéquias foi marcada por comoção e homenagens a uma das principais lideranças da Igreja Católica no Brasil

A Arquidiocese de Londrina despediu-se com emoção e homenagens, na manhã desta segunda-feira (28), de seu segundo arcebispo (1983-1991), e um dos religiosos mais respeitados da Igreja Católica, o cardeal dom Geraldo Majella Agnelo, que morreu no último sábado (26), aos 89 anos. A missa de exéquias foi celebrada na Catedral e reuniu centenas de fiéis, além de dezenas de padres, arcebispos, bispos, cardeais e religiosos e religiosas.

Entre os presentes estavam dom Geremias Steinmetz, arcebispo de Londrina; cardeal dom Orani João Tempesta, arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro; cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo Metropolitano de São Paulo; cardeal dom Sérgio da Rocha, arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil; e dom Ricardo Hoeper, bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília e secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

No início da missa, padre Rafael Solano, vigário geral da Arquidiocese de Londrina e Cura da Catedral, leu a mensagem de pesar do Papa Francisco pelo falecimento de dom Geraldo e, na sequência, o testamento espiritual deixado pelo arcebispo emérito da São Salvador da Bahia, redigido em 2016, na celebração da Transfiguração do Senhor. No documento, destacou, entre outros pontos, o valor da vida humana, da importância de cuidar das crianças e dos mais necessitados e a alegria pelo trabalho que desenvolveu na Igreja.

A missa foi presidida pelo cardeal dom Sérgio da Rocha, que na homilia ressaltou a trajetória de dom Geraldo como um dos fundadores da Pastoral Criança, junto com a médica Zilda Arns (que faleceu em 2010), presidente da CNBB (2003-2007) e secretário da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, na Santa Sé, quando foi nomeado por São João Paulo II.

“Expressamos gratidão a Deus pela história de dom Geraldo, não apenas aos cargos que exerceu com zelo e amor, mas pelo modo de ser no dia a dia, pela pessoa humana e cristã que foi. Amado e conhecido pela mansidão, humildade e serenidade. Seu jeito era fraterno e atencioso com todos e de amor e solidariedade com os pobres e fragilizados”, elencou. Dom Geraldo tinha como lema episcopal “Caridade com fé”.

Dom Geraldo escolheu morar em Londrina em 2014, três anos após renunciar à Arquidiocese São Salvador da Bahia. Nos últimos anos, tinha como principal auxiliar, secretária e cuidadora Julia de Lourdes Bianconi, que leu uma mensagem de agradecimento por todos os profissionais de saúde que ajudaram no tratamento do religioso, que em dezembro do ano passado sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), agravando seu estado de saúde. “Continuem rezando por ele”, pediu.

CORTEJO

O caixão de dom Geraldo foi carregado em cortejo pelos bispos e arcebispos até a porta da Catedral, com os fiéis fazendo um corredor com velas, representando a ressurreição, e 89 rosas brancas, idade do cardeal. Em seguida, os padres da Arquidiocese de Londrina e que vieram de outras dioceses carregaram até a cripta da Catedral, onde estão enterrados dom Geraldo Fernandes e dom Albano Cavallin, primeiro e terceiro arcebispos de Londrina, respectivamente. O corpo de dom Geraldo foi sepultado na cripta após a oração de encomendação conduzida por dom Geremias.

‘AMOROSO E SIMPLES’

Amigo de dom Geraldo, com quem trabalhou no período em que foi Cura da Catedral, monsenhor Bernardo Gaffá frisou o coração bondoso do ex-arcebispo de Londrina. “O nome dele é Agnelo, que em italiano significado cordeiro. Ele era igual um cordeiro: manso, amoroso, acolhia a todos, simples. Era muito inteligente e organizado. Ele deixa para nós boas lembranças como ser humano, bispo e pastor da Igreja”, resumiu.

Centenas de pessoas também foram até a cripta para fazer homenagens, como foi o caso da aposentada Maria Aparecida Pinho, que levou uma flor. “Admirava o trabalho dele na Igreja, principalmente na Pastoral da Criança. Era dedicado com todos, um ser humano sem igual. Ele deixa um legado para todos nós”, afirmou.

