Já virou tradição na Paróquia Nossa Senhora Rainha do Universo, todo mês de setembro a catequese promove a Feira Bíblica, que neste ano ficará em exposição até o dia 12 de outubro, no espaço catequético paroquial. O objetivo é comemorar o Mês da Bíblia, valorizando a Palavra de Deus na vida dos catequizandos, familiares e comunidade. A feira apresenta informações, histórico e passagens bíblicas representados em desenhos, maquetes e outros materiais produzidos pelos catequizandos, catequistas e pela Infância Missionária. A abertura da feira foi no dia 22 de setembro, com um teatro sobre a criação do mundo.

A coordenadora da catequese, Evandra Ranieri, explica que as catequistas buscam sempre valorizar as comemorações do calendário católico junto aos catequizandos. “A participação e o envolvimento dos catequizandos e dos seus familiares foi excelente, todos os cartazes e maquetes foram produzidos por eles e pelas catequistas. Não podemos nos esquecer também da Infância Missionária que produziu algumas maquetes e nos ajudou a compor o cenário bíblico”, explicou.

“A catequese tem como objetivo evangelizar, educar e instruir na fé, mas também transmitir a todos a alegria de viver em comunidade, portanto, venham conhecer o trabalho da catequese, a Feira Bíblica ficará exposta até o dia 12 de outubro”, convida Evandra.

Fotos: Divulgação

Mais de 500 coordenadores, animadores e demais participantes dos Grupos Bíblicos de Reflexão (GBR) de toda arquidiocese participaram, no domingo, 3 de setembro, da formação arquidiocesana sobre o Mês da Bíblia, que neste ano propõe o estudo da carta de São Paulo aos Efésios, tendo como tema: “Revestir-se da nova humanidade!” (cf. Ef 4,24).  A formação foi assessorada pela professora da Escola de Teologia para Leigos da arquidiocese, Patrícia Zaganin Camilo Rosa, na Paróquia Nossa Senhora Rainha do Universo, Decanato Centro.

A coordenadora arquidiocesana do GBR, irmã Salette Besen, e o assessor, padre Glauber Gualberto, também participaram do encontro, que teve por objetivo reanimar, animar e fortalecer a vivência, o estudo e o anúncio da Palavra de Deus.

A finalidade da carta aos Efésios é estabelecer a unidade e a paz entre os judeu-cristãos e os gentios, explicou a assessora. Dessa forma, reconciliar entre os membros das comunidades; ressaltar os valores evangélicos e reforçar o compromisso cristão, para enfrentar o grande desafio de serem cristãos dentro de um contexto de valores contrários ao seguimento de Jesus Cristo.

O tema central da carta é a unidade do Corpo de Cristo, ou seja, a eclesiologia vista em íntima relação com a cristologia. Essa unidade está presente desde o início da carta até a saudação final. A unidade vem da Trindade: o Pai e o Filho juntamente com o Espírito Santo elegeram gentios e judeus para receberem gratuitamente a salvação em Jesus Cristo.

A carta aos Efésios chama a atenção para a diferença entre o modo de viver dos gentios e o dos cristãos e cristãs. “É preciso abandonar a antiga conduta, o ser humano velho, que vai continuamente se corrompendo, e revestir-se do ser humano novo, criado à imagem e semelhança de Deus. Essa imagem nova é apresentada por Jesus Cristo, que vive na justiça, na santidade e na verdade”, explica irmã Salette a partir do texto base do Mês da Bíblia (p. 30).

No final do encontro a assessora motivou a ler toda a carta aos Efésios durante o mês de setembro e perceber qual a mensagem ela traz pessoalmente e para os grupos e comunidades.

A irmã agradeceu a paróquia que acolheu o encontro, a assessoria da professora Patrícia e a presença dos participantes e equipes de trabalho. “Foi maravilhoso perceber o amor que o povo de Deus tem à Palavra de Deus e a generosidade das pessoas que colocam os seus dons a serviço. Na prática percebemos a importância da unidade e a beleza de fazer parte do Corpo de Cristo em uma Igreja viva e participativa, que gera comunhão. Há motivos de esperança. Prossigamos com fé!” exortou a irmã.

Pascom Arquidiocesana

Fotos: Desiele Mendes

Em sintonia com a Igreja do Brasil, a Arquidiocese de Londrina realiza, no dia 3 de setembro, a formação sobre o Mês da Bíblia, que, em 2023, tem como tema a Carta de São Paulo aos Efésios, e como lema: “Vestir-se da nova humanidade” (Ef 4,24).

