Conhecido como o santo do cotidiano, São Josemaria Escrivá foi celebrado na Catedral Metropolitana de Londrina no último sábado, 25 de junho, em Santa Missa presidida pelo padre Caio Penna Chaves, da Prelazia da Santa Cruz e Opus Dei.

São Josemaria teve um olhar atento para a grandeza da vida ordinária. No início do século XX, quando a santidade parecia coisa de monges e freiras, o santo trazia uma mensagem com ares de novidade: Deus nos chama a servi-Lo nas tarefas mais corriqueiras, civis, materiais e seculares da vida humana. Pois “Deus nos espera cada dia: no laboratório, na sala de operações de um hospital, no quartel, na cátedra universitária, na fábrica, na oficina, no campo, no seio do lar e em todo o imenso panorama do trabalho”, escreveu o santo, que é o fundador do Opus Dei.

Na homilia, padre Caio resumiu a mensagem de São Josemaria em duas ideias: todos somos chamados à santidade, que é a plenitude da vida cristã; e que todos os momentos e circunstâncias da vida, em especial o trabalho, podem ser convertidos em ocasião de união com Deus, de serviço à Igreja e de amor ao próximo. “A santidade a que somos chamados, se alcança, se cultiva, portanto, na nossa vida de todos os dias.”

Neste ano a festa de São Josemaria coincidiu com a conclusão do Ano da Família Amoris Laetitia, convocado pelo Papa Francisco com o desejo de que os fiéis refletissem sobre a importância da família na Igreja e na sociedade. Por isso, padre Caio concentrou sua homilia na incidência da mensagem do santo na vida familiar: “que essa vida se transforme então em caminho de união com Deus.”

Todos os lares, explica o sacerdote, são chamados a ser como o lar da Sagrada Família: luminoso e alegre, um recanto de paz. “Essa é a nossa meta, esse é o nosso ideal. Pode parecer difícil em algumas situações…, mas o que torna um lar luminoso e alegre não é a ausência de problemas, de dificuldades, e sim o amor, e o amor encontra ocasião para se manifestar não só nos momentos felizes, mas também no meio das dificuldades, no meio das fraquezas, que, portanto, devem ser um impulso ao chamado a ir para águas mais profundas.” Citando o Evangelho proclamado, o padre reforça que Jesus faz este convite a todos: que não permaneçam paralisados diante das dificuldades, mas que avancem para águas mais profundas, ou seja, buscar a santidade nas coisas do dia a dia, na vida familiar.

Padre Caio destaca que o amor na família deve refletir o amor de Deus. Diante de um mundo em que as pessoas são valorizadas por aquilo que realizam ou por aquilo que conquistam, Deus, ao contrário, ama, antes de qualquer realização, por aquilo que nós somos, filhos seus, com nossas virtudes e defeitos. “É na família que uma pessoa tem, por assim dizer, o primeiro contato com o amor de Deus, porque na família uma pessoa deve ser amada por aquilo que ela é.”

Ao longo dos anos, assim como na época dos primeiros cristãos, a família carrega a missão de ser um foco da luz do Evangelho no mundo. “Nenhuma engenharia econômica e política é capaz de substituir a atuação das famílias… E é isso que Jesus Cristo nos chama. O navegar para águas mais profundas, nós podemos entender como um pedido dirigido às famílias: que não tenham medo, que apoiadas no amor de Deus procurem crescer no amor familiar e assim ser esse ponto de difusão da mensagem do Evangelho em todos os ambientes”, conclui.

Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana

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