Pedro Marconi
Pascom Arquidiocesana

Fotos: Guto Honjo, Paulo Henrique Bonatti e Terumi Sakai

“Quantos que se encontraram com os sinais de Deus através do testemunho de dom Geraldo? Deus seja louvado por isso”


Seguindo as celebrações de duas em duas horas no funeral de dom Geraldo Majella Agnelo, o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) presidiu a segunda Santa Missa, em nome da presidência da CNBB. A missa foi concelebrada pelos padres do Decanato Centro da Arquidiocese de Londrina, além do monsenhor Ademar Dantas, da Arquidiocese de Salvador (BA), e do padre Leandro Oliveira, da Diocese de Barreiras (BA).


Em sua homilia, dom Ricardo falou do sinal de Deus que foi a vida de dom Geraldo para a Igreja e para o mundo. Dom Geraldo mostra que servir à Igreja não pode ser mero ato momentâneo. Mas o amor e a generosidade devem permanecer em toda nossa vida. “Desde o primeiro suspiro até o último, quando Deus nos chamar. Isso chama-se perseverança!”


Refletindo a primeira leitura, que indaga quais olhos podem contemplar a Deus, o bispo lembrou que todos querem ver a Deus um dia na vida eterna, mas, além disso, “é preciso aprender desde já, no agora da nossa vida, a interpretar os sinais de Deus no dia a dia. Ele já está se fazendo presente no meio de nós, fazendo sua obra, fazendo milagres, fazendo o Seu Reino, nós que muitas vezes estamos distraídos e não percebemos os sinais concretos.”


Dom Ricardo afirmou que dom Geraldo, com seu legado de homem que soube dizer um sim constante e perseverante, que os sinais que Deus se dão especialmente no amor ao próximo. “Na CNBB, durante 2003 e 2007, conversando com assessores de quando ele foi presidente, disseram: ‘dom Geraldo foi um homem que ouvia, um pai, disposto a compreender um problema, ajudar a discernir onde estavam as respostas. Estes são os sinais de Deus”, lembrou o bispo.


“Aquele que ouve a vontade de Deus consegue interpretá-la no dia a dia. Quem ouve a Palavra de Deus consegue transmiti-la para os mais próximos. Deus se manifesta através dos olhos, dos ouvidos, do modo de ser, agora. Quantos que se encontraram com os sinais de Deus através do testemunho de dom Geraldo? Louvado seja Deus por isso! Louvado seja o nosso Deus, que escolheu esse homem para transmitir às pessoas, um caminho, um rumo, um sentido.”


Dom Ricardo também recordou outras funções que dom Geraldo exerceu na Igreja, levando sua presença paterna também ao Conselho Episcopal Latino Americano (CELAM), à Congregação para o Culto Divino, no Vaticano, e tantos outros. “Este é o sinal de Deus: fazer bem as mais pequenas e simples atividades do dia a dia, e responder com amor às mais simples e as mais complexas. Este é o testemunho de dom Geraldo”, descreveu dom Ricardo.


Em nome da CNBB e da presidência (dom Jaime Spengler, OFM, presidente; dom João Justino de Medeiros Silva, primeiro vice-presidente; e dom Paulo Jáckson Nóbrega de Sousa, segundo vice-presidente) dom Ricardo expressou os sentimentos à família e a todos que fizeram parte da vida de dom Geraldo.


O bispo também fez memória que, neste mesmo dia, lembra-se a morte de grandes nomes da Igreja do Brasil. “Estamos celebrando hoje também o dia do falecimento de dom Hélder Câmara, em 1999. Neste exato dia, o falecimento de dom Luciano Mendes de Almeida, em 2017. Grandes nomes que passaram pelo Brasil e nos mostraram que, apesar dos grandes cargos que tiveram, das grandes responsabilidade que assumiram, foram tão simples, serenos, que só podem ser sinal de Deus no nosso meio. Obrigado, dom Geraldo, pelo seu sim e pela sua generosidade”, agradeceu o bispo.


O secretário da CNBB também exortou os fiéis a seguirem os passos de dom Geraldo: “que possamos, quando Deus nos chamar, entregar o mesmo legado. Não o que fizemos, mas o sinal de Deus que fomos. Não o currículo, mas a fé que vivemos cada dia. Não nosso eu, mas quanto Deus se tornou presença viva em nós”.