A formação será ministra pela professora da Escola de Teologia para Leigos da Arquidiocese de Londrina, Patrícia Zaganin, Mestra em Teologia Bíblica, na Paróquia Nossa Senhora Rainha do Universo, das 8h às 11h30. Trazer Bíblia e partilha.

Mês da Bíblia

A Igreja do Brasil dedica o mês de setembro a incentivar os fiéis a conhecerem e amarem mais a Sagrada Escritura. Para isso, a cada ano, indica um livro da Bíblia para ser lido, estudado e rezado em comunidade. Neste ano, o livro indicado é o livro de Efésios.

Catequista, programe-se para celebrar Dia da Bíblia com todos os catequistas da nossa arquidiocese, na Catedral do Coração, dia 30 de setembro. Faremos um grande encontro celebrativo fechando o mês dedicado à Palavra de Deus, que é a fonte do nosso processo de Iniciação à Vida Cristã.

Estamos acostumados a transmitir a palavra aos nossos catequizandos. Chegou o momento de também bebermos dessa fonte de uma forma especial e com aqueles que estão conosco espiritualmente nessa caminhada.

Organize sua caravana, venha participar!

No dia 30 de setembro, a Igreja celebra a festa de São Jerônimo, santo que no ano de 386 foi o responsável por traduzir a Bíblia do hebraico e do grego para o latim, tradução conhecida como Vulgata. É por causa de São Jerônimo que a Igreja do Brasil dedica setembro como Mês da Bíblia, um tempo para aprofundar o conhecimento e a intimidade com a Palavra de Deus. Segundo São Jerônimo, ignorar as escrituras é ignorar o próprio Cristo.

Sobre o Mês da Bíblia, o Arquidiocese Entrevista fala hoje com o padre Mauro Pedrinelli, pároco da Paróquia São José Bento Cottolengo, de Miraselva, e da Paróquia São João Batista, de Prado Ferreira, estudioso das Sagradas Escrituras aqui da nossa arquidiocese. Padre Mauro faz um percurso histórico sobre a Bíblia e a sua importância na vida do cristão. Confira a entrevista conduzida pela jornalista Juliana Mastelini Moyses.

Produção: Pascom – Arquidiocese de Londrina;
Repórter: Juliana Mastelini Moyses;
Fotos: Bartolomé Esteban Murillo, Caravaggio, José Faria de Oliveira e Paulo Henrique Bonatti;
Imagens e edição: Tiago Queiroz.

Apresentamos a nova edição da Revista Comunidade. Neste mês destacamos o tema do Mês da Bíblia de 2021: a Carta de São Paulo aos Gálatas.

 

Confira os assuntos desta edição:

 

•Palavra do Pastor: Minha visita ao santuário do Padre Pio

•Coluna Serva de Deus: Senhor, que queres que eu faça?

•Especial: Carta aos Gálatas: Todos vós sois um só corpo

•Reportagem: Perseverança, determinação e compromisso

•Reportagem: Equipes de biossegurança: um cuidado necessário

•Reportagem: Arquidiocese ampara milhares de necessitados na pandemia

•Pergunta do Mês: Maria é mesmo mãe de toda a humanidade?

 

Boa leitura!

 

 

Acesse também pelo aplicativo da Arquidiocese de Londrina, disponível para Android e iOS.

 

Com o objetivo de valorizar a Palavra de Deus na vida dos seus catequizandos e da comunidade, a Paróquia Nossa Senhora Rainha do Universo, Decanato Centro, promoveu nos dias 11 e 12 de setembro, uma Feira Bíblia, apresentando, de forma lúdica, informações sobre as Sagradas Escrituras. A exposição foi montada na entrada da paróquia para que catequizandos e paroquianos pudessem visitar no início e fim das missas do final de semana.

 

Os cartazes e maquetes foram produzidos pelos próprios catequizandos e catequistas, que usaram da criatividade para representar os episódios narrados na Bíblia. Arca de Noé, travessia do Mar Vermelho, parábolas e vida de Jesus foram alguns dos momentos representados. “Ficamos muito felizes com o resultado da Feira Bíblica, além da participação dos catequizandos, todos os paroquianos que participaram das missas do final de semana contemplaram a feira e se encantaram com todos os trabalhos. A catequese tem como objetivo evangelizar, educar e instruir na fé, mas também transmitir a todos a alegria de viver em comunidade”, explicou a coordenadora paroquial da catequese Evandra Ranieri.

