Iniciamos hoje uma caminhada com padre Rafael Solano sobre a espiritualidade sinodal. Serão quatro artigos, publicados ao longo das próximas semanas, nos quais o vigário geral da arquidiocese falará da experiência de um santo doutor da Igreja que ilumina a nossa vivência sinodal. O primeiro fala sobre Santa Teresinha do Menino Jesus, que ensinava “a alegria inefável de carregar nossa cruz debilmente”.


Quero aproveitar a grandeza espiritual de alguns grandes doutores e doutoras da Igreja, para juntos realizarmos nosso caminho sinodal guiados da sua experiência. Para esta primeira meditação gostaria de oferecer um ponto central da espiritualidade de Teresinha do Menino Jesus. Fazendo honra aos seus 150 de nascimento.


Santa Teresinha do Menino Jesus tinha o costume de dizer: “Sintamos a alegria inefável de carregar nossa cruz debilmente”.
A sintonia teologia da debilidade e da fragilidade nos remete imediatamente ao que somos. Carregar a cruz debilmente é aceitar plenamente que quem dirige nossas vidas é o Senhor. Não existe força espiritual para quem não se reconhece suficientemente pequeno. Desde sempre ouvimos as Palavras de Jesus: “Quem não se faz pequeno não entrará no Reino dos céus”. A debilidade dos pequenos não é falta de forças e simplesmente reconhecimento atual é real de que dependemos de Deus totalmente.


Falamos muito nas nossas debilidades, mas quase nunca na alegria que elas nos produzem. Carregar a cruz nos deve produzir uma alegria inefável. Alegria que brota de um coração sensato, de um coração disponível, de um coração limitado.


Sabemos que a doutora da Igreja Santa Teresinha pode nos ajudar na nossa vida espiritual vivendo esta alegria. No início do seu caminho, Teresinha pensava que a santidade se conquistava de forma violenta e agressiva. Aos poucos foi encontrando o caminho da alegria inefável que, com o passar do tempo, mostrou-lhe a grandeza de uma experiência que ela mesma chamará de “mãos vazias”. Estar de mãos vazias em tempos como os que vivemos pareceria algo catastrófico, mas só quem vive a sua espiritualidade de mãos vazias sabe que esta dependência do amor de Deus gera uma verdadeira alegria.


Em tempos sinodais como os que vivemos, torna-se quase que uma primeira atitude reconhecer alegremente o significado desta carregar alegremente as nossas debilidades. O sínodo nos coloca a todos e a todas diante de uma realidade áspera, por vezes traumática. Penso que muito mais do que números que apresentam o nosso fracasso ou o nosso sucesso, o sínodo deve-nos apresentar com grande gozo o que significa viver na liberdade do que o Espírito vem realizando.


Percebi neste último encontro sobre a sinodalidade, coordenado para um grupo de religiosas, no qual abordamos o tema da promessa, do seu significado e da sua atualidade, como, mesmo sem pensar, há entre nós um ambiente de “tristeza” e “desânimo”. O sínodo não é um render contas para o patrão, é, às vezes, reconhecer que nas mãos vazias também está a expressão de Pedro quando Jesus lhe propõe a ele e aos seus companheiros uma Nova pesca.


Alegria inefável das nossas debilidades não só porque temos pontos fracos, se não também porque enxergamos um ambiente hostil e mesmo ali teremos só a oportunidade de manifestar quão felizes somos.


Para vivermos em sintonia com a proposta do Sínodo, a alegria deve ocupar um lugar privilegiado no caminho e no jeito de caminhar. Vale a pena lembrar as palavras do Papa Francisco quando em 2021 falava para um grupo de monjas de clausura sobre a sua proximidade com Santa Terezinha. Santa Teresinha é “uma amiga fiel, por isso, não quis falar-lhes de teorias, quis falar-lhes da minha experiência com uma santa e dizer-lhes o que uma santa é capaz de fazer e qual é o caminho para ser santa”, contou o papa. Logo após apresentou dez conselhos de grande valia para levar Teresinha do Menino Jesus no nosso caminho (Cf. Audiência geral 30/09/21).