Ao encerrar a missa, antes da bênção final, dom Ricardo convocou os presentes a testemunharem a alegria da ressurreição. “Querido dom Geraldo, vá em paz. Leve nosso abraço a dom Helder, a dom Luciano, a dom Geraldo Lyrio. A todos os homens e mulheres de boa vontade que já nos precederam. Que Nossa Senhora o acolha. Que a Virgem do Carmo possa levá-lo ao abraço eterno de Nosso Senhor Jesus Cristo.”


As missas em sufrágio de dom Geraldo Majella continuam na Catedral de duas em duas horas.

Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana

Fotos: Daniel Kanki

O arcebispo dom Geremias Steinmetz presidiu a primeira missa do funeral do Cardeal Geraldo Majella na Catedral de Londrina, neste domingo, 27 de agosto. A Santa Missa lembrou a atuação da Pastoral da Criança, fundada na Arquidiocese de Londrina, na cidade de Florestópolis, por dom Geraldo Majella Agnelo e a médica Zilda Arns.

 “Aliando a toda a reflexão que fizemos na celebração da Palavra sobre o significado desta cerimônia de exéquias, temos na leitura a grande profissão de fé de Pedro: ‘Tu és o Cristo, filho de Deus vivo’. Não tenho dúvidas de que dom Geraldo Majella foi capaz de compreender profundamente essa verdade. E fez com que essa verdade se espalhasse não só pela Igreja, para nós que participamos, que anunciamos o Evangelho, mas testemunhando por todo este Brasil, levando esse Evangelho para a sociedade, fazendo com que o Evangelho tivesse incidência sobre a sociedade”, destacou dom Geremias.

O arcebispo lembrou que dom Geraldo soube analisar o Brasil a partir da realidade onde estava inserido na Arquidiocese de Londrina e na cidade de Florestópolis, que tinha na época o maior índice de mortalidade infantil, e criou a Pastoral da Criança como uma resposta para superar essa realidade.

“E ali, dom Geraldo, aliado a outras pessoas, como dom Paulo Evaristo Arns, Zilda Arns e milhares de líderes, começaram a atuar na defesa da vida das crianças, de gestantes… Assim surgiu a Pastoral da Criança, que se espalhou pelo Paraná, pelo Brasil e no fim se espalhou pelo mundo. O Evangelho sendo anunciado não só dentro da Igreja, nos limites da Igreja, mas o Evangelho que é vocacionado para o mundo, para transformar o mundo, para chamar atenção para estruturas que não valorizam a vida”, finalizou dom Geremias.

Durante o funeral de dom Geraldo serão celebradas missas de duas em duas horas.

Fotos: Daniel Kanki

Nesta manhã, 27 de agosto, iniciou o funeral do Cardeal Geraldo Majella. Após o cortejo até a Catedral de Londrina, dom Geremias Steinmetz, arcebispo de Londrina, presidiu a celebração da Palavra de exéquias.


Em sua homilia, dom Geremias recordou o legado de dom Geraldo, que serviu à Igreja não só em Londrina, mas no Brasil e no mundo. “Estamos aqui reunidos como Igreja diante de um homem que tanto fez pela comunidade, como seminarista, como diácono, como padre, como bispo”, destacou.


O arcebispo destacou os símbolos presentes na celebração de exéquias, altamente catequética. “O primeiro símbolo é a Igreja aqui presente. Você que está aqui, sinta-se Igreja que louva a Deus pela vida de dom Geraldo”.


Além disso, a procissão, mostrando que as pessoas estão a caminho de Deus; a cruz, que dom Geraldo carregou durante toda sua vida; a Palavra de Deus, que dom Geraldo anunciou; a profissão de fé; e o Círio Pascal, símbolo do Cristo ressuscitado. “Que Deus o recompense e nos ajude a imitá-lo, na sua fé, na sua resiliência e, sobretudo, imitá-lo na perseverança”.

“Que Deus seja louvado pela vida e pela morte de dom Geraldo Majella Agnelo”, finalizou dom Geremias.


Ao acender o Círio Pascal, dom Geremias e toda comunidade rezaram o Creio, professando a fé, como dom Geraldo fez em sua vida.
Após a celebração da Palavra, iniciou-se o velório de dom Geraldo e as pessoas presentes puderam se despedir de dom Geraldo.

Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana

Fotos: Guto Honjo

Tendo o pedido de renúncia aceito pelo Papa Bento XVI no ano de 2011, dom Geraldo Majella Agnelo tornou-se Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Salvador e, em 2014, passou a residir em Londrina, onde fora arcebispo.

Em carta registrada em cartório em março de 2020, o Cardeal expressou seu desejo de ser sepultado na cidade de Londrina. Assim escreveu Dom Geraldo: “Sempre foi minha intenção ser sepultado no lugar onde tivesse residência, quando Deus me chamasse a si. Assim, expresso mais uma vez o meu desejo de ser sepultado em Londrina, com a anuência do Arcebispo desta Sede Metropolitana, quando chegar a minha hora de partir deste mundo”.

Sendo assim, a Arquidiocese de Londrina e o seu arcebispo dom Geremias Steinmetz acatam o desejo do Cardeal, que será sepultado na Cripta da Catedral Metropolitana de Londrina, onde estão sepultados o primeiro bispo e arcebispo, dom Geraldo Fernandes Bijos, e o terceiro arcebispo, dom Albano Botoleto Cavalin.


Eu, Cardeal GERALDO MAJELLA AGNELO, com a graça de Deus, dediquei minha vida inteira ao serviço de Deus e da Igreja no ministério presbiteral e episcopal. De 1957 a 1978 fui presbítero na arquidiocese de São Paulo. Em 1978, o Papa São Paulo VI chamou-me ao episcopado, para servir a diocese de Toledo, PR. Em seguida, em 1982, São João Paulo II confiou-me o pastoreio da arquidiocese de Londrina, PR. Em 1991, o mesmo Papa chamou-me a Roma, para o serviço de Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. E, em 1999, São João Paulo II confiou-me o pastoreio da arquidiocese de São Salvador da Bahia, sede primacial do Brasil, na qual permaneci como Arcebispo até 2011. Tive o imenso privilégio de ser chamado, ainda por São João Paulo II, a participar do Colégio Cardinalício em 2001. Chegada a idade canônica da renúncia, entreguei em 2011 as responsabilidades do governo pastoral de São Salvador da Bahia ao meu sucessor, Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger,SCJ. Como Emérito, permaneci por dois anos em Salvador e, em 2014 decidi, com plena lucidez e discernimento, estabelecer minha residência na querida cidade de Londrina, onde fui Arcebispo. Sempre foi minha intenção ser sepultado no lugar onde tivesse residência, quando Deus me chamasse a si. Assim, expresso mais uma vez o meu desejo de ser sepultado em Londrina, com a anuência do Arcebispo desta Sede Metropolitana, quando chegar a minha hora de partir deste mundo. Agradeço imensamente a Deus pelo precioso dom da vida, que sempre acolhi e amei com alegria, e por tudo o que me concedeu durante esta vida, pela graça de servir a Igreja de Cristo, pelos meus pais e familiares, os sacerdotes e religiosos das dioceses que servi e o querido povo, que amei de todo coração. Peço que elevem comigo um solene Te Deum Laudamus por tantas graças recebidas, suplicando ao mesmo tempo, que Deus tenha misericórdia de mim e me acolha nas moradas celestes, que Jesus prometeu a quem nele crê. Deus abençoe, conforte e guarde a todos no seu infinito amor. Fiquem todos firmes na fé, na esperança e na caridade. “Em suas mãos, Senhor, entrego a minha vida!” Londrina, na festa da Anunciação do Senhor, 25 de março de 2020.

Cardeal Geraldo Majella Agnelo
Arc. Emérito de São Salvador da Bahia.

A Arquidiocese de Londrina informa que o estado de saúde do cardeal Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito de São Salvador, teve uma significativa piora nos últimos dias. Dom Geraldo está em cuidados intensivos, recebendo oxigênio, internado em sua residência pelo Serviço de Atendimento Domiciliar (DOM), com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.

Pedimos que o Brasil reze pelo Cardeal pedindo a Deus as graças para este servo fiel da vinha do Senhor.