 

O domingo, dia 12, marcou também a cerimônia de entrega da Bíblia aos catequizandos que iniciaram o ano catequético em agosto. Este é um rito celebrativo proposto pela metodologia da Iniciação à Vida Cristã (IVC), realizado sempre no mês de setembro em referência ao Mês da Bíblia. “Na celebração os pais entregaram aos seus filhos o Livro Santo da nossa fé e foi um momento para que todos nós, pais, catequistas, comunidade, assumamos nosso compromisso de levar a Palavra de Deus aos nossos catequizandos. A Bíblia é a Palavra de Deus, é o livro principal da catequese, por ela conhecemos quem é Deus, quem é Jesus e aprendemos o que Ele nos ensina”, conclui a catequista.

 

Pascom Arquidiocesana

Fotos: Divulgação

 

 

“A Bíblia deve estar sempre à mão” (Papa Francisco)

 

Como uma lâmpada que ilumina um quarto escuro no meio da noite, a Palavra de Deus é a luz que ilumina toda vida da Igreja, sem a qual nada se pode fazer. Nosso dia a dia de cristãos católicos está impregnado das Sagradas Escrituras, mesmo que não percebamos. Porém, no mês de setembro, a Igreja do Brasil convida a um passo a mais no conhecimento da Palavra de Deus. O Mês da Bíblia é um período em que se busca de maneira especial conhecer a Palavra de Deus e a sua aplicação na vida cotidiana.

 

A Bíblia não deve ficar num suporte, alerta o Papa Francisco. Mas deve estar sempre à mão, para ser lida, frequentemente, seja individualmente, em família, em grupo. “Hoje se pode ler o Evangelho também com muitos instrumentos tecnológicos. Pode-se trazer consigo toda a Bíblia num telefone celular, num tablet. O importante é ler a Palavra de Deus, com todos os meios, e acolhê-la com o coração aberto. E então a boa semente dá fruto!”, afirmou o Papa.

 

Por que Setembro é o Mês da Bíblia?

O mês da Bíblia teve início em 1971, por ocasião do cinquentenário da Arquidiocese de Belo Horizonte (MG). Foi levado adiante com a colaboração do Serviço de Animação Bíblica da Congregação das Paulinas (SAB). Posteriormente, foi assumido pela Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) e estendeu-se ao âmbito nacional.

 

A escolha do mês de setembro para dedicar-se à Bíblia deve-se ao fato de no dia 30 de setembro ser comemorado o dia de São Jerônimo, o qual traduziu a Bíblia dos originais (hebraico, grego e alguns trechos em aramaico) para o latim. (Fonte: acidigital.com).

 

2021: Carta aos Gálatas

Neste ano a proposta da Igreja para o Mês da Bíblia é que os fiéis estudem e conheçam a Carta aos Gálatas, uma carta pessoal do apóstolo Paulo às comunidades da Galácia, escrita durante sua terceira viagem missionária.

 

Diferentemente de uma carta pastoral, como São Paulo escreveu, por exemplo, aos coríntios e aos filipenses, a Carta aos Gálatas é um esboço de um tratado teológico, no qual Paulo começa a organizar e a sistematizar seu pensamento de uma forma mais acadêmica.

 

Para adentrar no universo da Carta aos Gálatas, a arquidiocese promove, nesta sexta-feira, 3 de setembro, uma formação sobre a temática do Mês da Bíblia de 2021, com a professora Patrícia Zaganin, mestra em teologia Bíblica. O encontro arquidiocesano será transmitido ao vivo, às 20h, pelo aplicativo e redes sociais da arquidiocese:

Youtube (https://www.youtube.com/c/arquidiocesedelondrinaoficial)

Facebook (https://www.facebook.com/arquidiocesedelondrina).

 

Participe e deixe-se iluminar pela Palavra de Deus.

 

 

Todos os anos a ação evangelizadora da Igreja no Brasil tem como marco característico o mês de setembro ser dedicado à Bíblia. Em cada ano, um dos livros da Sagrada Escritura é lido, estudado e rezado. O 17º Plano de Ação Evangelizadora de nossa arquidiocese nos apresenta na terceira Urgência a Igreja como lugar de animação bíblica da vida e da pastoral. A comunidade que tem como missão assumir-se como casa da Palavra.