Na caminhada Sinodal, Santa Teresinha vai nos ajudar a compreender o valor de entender o ritmo do caminho, as alegrias do caminho. Precisamente por isto podemos dizer que a primeira padroeira do nosso sínodo sobre a sinodalidade é Santa Teresinha do Menino Jesus. Sua intercessão nos assista. Próxima reflexão sobre a segunda padroeira do sínodo: Santa Hildegarda de Bingen.

Padre Rafael Solano
Vigário geral da arquidiocese e cura da Catedral de Londrina

Nesta quarta-feira, 8 de março, terceiro dia da etapa continental do Sínodo dos Bispos, os grupos de trabalho se concentraram nos números 57 a 70 do documento-base, que trata da comunhão, participação e corresponsabilidade na Igreja. O arcebispo dom Geremias Steinmetz é um dos participantes do encontro e destaca alguns elementos discutidos. Dentre eles o clericalismo e o desejo de repensar a participação das mulheres na Igreja diocesana na perspectiva dos carismas, vocações e ministérios, e também da sinodalidade, o caminhar juntos da comunidade eclesial, que vai tomando forma pouco a pouco, explica dom Geremias.

O arcebispo destaca a ideia de uma Igreja mariológica, que busque no estudo sobre Maria entender o papel das mulheres na Igreja. “[É preciso] explicitar melhor o aporte feminino na qualidade do trabalho de evangelização”, ou seja, “deixar mais clara a compreensão da Igreja sobre o trabalho das mulheres”. Também inserir boas práticas na inclusão das mulheres e dos joven, aponta dom Geremias. “São grandes questões que certamente o Sínodo deverá se debruçar para poder apontar soluções ou pistas de soluções para a Igreja como um todo”, finaliza.

Pascom Arquidiocesana

Foto: Fabrício Preto

Grupo de trabalho da etapa continental do Sínodo

O arcebispo dom Geremias Steinmetz participa nesta semana da etapa continental do Sínodo dos Bispos, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em Brasília. Dom Geremias é um dos 183 representantes da Igreja dos países do Cone Sul: Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai; na assembleia que visa dar o olhar e as contribuições da América Latina para as próximas etapas do Sínodo.

Nesta terça-feira, 7 de março, segundo dia da assembleia, os grupos debateram sobre três questões, utilizando a metodologia “Conversa Espiritual”, cujo objetivo final é indicar para os padres que participarão da última fase do Sínodo, que estarão reunidos em Roma: quais assuntos de fato eles deveriam se debruçar para pensar a Igreja do futuro.

Dom Geremias integra o grupo com outros três brasileiros, três argentinos, dois chilenos e uma uruguaia. Como os outros grupos, eles conversaram sobre as seguintes questões: 1) Depois de ter lido o documento da etapa continental em ambiente de oração, quais intuições ecoam de modo mais intenso com as experiências e as realidades concretas da Igreja no vosso continente? Quais as experiências vos parecem novas ou iluminadoras? 2) Quais tensões ou divergências substanciais surgem como particularmente importantes na perspectiva do continente latino-americano? e 3) Quais as questões que deveriam ser enfrentadas e levadas em consideração nas próximas fases deste processo sinodal?

Seguindo a metodologia, primeiro o grupo faz uma rodada de partilha: “aquilo que mais nos impressiona, a partir de uma escuta ativa, enquanto alguém fala, todos estão em oração, em silêncio, ouvindo, não se provocam discussões”, comenta dom Geremias. A seguir, em uma segunda rodada vem o refletir: “o que mais me impressionou em tudo aquilo que eu ouvi, aquilo que eu mesmo disse e aquilo que os outros disseram.” E uma terceira rodada de conversa é o escutar o que o Espírito Santo diz, para onde Ele conduz.

Questões

Nas discussões sobre aquilo que responde às necessidades da Igreja na América Latina,  dom Geremias diz que foi levanta a questão da Palavra de Deus e do diálogo e participação dos fiéis. “Quando cada indivíduo compreende que ele tem um lugar reservado e é considerado na Igreja, aí ele se motiva para colaborar com a Igreja com alegria, com perseverança.”

