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No final de outubro, cinco seminaristas serão ordenados diáconos transitórios e avançam mais um passo para se tornarem sacerdotes; dom Geremias exalta crescimento das vocações e reitor do Seminário Paulo VI explica etapas de formação

 

No final do mês de outubro, a Arquidiocese de Londrina se prepara para ordenar como diáconos transitórios cinco seminaristas: Alex Aparecido Barbosa, Elizeu Bonfim de Souza, Paulo Ricardo Batista, Renato Aparecido Ferraz Pelisson e Rodrigo Nunes dos Santos. Com idades entre 27 a 35 anos, de cidades da região de Londrina e também de outros Estados, eles estão próximos de receberem o primeiro grau da ordem, no qual ficarão em um período de seis meses a um ano, antes da ordenação sacerdotal, para assumirem a função de padre, como a população em geral assim conhece.

 

Para chegar a esta etapa, os cinco passaram por um processo de formação, de amadurecimento e discernimento pela vocação em servir o Povo de Deus. Segundo o padre Paulo Rorato, Reitor do Seminário Teológico Paulo VI, parafraseando o Papa Francisco, “as vocações constituem um ‘diamante bruto’, que deve ser trabalhado com habilidade, respeito pela consciência das pessoas e paciência, para que resplandeçam no meio do Povo de Deus”. Ele completa dizendo que, para a comunidade ter presbíteros servidores e santos, são necessárias “normas e orientações que favoreçam a formação de pessoas íntegras, cristãos maduros e consagrados fiéis a Deus para servir o povo”.

 

Dom Geremias Steinmetz, Arcebispo Metropolitano de Londrina, destacou a quantidade de seminaristas que serão ordenados em uma mesma cerimônia. “De fato, são cinco ordenações numa única celebração, isso de fato já fazia alguns anos que não acontecia aqui na Arquidiocese de Londrina. Com a graça de Deus nossas vocações estão crescendo, estão se desenvolvendo, sobretudo, estão perseverando. E nós então temos que dar possibilidade para que elas possam de fato continuar se desenvolvendo e daqui um pouquinho se colocarem a serviço de maneira mais profunda no trabalho de evangelização da nossa diocese”.

 

Quatro etapas compõem o tempo de formação para o sacerdório ministerial: a etapa Propedêutica; a etapa dos estudos filosóficos (ou do Discipulado); etapa dos estudos teológicos (ou de Configuração) e a etapa pastoral (ou de Síntese vocacional). “A passagem de uma etapa para outra tem como critério a maturação integral do candidato e não simplesmente a obtenção das metas formativas correspondentes a cada etapa”, acrescentou o padre Paulo Rorato.

 

Com duração de um ano, não podendo ser superior a dois, a Etapa Propedêutica tem como objetivo dar solidez à vida espiritual e abrir portas para um maior autoconhecimento em favor do crescimento pessoal. “Esta fase pode ser utilizada para um eventual complemento da formação cultural”, explicou o reitor.

 

No Discipulado – etapa dos estudos filosóficos -, é dada uma maior atenção à dimensão humana, em consonância com o crescimento espiritual. Se caracteriza pela formação do discípulo de Jesus destinado a ser pastor. Nesta fase, é feito um trabalho em cima da personalidade dos seminaristas. Nas palavras do Padre Paulo Rorato, “a falta de uma personalidade bem estruturada e equilibrada constitui um impedimento para a continuação da formação ao sacerdócio”.

 

Pela terceira etapa, a Configuração, ou etapa dos Estudos Teológicos, é uma fase de aprendizado da vida pastoral. O padre comenta que neste período o seminarista deve “fazer da própria vida um dom de si aos outros”. É onde deve suscitar na vida do discípulo os próprios sentimentos e comportamento do Filho de Deus.

 

E, de preferência fora das instalações do seminário, a quarta etapa: de síntese vocacional (ou pastoral) é um período que deve ser vivenciado a uma comunidade, oferecendo ao seminarista uma introdução à vida pastoral, junto com determinadas responsabilidades. “É também uma etapa que visa favorecer uma adequada preparação ao presbiterado, por meio de um acompanhamento específico, cabendo ao pároco ou a outro responsável que acolhe o seminarista, esta tarefa formativa”, explicou Rorato.

 

PREPARAÇÃO ÀS VOCAÇÕES

 

Publicada em 1992 pelo então Papa São João Paulo II, a exortação apostólica pós-sinodal “Pastores dabo vois” (“Dou-vos pastores”, em português), diz respeito à formação dos sacerdotes, e tem como público-alvo tanto o clero quanto aos fiéis leigos. O padre Paulo Rorato comenta que “a formação inicial e permanente deve ser integral, isto é, abranger a pessoa num todo”. O documento elenca quatro dimensões que dão identidade ao seminarista e ao presbítero. A primeira dimensão é a humana. “O chamado ao sacerdócio envolve o ser humano concreto. Portanto, é necessário que a formação ofereça os meios adequados para facilitar o seu amadurecimento, tendo em vista o exercício autêntico do ministério. O seminarista é chamado a desenvolver a sua personalidade tendo por modelo e fonte Cristo, o Homem perfeito”.

 

Já a dimensão espiritual tem como foco estreitar os laços de amizade com Jesus, por meio da oração silenciosa e prolongada. “Nesta relação de intimidade, forma-se o coração para aquele amor generoso e oblativo que torna fecunda a vida pastoral”. Rorato acrescenta que pela dimensão intelecual, o foco está na formação acadêmica e cultural do seminarista, para que ele possa compreender e assimilar a sua missão de pastor, e também transmitir o conteúdo da fé de modo adequado.

 

Deixando-se “conduzir pelo Espírito de Deus”, está a dimensão pastoral, onde é necessária a qualificação específica para o ministério. O reitor do seminário Paulo VI coloca que “Uma sólida formação pastoral requer não somente a prática de uma atividade de caráter apostólico, mas também de uma volta constante às fontes da teologia pastoral, que evidencia sempre o contributo das ciências humanas, especialmente da psicologia, da pedagogia e da sociologia”, explicou.

 

A Arquidiocese de Londrina conta atualmente com 26 seminaristas: dois no Seminário Propedêutico, oito na Etapa do Discipulado, dez na Etapa da Configuração e seis na Síntese vocacional. “Peçamos à Virgem Maria, Mãe das Vocações, que interceda pela perseverança desses nossos seminaristas e ajude a muitos de nossos jovens a dar o seu sim ao chamado que Deus lhes faz”, disse o padre Paulo Rorato. Já Dom Geremias espera que as ordenações envolvam a comunidade em geral. “Será um trabalho muito bom, muito bonito, vai chamar a atenção da nossa arquidiocese, visto que os meninos a serem ordenados são de várias regiões da diocese, portanto vai envolver a Arquidiocese como um todo, isso certamente será um momento de uma campanha vocacional, de uma conscientização vocacional e mostrar que Deus mesmo no meio de tantas dificuldades da cultura moderna, contemporânea, nessa cultura urbana que nós vivemos, que Deus continua chamando e tendo corações generosos, Deus de fato chama.”, concluiu.

 

Edson Neves
Pascom Arquidiocesana

Fotos: Terumi Sakai

Reportagem publicada na edição de outubro da Revista Comunidade. Acesse a edição completa clicando no <link>.

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