 

O Mês da Bíblia de 2019 tem como tema “Para que n’Ele nossos povos tenham vida – Primeira Carta de João”. É o quarto e último ano do ciclo do tema “Para que n’Ele nossos povos tenham vida”. Já refletimos a Profecia de Miqueias, a Primeira Carta aos Tessalonicenses, o livro da Sabedoria e por fim a Primeira Carta de João.

 

A palavra-chave da Primeira Carta de João é o verbo amar. Por isso o lema escolhido para o Mês da Bíblia 2019 é “Nós amamos porque Deus primeiro nos amou” (1Jo 4,19). O amor vem de Deus e chega a todos. Deus nos faz um convite e toda vez que somos convidados precisamos dar uma resposta, amar. A resposta ao amor de Deus é amor aos irmãos. Vamos nas próximas linhas conhecer um pouco mais essa carta no contexto histórico, literário e teológico.

 

A Primeira Carta de João faz perceber sua origem como uma homilia escrita. O autor se dirige de forma afetiva aos seus interlocutores, chamando-os de amamos e filhinhos. A tradição da Igreja apresenta como autor da Carta João, filho de Zebedeu, um dos doze e o mesmo autor das outras duas cartas e do Evangelho segundo João.

 

Sobre a teologia da carta encontramos duas fundamentais afirmações sobre Deus. Primeiramente que “Deus é Luz” (1Jo 1,5) depois “Deus é amor” (1Jo 4, 8.16). João apresenta que Deus é Luz e nEle não há trevas. Mais ao final percebemos que quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Aparecem os verbos crer, conhecer e permanecer, verbos importantes e muito presentes em todos os escritos de João. Podemos agrupar as afirmações “Deus é Luz” e “Deus é Amor” pois o amor é luz e quem não ama está nas trevas.

 

Do início ao fim da Primeira Carta de João aparece a pessoa de Jesus Cristo. A Carta é aberta e Ele é apresentado como Palavra da Vida já no primeiro versículo: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e nossas mãos apalparam da Palavra da Vida” (1Jo 1,1). O tema da encarnação vai ao longo da Carta se tornando mais presente e mais polêmico.

 

O centro do conflito que está na raiz da Carta são aqueles que negam a encarnação. Esses são chamados de anticristos. Esse termo aparece por cinco vezes Novo Testamento e todas elas nos escritos de João. A melhor forma de compreendermos seu significado está em lermos a Segunda Carta onde o autor diz: “Acontece que se espalharam pelo mundo muitos enganadores, que não confessam Jesus Cristo vindo na carne. Está aí o enganador, o Anticristo” (2Jo 7).

 

Uma riqueza da Primeira Carta de João é a forma como o autor se utiliza para exprimir o agir cristão: o verbo caminhar. Uma forma simples e pedagógica de toda Sagrada Escritura. Agir segundo a verdade é caminhar na luz, agir de forma mentirosa é caminhar nas trevas, e assim as expressões vão exprimindo o modo agir do cristão.

 

Que o Mês da Bíblia deste ano nos motive ao conhecimento da Primeira Carta de João. Ao ouvirmos que “Deus é Luz” nos encorajemos a permanecer e irradiar essa Luz. Podemos também nos questionar: é possível existir amor a Deus sem amor ao próximo? Assim, ao mesmo tempo a afirmação que “Deus é amor” deve nos ajudar a permanecer no amor e, desta forma, amarmos porque Deus primeiro nos amou.

Pe. Djonh Denys
Pároco Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Rolândia PR

“Anunciar o Evangelho e doar a própria vida” (cf. 1Ts 2,8)

mes da biblia 2017[dropcap]D[/dropcap]ia 30 de setembro é dia de São Jerônimo, um dos maiores biblistas de todos os tempos. Por isso, a Igreja dedica o mês de Setembro à Palavra de Deus. Todo ano, é escolhido um texto ou livro da Bíblia para estudo, reflexão, vivência e celebração. Neste ano o livro escolhido é a Primeira Carta de Paulo aos Tessalonicenses. Esta pequena Carta é a primeira carta escrita pelo apóstolo Paulo e também é o primeiro escrito do Novo Testamento.