Outros aspectos levantados foram a respeito de um laicato maduro, consciente e livre; a ideia da opção preferencial pelos pobres; uma Igreja como casa ou tenda que precisa sempre mais alargada; o cuidado com a Casa Comum; e a formação. “A partir daí vamos ter muitas propostas, por exemplo, uma espiritualidade eclesial centrada na pessoa de Jesus; a ideia de alargar a tenda na questão de acolhida, da misericórdia; as juventudes; o laicato; as mulheres; a comunicação e o mundo digital; são todas questões que estão surgindo com força nos grupos”, finaliza.

Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana

Foto: Fabrício Preto

Nessa segunda-feira, 6 de março, mais de 180 representantes da Igreja dos países do Cone Sul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile) participaram do primeiro dia da etapa continental do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, convocado pelo Papa Francisco. A assembleia segue até sexta-feira em Brasília, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Os participantes darão suas sugestões para aquilo que deve ser levado adiante nas próximas etapas do sínodo. O arcebispo dom Geremias é um dos representantes da Igreja do Brasil.

Na abertura, falas de autoridades presentes, como de dom Joel Portella Amado, bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário executivo da CNBB; da irmã Eliane Cordeiro, presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB); e do presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), dom Miguel Cabrejos Vidarte.

Num primeiro momento os participantes se concentraram na leitura do documento da etapa continental do Sínodo para se inserirem nas grandes questões que serão debatidas até sexta-feira. A seguir, padre Agenor Brighenti, doutor em Ciências Teológicas e Religiosas, ministrou palestra sobre os documentos da Igreja Latino-Americana.

Houve também um tempo dedicado à exposição do método a ser utilizado nos trabalhos: a “conversa espiritual”. “A conversa espiritual é um instrumento para animar o discernimento comunitário”, explica dom Geremias. Essa metodologia engloba três aspectos: 1) escuta ativa; 2) escuta receptiva; e 3) partilha daquilo que toca cada um. . “No final da tarde fizemos um pequeno treino para entender como se desenvolve esse método.” Os grupos, cada um com cerca de 10 pessoas respondeu à questão: “quais as dores que temos sentido na Igreja da América Latina hoje?”.

“No grupo, cada um falou das suas dores, esperanças e depois fomos fazendo exercício com silêncio, com oração em que a gente foi discernindo enquanto grupo o nós iríamos dizer”, explicou o arcebispo. Ele aponta que muitas coisas interessantes saíram dessa conversa. Entre elas a experiência pessoal com Jesus; a diminuição abrupta dos católicos; a catequese de iniciação cristã, entre outros.

Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana

O arcebispo dom Geremias Steinmetz participa, entre os dias 6 e 10 de março, em Brasília (DF), da etapa continental do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade: “Por uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão”. A chamada Assembleia Regional do Cone Sul tem a participação de 186 representantes da Igreja Católica da Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Brasil e retoma os apontamentos feitos durante a fase diocesana do sínodo.

Em Londrina, como nas demais dioceses do mundo, a fase arquidiocesana foi realizada de outubro de 2021 a julho de 2022. Nesse período foram ouvidas as lideranças e comunidades, que responderam a um questionário enviado pelo Santo Padre. A partir das respostas das comunidades, uma síntese foi enviada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que elaborou uma nova síntese, levando em consideração as contribuições das 279 dioceses e prelazias do Brasil, além de congregações religiosas, escolas, comissões, pastorais e organismos. “Todas essas sugestões foram resumidas e a síntese brasileira foi enviada para Roma”, explica dom Geremias.

Em Roma uma nova síntese foi feita a partir dos mais de 110 relatórios do mundo, provenientes tanto das conferências episcopais, como de organizações e também outras igrejas cristãs Por um pedido do Papa Francisco, essa síntese feita por Roma volta às bases para ser discutida em âmbito continental.

Devido à grande extensão da América Latina, o território foi dividido em 4 lugares de trabalho: 1) países da América Central e México; países do Caribe; países bolivarianos; e países do Cone Sul.

Dom Geremias pede aos fiéis de Londrina que estejam em oração pelos trabalhos que irão realizar. “Nesta semana, a gente estará dando opiniões e analisando com essas 186 pessoas, guiados pelo Espírito, e para isso peço orações da Igreja londrinense, para que a gente possa de fato indicar questões importantes que precisam ser analisadas nesta última etapa do sínodo, que ocorrerá em duas datas: outubro de 2023 e outubro de 2024.”