Em Cristo Jesus,

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina

Foto: Claudio Nonaca

Arcebispo esteve, nos dias 17, 18 e 19 de agosto, nos territórios que pertencem à Paróquia São Roque, dentre elas as comunidades Apucaraninha, Água Branca e Barreiro, dos índios Kaingang

A Paróquia São Roque, de Tamarana, e o pároco, padre Delcides André de Souza, receberam o arcebispo dom Geremias Steinmetz, nos dias 17, 18 e 19 de agosto, para a sua quarta visita pastoral do ano. A programação incluiu conversa com os jovens, celebrações e visitas a instituições civis e comunidades indígenas do município.

A Santa Missa na quinta-feira à noite abriu a visita. Logo em seguida, dom Geremias encontrou-se com jovens da comunidade. Estiveram presentes cerca de 30 jovens, a maioria do grupo Lux da paróquia. Na conversa, dom Geremias dialogou sobre questões que preocupam a juventude de hoje e exortou-os no caminho da santidade e na vivência da vocação.

O segundo dia de visita começou também com a juventude. Dom Geremias visitou o Colégio Estadual Professora Maria Cintra de Alcântara, onde conversou com os estudantes secundaristas e deu-lhes uma bênção. O arcebispo explicou que nem todos os adolescentes estão na Igreja, mas eles estão na escola. Por isso, o bispo vai à escola representar-lhes a fé. “A fé cristã é mais que um pensamento positivo. É a adesão a uma pessoa: Jesus Cristo”, destacou.

Dom Geremias esteve também na Prefeitura Municipal e na Câmara Legislativa. Falou aos servidores e lideranças municipais sobre a pessoa de Jesus, modelo de humanidade. “Pelo batismo nos tornamos cristãos e vamos crescendo na vivência da fé e adesão à pessoa de Jesus. Somos a religião de uma pessoa. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem”, falou dom Geremias.

“Como Deus esperamos de Jesus tudo que Deus quer nos oferecer. E como pessoa humana temos em Jesus o modelo ‘bem acabado’ do que é o ser humano. O espelho está em Jesus.”

Por isso, o arcebispo aponta que entender a mensagem de Jesus é essencial para ser verdadeiramente luz para a sociedade, principalmente nas grandes questões que os servidores atuam, como a paz, a justiça, a defesa da dignidade humana. “A fé nos ajuda a construir pontes, não muros.”

Dom Geremias também apresentou dois documentos do Papa Francisco cujas temáticas devem estar nas suas preocupações das lideranças municipais: a amizade social (na encíclica Fratelli Tutti), segundo a qual somos todos irmãos e devemos nos unir para enfrentar os grandes desafios da sociedade; e o cuidado da Casa Comum e a ecologia integral (na encíclica Laudato Si), entendendo que todo cuidado com o meio ambiente só faz sentido se por trás está também o cuidado com o ser humano.

Ao final, deixou também um questionamento aos cristãos que estão inseridos nos diversos âmbitos da sociedade: “Eu, como cristão, que vivo minha fé, que conheço a doutrina, participo de uma comunidade, qual contribuição eu dou para que a sociedade seja melhor?” É na atuação do leigo na sociedade que se instaura o diálogo da fé com o mundo.

Para a prefeita Luzia Harue Suzukawa, foi uma honra receber a visita do arcebispo. “O que eu destaco da mensagem que ele nos trouxe é a unidade com as pessoas, que todos nós somos um, cremos no mesmo Deus. E que aqui o nosso exercício é trabalhar, semear boas sementes para que cada vez mais possamos aproximar a nossa vida desse homem verdadeiro que é Jesus Cristo.”

A programação do dia ainda contou com visita à APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, Escola Municipal Professora Iracema Torres, empresa Tamarana Tecnologia Ambiental, Cerâmica Tamarana e Sicredi.

À noite, dom Geremias celebrou a Santa Missa na Capela Nossa Senhora Aparecida, no bairro dos Moreiras. A missa reuniu os fiéis de seis capelas rurais de Tamarana que, após a missa, fizeram várias perguntas ao arcebispo. A atual construção da Capela Nossa Senhora Aparecida tem 15 anos e foi a primeira vez que um bispo esteve presente ali.