Entre as tantas frases e expressões bonitas desta Carta, o lema escolhido foi tirado de 1Ts 2,8: “Anunciar o Evangelho e doar a própria vida”. A frase resume o que foi a vida e a paixão do Apóstolo Paulo depois da sua conversão. Viajando para tantos lugares, de cidade em cidade, Paulo anunciou o Evangelho (a Boa Notícia) que Jesus trouxe e fundou comunidades cristãs. Com suas Cartas o Apóstolo animava as comunidades e consolidava a mensagem que havia sido anunciada.

É importante recordar que Paulo não tinha em mãos os evangelhos escritos que nós temos hoje. Ele transmitia a mensagem que havia recebido dos apóstolos que conviveram com Jesus. É este Evangelho que foi anunciado como Palavra de Deus (1,6; 2,2.4.9) e que foi acolhido “não como palavra humana, mas como Palavra de Deus que produz efeito” (2,13) entre os fieis.

A Primeira Carta aos Tessalonicenses pode ser dividida em duas partes. A primeira parte (1,1–4,12) é uma grande ação de graças pela boa acolhida que os tessalonicenses tiveram do Evangelho anunciado. Na segunda parte (4,13–5,28) são mais reflexões teológicas a respeito da ressurreição e da parusia (final dos tempos) e algumas orientações finais.

Quem lê a Carta com cuidado vai perceber que a Carta não é só de Paulo, mas do grupo dos missionários: Paulo, Silvano e Timóteo (1,1). Há uma relação fraterna entre os remetentes e os destinatários. Percebe-se isso no jogo de palavras “nós x vós”. E é importante notar que por 17 vezes aparece a palavra “irmãos”. Esta Igreja que nasce é uma comunidade fraterna, de irmãos que transmitem e irmãos que acolhem o Evangelho. A Carta é marcada por uma profunda espiritualidade: vejam como aparecem tantas vezes os nomes divinos: Deus Pai, Senhor Jesus Cristo, Espírito Santo, Senhor, Deus, etc.

Os missionários fundaram a comunidade de Tessalônica e partiram para nova missão, mas ficou sempre a saudade, uma ligação afetiva que os unia mesmo quando estavam separados fisicamente. Isso nos ensina que a evangelização deve ser com amor e com paixão. Na Carta, os missionários se comportam ora “como uma mãe que acaricia os filhos” (2,7) e ora como “um pai que exorta os filhos” (2,11). É esta relação afetiva que os leva a evangelizar com o desejo de doar a própria vida, se necessário, para o bem e o crescimento da comunidade.

Os missionários rendem graças pelas três virtudes que a comunidade de Tessalônica pratica: a atividade da , o esforço da caridade e a perseverança da esperança (1,3). Estas três virtudes aparecem também em 1,8-10; 3,6 e 5,8, como uma marca que sustenta a comunidade. São as três virtudes cardeais que o cristianismo vai desenvolver na história da Igreja.

A evangelização e a fundação da Igreja em Tessalônica ocorreram em meio a conflitos (At 17,1-15). Os missionários foram vistos como aqueles que incomodavam e que estavam “revolucionando o mundo todo” (At 17,7), por isso Paulo, Silas e Timóteo tiveram que sair da cidade. Na Carta, recorda-se que o anúncio “ocorreu em meio a fadigas” (2,9). Paulo se refere a Satanás que está impedindo que ele retorne à comunidade (2,18) e teme que o Tentador destrua o trabalho realizado (3,5). Seguramente, “Satanás” e “Tentador” não se tratam de potências espirituais malignas, mas das estruturas do império romano, aliados a grupos judaicos, que se opunham ao trabalho de evangelização.

Com relação ao final dos tempos e à vinda de Jesus, havia uma espera ansiosa que tudo iria ocorrer muito em breve. A Carta procura animar os irmãos para que vivam o presente e que mantenham a esperança na ressurreição e – como pediu Jesus – que permaneçam em vigilância constante.

A mensagem desta Carta é um testemunho de como deve ser anunciado o Evangelho: com ardor pelo Reino, com entusiasmo e, ao mesmo tempo, com simplicidade e gratuidade. Hoje o mundo em crise nos desafia a sermos o testemunho vivo do Evangelho. A mensagem da boa nova de Jesus só chegará aos corações das pessoas se foi anunciada com paixão e com amor de quem é capaz de doar a própria vida pela causa do Reino de Deus.

Frei Ildo Perondi
Professor da PUCPR (Campus Londrina)