Temas

Entre os temas que serão abordados, dom Geremias destaca alguns: papel das mulheres na Igreja; juventude; meio ambiente; anúncio querigmático; análise da atuação da Igreja no mundo. E conclui: “O Papa sempre ressalta que a evangelização deve ser analisada sob a inspiração do Espírito, que é o grande detentor do trabalho de evangelização.” A Igreja é do Espírito Santo e é Ele quem a guia, finaliza dom Geremias.

Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana

Convocado pelo Papa Francisco, processo sinodal começou em 2021 nas dioceses de todo mundo e culminará com assembleia no Vaticano em 2023. Na celebração, dom Geremias lançará carta pastoral destinada aos fiéis da arquidiocese

Na sexta-feira, 29 de julho, padres, diáconos, religiosos e lideranças de todas as paróquias da Arquidiocese de Londrina se reúnem na Catedral para o encerramento da fase arquidiocesana do Sínodo dos Bispos 2021-2023, convocado pelo Papa Francisco. A celebração será presidida pelo arcebispo dom Geremias Steinmetz, com a presença de padres de Londrina e região, às 19h30. A assembleia do Sínodo dos Bispos é realizada desde 1965 pela Igreja Católica, reunindo bispos do mundo todo para discutir juntos os rumos que a Igreja vai tomar a respeito de determinado assunto. Os últimos sínodos trataram sobre a família, os jovens e a evangelização na região amazônica.

Esta é a primeira vez que essa assembleia está sendo realizado de forma descentralizada, não só no Vaticano, mas a partir das dioceses, se dará em três etapas: arquidiocesana, continental e universal. O tema tratado é o modo como a Igreja realiza o seu trabalho expresso na palavra “sinodalidade”, que quer dizer o processo de autoridades eclesiásticas e fiéis leigos caminharem juntos.

A fase arquidiocesana do Sínodo dos Bispos começou em outubro do ano passado e envolveu um grande processo de consulta e discernimento nas 83 paróquias e 16 cidades que compõem a arquidiocese. Os fiéis responderam um questionário enviado pelo papa que resultou numa síntese a ser entregue na sexta-feira e seguirá para as próximas fases que culminarão com a assembleia de 2023 no Vaticano, com o Papa Francisco e os padres sinodais.

Finalizando esse processo arquidiocesano do Sínodo dos Bispos, a Igreja de Londrina vai iniciar também na sexta-feira o processo do Sínodo Arquidiocesano, com o objetivo de escutar todos os fiéis, mas também representantes da sociedade civil, para ser construído o planejamento pastoral para os próximos anos na Igreja de Londrina. Na celebração, o arcebispo dom Geremias lançará uma carta pastoral que fundamentará todo processo, com o tema: “No Caminho, guiados pelo Espírito, nos escutamos e formamos comunidade” e o lema: “Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles” (Lc 24,15).

Serviço:

Missa de encerramento da fase arquidiocesana do Sínodo dos Bispos e abertura do Sínodo Arquidiocesano

Lançamento da Carta Pastoral de dom Geremias Steinmetz sobre o Caminho Sinodal na Arquidiocese de Londrina

Sexta-feira, 29 de julho, às 19h30

Local: Catedral Metropolitana de Londrina

Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana

Foto: Ernani Roberto

Neste domingo, 17 de outubro, será a abertura da fase diocesana do Sínodo dos Bispos, convocado pelo Papa Francisco para conclusão em 2023, com o tema: “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. A celebração será presidida pelo arcebispo dom Geremias Steinmetz na Catedral Metropolitana de Londrina às 18h.

 

O Sínodo, anunciado em maio deste ano, será realizado em três fases: diocesana, continental e universal. Este caminho sinodal terá a duração de três anos. 

 

Atualmente, esta primeira fase será realizada em todas as dioceses do mundo, sob presidência de seu respectivo bispo e terá seu fim em abril de 2022. A assembleia em Roma acontecerá em 2023.

 

A fase arquidiocesana será marcada pela consulta ao Povo de Deus. O objetivo é que o processo sinodal se realize na escuta da totalidade dos batizados a partir de um Documento preparatório, acompanhado por um Vademecum.