“Estamos quase encerrando a Semana da Família e o Evangelho de hoje veio falar justamente de família, do amor, da responsabilidade dos casais um com outro, da fidelidade. A visita do dom Geremias foi muito boa. O pessoal até fez algumas perguntas. Foi muito bom o que ele disse, a mensagem foi muito acolhedora”, contou a catequista Maria Elizabeth da Silva Prado, liderança da comunidade.

No sábado de manhã, dom Geremias se dirigiu às reservas indígenas Kaingang de Tamarana, visitou o Salto do Apucaraninha e as comunidades Apucaraninha, Água Branca e Barreiro. Visitou as capelas dentro das reservas onde os indígenas católicos têm sua vivência de fé, com celebrações e catequese. O diácono Cirço Aparecido Nabor atua diretamente com as comunidades indígenas do município de Tamarana, auxiliando o padre Delcides André de Souza.

Recebendo o arcebispo, os indígenas cantaram alguns cânticos em português e o Pai Nosso na língua Kaingang. Também fizeram algumas perguntas sobre os sacramentos, como o batismo de adultos, e presentearam dom Geremias com peças de artesanato que eles mesmos fizeram.

A catequista Luzinete Alves de Oliveira Pirai é quem prepara os indígenas para receber os sacramentos. Ela conta que na quarta-feira eles têm a oração do Santo Terço, na sexta-feira a catequese e no final de semana o padre Delcides celebra a missa uma vez por mês e o diácono Cirço preside a celebração a cada 15 dias.

Ainda de manhã, dom Geremias visitou algumas capelas rurais de Tamarana. À tarde teve um encontro com cerca de 100 agentes de pastoral e à noite celebrou a Santa Missa de encerramento da visita na Paróquia São Roque.

Juliana Mastelini Moyses

Fotos: Lainy Pasturino e Tiago Queiroz

O encontro foi durante a visita pastoral do arcebispo à Paróquia São Roque nos dias 17, 18 e 19 de agosto

Abrindo as atividades da visita pastoral à Paróquia São Roque, de Tamarana, no dia 17 de agosto, o arcebispo dom Geremias Steinmetz presidiu a Santa Missa e em seguida encontrou-se com os jovens da comunidade. O encontro reuniu mais de 30 jovens, em sua maioria participantes do grupo Lux, no salão paroquial. Ao bispo, eles falaram sobre os desafios e as preocupações da juventude hoje.

O prelado destacou que os jovens católicos são jovens normais, que saem, se divertem, participam de festas, bailes, mas que, acima de tudo, conhecem os valores que devem preservar em todos esses locais. “Tudo isso os jovens têm que viver. Agora, tem que saber quais são os seus valores de fé, seus valores morais…”

Recordando a fala de um ex-professor seu, dom Geremias afirmou que para quem é jovem, é preciso “saber o que quer e ser normal”, viver na normalidade do mundo, mas com vistas naquilo que se quer, que se busca, vivendo de forma coerente com isso. “Por exemplo, eu quero ser padre, é claro que para ser padre existem algumas coisas que eu preciso, mas eu sou normal. Você está namorando, maravilha, saiba o que você quer e seja normal”, destacou dom Geremias.

O arcebispo lembrou que os jovens ocupam o centro das preocupações da Igreja, esta os olha buscando entender o que Deus quer falar através do jeito de ser da juventude hoje, o que os jovens buscam e como vivem a fé, e como levar o Evangelho aos jovens de forma que responda às suas inquietações. “Quando eu era jovem, tínhamos algumas preocupações. Hoje, as preocupações são outras. Então, como o jovem vive a sua fé? E o que eles buscam quando vivem a sua fé?”, são questões que a Igreja busca entender.

Evangelização

Dom Geremias falou aos jovens que o Papa Francisco apresenta um caminho para a evangelização da juventude. Na exortação apostólica Christus Vivit, o pontífice destaca que o conteúdo de toda evangelização deve centrar-se em três aspectos: 1) Deus é amor. 2) Ele nos salva (precisamos convencer o nosso coração e o nosso intelecto sobre essa verdade de que Ele nos salva). 3) Ele vive (Nós cremos numa pessoa: Jesus Cristo e Ele ressuscitou dos mortos e vive).

Santos de calça jeans

Numa frase atribuída a São João Paulo II, dom Geremias destacou que o mundo e a Igreja precisam de santos jovens, e jovens santos: santos de calça jeans. Ele contou que ficou muito impressionado com a história do casal de namorados assassinado numa escola em Cambé no mês de junho.

