O arcebispo dom Geremias Steinmetz escreve, neste momento de pandemia, sua segunda Carta Pastoral ao Povo de Deus da Arquidiocese de Londrina. Na carta, dom Geremias encoraja os fiéis e o clero a continuarem perseverantes nos trabalhos pastorais e agradece todo trabalho realizado, com fidelidade criativa, ajudando o povo a viver a sua fé.

“Vamos, neste momento de pandemia continuar seguindo as orientações das autoridades sanitárias e trabalharmos na evangelização ‘à espera da Eucaristia’”, escreve o arcebispo, na expectativa de que o momento de abertura “venha o quanto antes”.

Desta forma, dom Geremias indica que as secretarias paroquiais continuam abertas, assim como as igrejas, mas que ainda não haverá celebração da Santa Missa de maneira presencial, a não ser nos municípios cujas autoridades sanitárias autorizam as celebrações presenciais, resguardando, sempre, as orientações de higiene que forem sugeridas.

Por fim, o arcebispo indica cinco pontos que devem ser valorizados por todos os fiéis neste tempo em que vivemos “à espera da Eucaristia”: a Palavra de Deus, a Devoção a Nossa Senhora, a Igreja Doméstica, a Comunhão Espiritual e a Caridade.

 

Leia a Carta Pastoral na íntegra:

 


 

Londrina, aos 08 de Maio de 2020.

 

Queridos Padres Diocesanos e Religiosos, Religiosas, Diáconos, Seminaristas, leigos e leigas, Povo de Deus da Arquidiocese de Londrina.

 

Saúde, paz e bem!

 

Continuamos vivendo as consequências da pandemia do Covid -19 que se abateu sobre o nosso país e sobre a nossa região. As conseqüências mais profundas, certamente, ainda estão por vir. Assim nós todos somos gravemente convocados a fazermos a nossa parte para que a infestação do Coronavírus não produza tantos efeitos nefastos em nossa região, como tem produzido em outras, de acordo com os noticiários. Por isso, vamos continuar com as nossas secretarias abertas para atender a comunidade; continuemos mantendo as igrejas abertas para quem quiser fazer a sua oração durante o dia; mas, não celebremos, ainda, a Santa Missa de maneira presencial. As paróquias dos municípios cujas autoridades sanitárias autorizam as celebrações presenciais podem proceder de acordo com tais orientações resguardando, porém, todas as orientações de higiene que forem sugeridas. Lembro que também os padres em grupos de risco precisam se proteger do Coronavírus com todos os cuidados necessários.

 

Tem esta Carta Pastoral a finalidade de agradecer tantas e diversas manifestações de trabalhos pastorais, de fidelidade criativa, que ajudam neste tempo o nosso povo viver a sua fé, mesmo que de maneira isolada ou em distanciamento social. De fato, temos muitas oportunidades de rezar com as famílias pelos Meios de Comunicação Social, especialmente a Internet. Criaram-se milhares de Igrejas Domésticas que, verdadeiramente, alimentam a fé das pessoas. Muitos bons momentos vividos na devoção a Nossa Senhora, na Leitura Orante da Palavra de Deus, etc. Quanta criatividade para estar perto do povo!

 

Vamos, neste momento de pandemia continuar seguindo as orientações das autoridades sanitárias e trabalharmos na evangelização “à espera da Eucaristia”. Esperemos que este momento de abertura venha o quanto antes. Certamente este esforço será recompensado em graça espiritual para todo o nosso povo. Com este objetivo vamos valorizar bastante:

 

1. A Palavra de Deus – “Ela é viva, eficaz, cortante e penetrante como espada de dois gumes” (Hb 4,12). Ela penetra em nossa vida e provoca a conversão até nas mais difíceis situações. Junto com a Palavra a valorização de pequenos grupos de oração na escuta orante para aprofundar a resposta a ela.

 

2. A devoção a Nossa Senhora – Ela nos acompanha em todos os momentos difíceis. Ajudemos o povo a rezar o Santo Terço para que, inspirados por ela contemplemos com realismo os Mistérios de Nosso Senhor na realidade de hoje.

 

3. A Igreja Doméstica – Neste tempo em que não podemos participar presencialmente da nossa comunidade é bom ajudarmos as pessoas a realizarem a sua Igreja Doméstica. Este é, inclusive, um forte apelo de missão do nosso laicato. A fé trazida para dentro de casa através da oração e da boa e sadia convivência familiar. Existe momento mais apropriado?

 

4. A Comunhão Espiritual – Incentivar a comunhão espiritual é muito importante neste tempo. Recomenda-se, para que a comunhão espiritual seja bem realizada, que se faça um ato de fé na Eucaristia, professando a certeza de que Jesus se faz presente na Santíssima Eucaristia. Seja um ato de amor, dizendo a Jesus que O amamos sobre todas as coisas. Um ato de desejo, expressando o forte e sincero desejo de recebê-Lo na alma. Um pedido de que Jesus se dê espiritualmente naquele momento e que permaneça para sempre, nunca nos abandonando. Assim ela se tornará um verdadeiro consolo para corações sedentos. É muito importante o “sentire cum ecclesia”, sentir com a Igreja, este momento de dificuldade e, ao mesmo tempo de graça, que vivemos. Temos, além da Eucaristia, vários outros elementos de fé que podemos aprofundar.

