MISSA EM SUFRÁGIO • PE. WANDERLEY

Sábado, 26/6 – 18:30

Paróquia Imaculada Conceição, Decanato Centro

Em união com toda arquidiocese rezamos pelo descanso eterno do padre Wanderley Rodrigues dos Santos, pároco da Paróquia Imaculada Conceição, falecido hoje vítima da COBID-19.

Preside esta celebração eucarística o arcebispo dom Geremias Steinmetz.

 

A Arquidiocese de Londrina comunica o falecimento do Frei Nelson Martins dos Santos, OFMCap, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo do Decanato Sul, nesta quarta-feira, 9 de junho, vítima da covid 19. Todas as orações se unem pelo seu descanso eterno na grande esperança da Ressurreição.
A Arquidiocese de Londrina se une a Ordem dos Frades Capuchinhos nesse momento de despedida ao irmão de comunidade que agora se une ao anjos e santos do céu.
O sepultamento será amanhã no cemitério da congregação localizado no Convento Santo Antônio na cidade de Almirante Tamandaré (PR).
O arcebispo dom Geremias Steinmetz vai presidir a Santa Missa em sufrágio com a comunidade da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, Decanato Sul, às 18h30.

Nestes tempos difíceis que estamos vivendo, convém uma palavra sobre a Esperança. Ela está estreitamente ligada à fé e à caridade. É uma virtude teologal, visto que tem em Deus a sua origem e a sua meta. É, também, uma atitude profundamente humana, uma dimensão antropológica fundamental, pois em cada ser humano há uma essencial confiança na vida, uma espera de seguir vivendo e o desejo de viver melhor.

 

Na Sagrada Escritura, especialmente o Novo Testamento, a esperança se refere à história de Abraão para indicar que a nova aliança é o cumprimento pleno da religião de Israel (Rm 4,7-18; Hb 11,8-19). A categoria central das expectativas e esperanças no tempo de Jesus era a do Reino de Deus. No anúncio feito por Jesus aparece um paradoxo da esperança neotestamentária: o Reino é, de uma só vez, boa notícia já realizada e promessa aberta a um futuro melhor. Em Jesus, o Reino se faz presente já (Lc 11,20; Mt 12,28); dizem os textos que preciso pedi-lo (Mt 6,10) porque ainda não chegou em plenitude. A ressurreição de Cristo não anula a esperança mas lhe confere um novo vigor e a plenifica.

 

Ainda a esperança de Jesus sobressai de textos que dizem respeito aos dois momentos decisivos de sua vida. As parábolas do Reino (Mc 4; Mt 13) fazem entrever que a vinda deste Reino se deu no meio de inúmeras vicissitudes (a semente), mas que, por modestos que tenham sido seus começos, esta vinda tende inelutavelmente para seu fim (o grão de mostarda), um fim certo pois é obra de Deus (o grão que cresce sozinho).

 

O Apocalipse é o livro da esperança cristã. Encontra-se no meio de uma situação dramática para a qual contribuem diversas dificuldades externas, como a hostilidade das autoridades públicas que chegam a culminar na perseguição, e dificuldades internas, como a negação da fé de alguns irmãos, os cristãos da Ásia são convidados a contemplar o triunfo do Cordeiro imolado e ressuscitado, celebrado no céu (Ap 5,11-14). Viver na esperança quer dizer suportar a perseguição das potências do mal (6,10-11), na expectativa da felicidade perfeita dos novos céus e da nova terra (Ap 21-22).

 

No Antigo e no Novo Testamento a esperança vive da memória da intervenção libertadora de Deus para tirar Israel da escravidão do Egito (Dt 6,12; 8,11); e memória da Cruz e Ressurreição de Cristo (2Tm 2,8). A teologia contemporânea destaca que a memória da cruz e ressurreição é uma “recordação perigosa” que desperta uma esperança transformadora do presente. J.B. Metz assim expressa: “A memória de Jesus Cristo implica uma determinada antecipação do futuro, como futuro dos que não tem esperança, dos fracassados e injustiçados. É pois uma memória perigosa e libertadora que questiona o nosso presente, porque que não nos traz um futuro aberto qualquer, mas, precisamente este futuro concreto, e porque obriga os crentes a transformar-se constantemente, para dar a razão deste futuro”.