“Ouvindo o padre, sabemos que dias antes de morrer, a Karol se confessou. Eram gente da comunidade, eram namorados e faziam um esforço para viver a sua fé. Isso é uma forma de santidade. Ficou famosa uma foto em que ela segura uma imagem de Nossa Senhora e ele uma caixinha de intenções, isso foi muito interessante e rodou o Brasil”, destacou. “A gente vê que a coisa está presente em semente.”

Como exemplo, uma das jovens citou a experiência do próprio grupo Pax, que, com um ano de existência, reúne semanalmente 25 jovens: “a gente vê que o movimento está acontecendo”, afirmou.

Citando o Papa Francisco no documento “Alegrai-vos e exultai”, o arcebispo questionou: será que neste mundo de hoje, com tantas preocupações, o jovem pode ser santo? “Sim, responde o Papa. Primeiro deixando-se provocar pela vida e pela alegria”, afirma dom Geremias. Pois, segundo o Papa, a alegria de viver deve ser a marca do jovem. “Depois, o cuidado de si, da sua espiritualidade, esforçando-se pela vida, o trabalho, as escolhas, o estudo”, finaliza dom Geremias.

Juliana Mastelini Moyses

Fotos: Tiago Queiroz

Entre os dias 13 e 19 de agosto, a arquidiocese celebrou a Semana Nacional da Família, com o tema: Família – fonte das vocações. Foi uma semana inteira de programação voltada para as famílias, envolvendo diversas pastorais e movimentos. A abertura foi a Santa Missa na Catedral presidida pelo arcebispo dom Geremias Steinmetz.

Ao longo da semana, foram organizadas programações paroquiais, dentre elas terço luminoso, sessões de cinema, adoração, louvor, pregações, cantatas, carreatas, piqueniques e testemunhos de vida e vocações. No sábado, 19 de agosto, a oração do Santo Terço no Santuário de Schoenstatt encerrou a semana de atividades.

Com os corações ardentes e os pés a caminho nos unirmos ao Sínodo e aos frutos do Ano Vocacional, fortalecendo nossas famílias, igrejas domésticas e as nossas comunidades.

Somos todos vocacionados do Senhor! Família berço das vocações!

Paróquia São Tiago Apóstolo
Paróquia São Tiago Apóstolo
Paróquia São Judas Tadeu
Paróquia São Judas Tadeu
Santuário Nossa Senhora Aparecida
Paróquia Nossa Senhora da Piedade
Paróquia Nossa Senhora da Paz
Paróquia Nossa Senhora de Nazaré
Paróquia Nossa Senhora de Nazaré
Paróquia Nossa Senhora dos Migrantes
Paróquia Nossa Senhora dos Migrantes
Paróquia São Francisco Xavier, Cambé
Paróquia São Francisco Xavier, Cambé
Paróquia Cristo Bom Pastor
Paróquia Cristo Bom Pastor
Paróquia Nossa Senhora das Graças, Centenário do Sul
Paróquia Nossa Senhora das Graças, Centenário do Sul
Paróquia São João Batista, Bela Vista do Paraíso
Paróquia São João Batista, Bela Vista do Paraíso
Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Jardim Igapó

Cerca de 400 ministros extraordinários da Sagrada Comunhão peregrinaram neste domingo, 20 de agosto, até o Santuário Nossa Senhora Aparecida de Londrina. Os ministros vieram de 39 paróquias diferentes de diversos decanatos da arquidiocese.

A programação iniciou com o Santo Terço, seguido de um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento, conduzido pelo padre Alexandre Alves Filho, assessor arquidiocesano do MESC. Ao final, a Santa Missa, também presidida pelo padre Alexandre.

Esta peregrinação faz parte do calendário anual das atividades dos ministros. “Foi um momento muito importante de paz espiritual, que às vezes precisamos participar”. Contou o coordenador dos ministros, Luís Caitano. “Merecia ser vivida por mais MESCs, sendo que somos quase 5 mil na Arquidiocese de Londrina. Vamos trabalhar para que no ano que vem mais ministros participem.”

Pascom Arquidiocesana

Fotos: Wanderley Tolomi