 

5. A caridade – Além de ser um constitutivo da fé cristológica, a caridade está se mostrando sempre mais necessária nas nossas comunidades e cidades. Já estamos fazendo bastante, mas se a pandemia insistir em continuar certamente as exigências serão ainda maiores. Este é também um ato de fé. Socorrer os necessitados é uma obra de misericórdia. Olhemos para ela com espírito de fé e façamos dela uma prática, pois a caridade apaga uma multidão de pecados. Viver a caridade é, também, motivar as pessoas a cuidar bem dos seus idosos, vulneráveis, crianças, pessoas doentes, a não praticar a violência em gestos e palavras, etc.

 

Que Deus nos guie e acompanhe no pastoreio do rebanho que sofre, corre perigo, as vezes vive sem esperança mas não desiste da fé. Invoco sobre todos a bênção de Deus e a proteção de Nossa Senhora.

 

Atenciosamente

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina – PR

A Paróquia São José Operário, Decanato Oeste, recebeu na noite de sábado, 27 de julho, com a presença de centenas de fiéis uma grande graça, a inauguração e benção da Capela da Mãe Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt construída no jardim interno.

 

Na celebração estiverem presentes o Terço dos Homens, as Irmãs de Maria do Movimento de Schoenstatt e os casais das Equipes de Nossa Senhora. Um ambiente bonito de fé, devoção e homenagem. No colo da Virgem Maria, todos nós somos filhos.

 

A Paróquia São José Operário fica na rua Ruy Virmond Carnascialli, 486, em Londrina.

“Mãe admirável, ó mãe peregrina, a tua visita aquece e ilumina, pois trazes contigo o teu filho Jesus, que é vida, caminho, verdade, e luz”.

 

Pascom Paroquial

[dropcap]O[/dropcap] Dogma da Assunção de Nossa Senhora foi solenemente proclamado pelo papa Pio XII em 1 de Novembro de 1950, por meio da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus e é celebrada no dia 15 de Agosto. No Brasil se celebra no domingo seguinte, quando a data não cai no domingo.

A Constituição destaca a união indissolúvel entre Maria e Jesus em dupla natureza:

a) Física – acolhendo em seu ventre o Verbo divino e revestindo-o com nossa carne, Maria tornou-se como que a Arca da Nova Aliança, a sede da Presença encarnada de Deus entre nós. Desse modo, repugna pensar que o corpo da Virgem, de tal forma fundido com a humanidade de Cristo em virtude da função biológico-materna, fosse depois separado do Filho, submetendo-se à corrupção do sepulcro.

b) Moral – Maria enquanto nova Eva, ao lado e em dependência do novo Adão (Cristo) participou intimamente da obra redentora do Filho, na luta e na vitória contra o demônio, o pecado e a morte. Assim, como a ressurreição foi o início da salvação operada por Cristo, também era conveniente que a participação de Maria nessa luta fosse coroada pela glorificação de seu corpo virginal. Portanto, a Assunção de Maria; é consequência da união perfeita de Maria com o Filho no campo da fé.

A Assunção significa o definitivo encontro de Maria com seu Filho que a precede na glória. Mãe e Filho vivem um amor e uma união inimaginável. Ela não precisa mais crer em sua divindade, contra todas as aparências. Agora vê a realidade assim como ela é, da filiação e de sua maternidade divina. Aquela que sempre esteve ao lado do filho nesta vida, não foi abandonada por Deus que a escolheu e preparou para conceber, gerar e dar à Luz ao Seu Filho. Ela se tornou a porta de entrada de Jesus Cristo neste mundo e por especial privilégio herdou a graça de estar junto dele em corpo e alma, conforme define a proclamação dogmática, que professa que Maria “terminado o curso de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória do céu”.

assuncao de maria
Assunção da Virgem. 1616. Por Rubens, atualmente nos Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica.

Em 8 de Dezembro de 1854, o Papa Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, proclama Maria Imaculada Conceição. Este dogma está em estreita ligação com o da Assunção de Maria, pois se coloca como uma das causas para a definição do presente dogma de fé. Para entendermos bem isso, basta que pensemos no que significa a Imaculada Conceição de Maria. Por sua Imaculada Conceição, ela se encontra em uma especial situação, toda particular, única e inteiramente diferente. Ao ser preservada do pecado em vista dos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, Maria é subtraída de toda ação maléfica do demônio sobre sua pessoa. Naturalmente, esta isenção expressa uma misericórdia toda particular de Deus, que a introduz em sua glorificação antecipada da qual até mesmo seu corpo desfruta. Ela não precisa aguardar julgamento algum, pois o julgamento é reservado aos pecadores. Ela já está pronta e pode, assim, contemplar o cumprimento de todas as promessas do Pai, a começar pela Ressurreição, se tornando a primeira beneficiária das virtudes de Cristo Salvador.

A Virgem Imaculada na glória é “sinal de esperança segura e de conforto para o Povo de Deus peregrino” (Lumen Gentium 68). Ela é a “imagem e o começo da Igreja consumada” (LG 68). A Virgem gloriosa é um sinal eloquente do jeito de Deus agir: Ele exalta os humildes (Lc 1,52b; cf. Lc 14,11.18). De fato, ela é a serva (Lc 1,38.48) que foi elevada a Rainha. O Documento da Conferência Latino-americana de Puebla declara que “no corpo glorioso de Maria começa a criação material a ter parte no corpo ressuscitado de Cristo”.

Pe. Valdomiro Rodrigues da Silva
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Luz
Mestrando em Mariologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia Mariana em Roma