 

A esperança não elimina as tarefas do dia a dia, mas proporciona novos motivos de apoio para cumprir estas tarefas (GS 21). Esta esperança transformadora do mundo presente e essa “recordação perigosa” que nutre a esperança se apoiam, iluminam e reforçam mutuamente. No meio de todos os problemas que vivemos, continuemos cumprindo bem a nossa missão. Fé, Esperança e Caridade caminham juntas. Na vida de fé temos que alimentar as três virtudes teologais, fé, esperança e caridade, pois todas são centrais para o seu equilíbrio.

 

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitana de Londrina

Foto: Pixabay

[dropcap]N[/dropcap]o dia de Todos os Santos e de Finados, convém recordar alguma coisa a respeito da escatologia, ou o discurso sobre as últimas coisas. A palavra “escatologia” designa as coisas que dizem respeito ao futuro da Comunidade e ao seu fim. A Bíblia, sem deixar de considerar o fim do grupo, se interessa também pelo fim de cada um de seus membros, ou seja, escatologia individual. No Antigo testamento este conceito tem em vista o futuro do povo de Israel. Olhando os patriarcas chega-se à conclusão de que Israel está convencido de que a promessa de uma felicidade futura, feita por Deus, remonta aos primeiros tempos de sua história, especialmente as promessas feitas por Deus a Abraão. Os profetas também são riquíssimos ao falar sobre o futuro em Deus. Com Jesus a promessa se realiza: O Reino de Deus já está aqui. Os milagres mostram um povo curado, vivo, purificado. A caminhada continua e a este “já realizado” do Reino acrescenta-se um “ainda não” realizado. Paulo também insiste no futuro, no “ainda-não”, portanto na parusia, em 1 e 2Ts e em 1Cor 15.

entardecerNós rezamos no Credo: “Creio na vida eterna”. Também sobre este quesito da nossa fé é possível refletir. Palavras como Juízo Particular, Céu, Purificação final ou Purgatório, Inferno, Juízo final, esperança de novos céus e nova terra, fazem parte do vocabulário do discurso sobre a escatologia cristã. O Catecismo da Igreja Católica diz no nº 1021: “A morte põe fim à vida do homem como tempo aberto ao acolhimento ou à recusa da graça divina manifestada em Cristo. O Novo Testamento fala do juízo principalmente na perspectiva do encontro final com Cristo na segunda vinda deste, mas repetidas vezes afirma também a retribuição, imediatamente depois da morte, de cada um em função das suas obras e da sua fé”. Neste sentido é importante perceber que quando se fala de escatologia é preciso falar, em primeiro lugar sobre a seriedade da vida cristã que manifesta a esperança que nos alimenta.  No número do Catecismo da Igreja Católica citado acima mostra-se o tempo do “acolhimento” ou “recusa” da graça divina. Talvez aí esteja o centro da questão. Recusar a Deus ou seguir os seus princípios? Recusar Jesus Cristo ou fazer-se d´Ele um seguidor, discípulo? Num número anterior o Catecismo lembra que “A morte é o fim da peregrinação terrestre do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus lhe oferece para realizar a sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir o seu destino último” (n. 1013).


A morte põe fim à vida do homem como tempo aberto ao acolhimento ou à recusa da graça divina manifestada em Cristo” C.I.C. nº 1021


Esta é a nossa esperança. Ela alimenta em nós a certeza de que não caminhamos para um vazio, ou para o nada. Nós caminhamos na busca da realização final em Deus. Quem morre está nas mãos de Deus. Para, ainda, citar o Catecismo da Igreja Católica apelo para as seguintes palavras: Quando tiver terminado o único curso da vida terrestre, não voltaremos mais a outras vidas terrestres. Os homens devem morrer uma só vez (Hb 9,27). Não existe ´reencarnação´ depois da morte. (n. 1013). Esta é a paz que esperança cristã nos oferece. É esta paz que desejo a você, meu caro leitor.

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispos Metropolitano de Londdrina