Até onde a vivência espiritual individualizada supre as necessidades da missão evangelizadora de uma comunidade?

Os dois últimos anos colocaram em evidência a relevância de muitas situações que antes eram consideradas corriqueiras e passavam despercebidas. Esse foi o caso da convivência constante em comunidade. O mundo sentiu o impacto do isolamento físico, os templos precisaram fechar as portas e cada um precisou lidar da melhor maneira possível com as questões físicas, pessoais e espirituais de forma solitária. As orações individuais e a Igreja doméstica, que já desempenhavam um papel importante, ganharam um destaque ainda maior: o de manter viva a fé, mesmo longe da casa de Deus e dos irmãos em Cristo.

[a comunidade] tem que ser uma realidade onde eu conheço o irmão, sei do que ele sofre, as alegrias dele, porque isso me permite amar o irmão

A psicóloga Mayara Barros ressalta que a vida em comunidade possibilita ao ser humano obter um sentido em comum e aprender experiências

Em uma definição geral, comunidade é um grupo de pessoas que partilham algo em comum e, na história humana, a convivência, nessa configuração, tem papel fundamental para a manutenção e a evolução da espécie.  

A psicóloga Mayara Barros ressalta que, além desse aspecto muito importante da vida em comunidade, o de obter um sentido em comum, “precisamos estar em contato com pessoas, transmitir e receber experiências, acolhimento, sabedoria e superação de situações vivenciadas”.

Mayara explica ainda que, esse convívio é também uma das situações que “nos dá a oportunidade de praticar sentimentos que, sozinhos ou somente em nosso meio familiar, nos faltaria”, inclusive, para a psicóloga, a empatia é um desses sentimentos, que ajuda cada um a se relacionar de modo mais respeitoso e compassivo e que ganha espaço com a convivência comunitária.

Fé em comunidade

Na fé não seria diferente, como conta o frei Mario Traina, responsável pelo Caminho Neocatecumenal de Londrina. “O cristão vive na comunidade. O povo de Israel, por exemplo, faz o êxodo, mas não faz sozinho e sim, em caravana”, afirma. 

Frei Mario explica que a função da comunidade é mais do que estar junto, é também amar e cuidar (Foto Tiago Queiroz)

Frei Traina explica que a função da comunidade é mais do que apenas estar junto, mas também amar e cuidar, assim como Cristo, e explica que “a comunidade não é simplesmente uma realidade anônima, tem que ser uma realidade em que eu conheço o irmão, sei do que ele sofre, suas alegrias, porque isso me permite amar o irmão. Quando eu conheço a história, eu conheço de amar o irmão e amar a Cristo. Isso foi inspiração da Virgem Maria”

Luis Claudio Gonçalves, membro do Caminho Neocatecumenal há 28 anos, concorda com frei Mario e lembra que a comunidade é fundamental, por exemplo, em momentos de tristeza, pois é comum que as pessoas se retraiam e, muitas vezes, até afastem-se da Igreja, nas dificuldades. 

“Nos momentos tristes você precisa ter abastecido a sua fé para atravessar e se, de repente, por um motivo ou outro você não conseguir atravessar, aí entra a comunidade pra te ajudar. O irmão que te visita, o irmão que traz uma palavra, o irmão que coloca uma experiência. A comunidade é muito importante nesse sentido, para sustentar a sua fé”, conta.

Luis explica ainda que a comunidade também auxilia os cristãos no dia a dia e que a partilha de experiências durante encontros e reuniões contribui para a aproximação dos membros da comunidade entre si e com a Palavra de Deus e também contribui para o aprendizado, uma vez que participam dos grupos, jovens, casais e idosos com vivências, expectativas e realidades diferentes. 

Um só coração e uma só alma

Luis e a família conhecem bem a força e o acolhimento que uma comunidade próxima pode trazer. Há alguns anos, um dos filhos de Luis precisou ficar internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após um acidente. Ele tinha quatro anos quando ingeriu querosene escondido dos pais. 

Foram sete longos dias de tratamento intensivo e, durante esse tempo, a comunidade neocatecumenal e também de outros movimentos católicos se colocaram em oração e à disposição da família. 

Luis conta que através do apoio recebido, puderam experimentar a misericórdia de Deus através dos irmãos. “Fomos capazes de superar esse momento difícil, e mais, fortalecer nossa caminhada na comunidade”, lembra. 

Luis, a esposa e os 13 filhos (Foto arquivo pessoal)

Entre essa e mais tantas outras lembranças de momentos em que se viu amparado pela fé e pela comunidade, para Luis a comunidade é isso, “acredito esse seja o sentido da comunidade cristã, juntos em todos os momentos, partilhando e colocando tudo em comum, onde o outro é Cristo”, afirma. 

CAMINHO NEOCATECUMENAL

São pequenas comunidades católicas que consistem na formação e evangelização de cristãos para que renovem as promessas do batismo, enquanto vivem em comunhão. Foi reconhecida pelo Papa Paulo VI como fruto do Concílio Vaticano II e é fundamentada no tripé que consiste na Palavra de Deus – Liturgia – Comunidade. 

Amanda França
Pascom Arquidiocesana

Foto Destaque: Cathopic

Revista Comunidade edição maio de 2022.
REPORTAGEM é uma matéria mensal da Revista Comunidade, a revista oficial da Arquidiocese de Londrina, que tem como patrocinadores:

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Depois de dois anos de distanciamento, uma ação necessária para nos reconectar com Deus e com o próximo

A pandemia da COVID-19 trouxe inúmeras restrições e adaptações em todos os aspectos da sociedade. Não foi diferente nas igrejas. Missas e reuniões apenas on-line, comunhão espiritual, suspensão de atendimentos e atividades paroquiais e pastorais, enfim, muitas interrupções. Tivemos como aliada nestes tempos difíceis, a tecnologia. Com ela pudemos estar “perto”, de alguma forma, das celebrações e atividades realizadas em nossas paróquias, como as lives, terços, formações e novenas. A Igreja se fez nas casas, e sim, foram momentos de união e de exaltação da fé. Essa realidade tecnológica deverá permanecer e continuar a enriquecer nossa caminhada, mas se faz necessário voltar.

É nos encontrando com os irmãos, escutando a palavra, na graça da reconciliação, refletindo a homilia e recebendo a Eucaristia que mantemos o coração aquecido no amor do Senhor. Foi Deus quem nos sustentou nesses tempos desafiadores e agora nos alegramos em poder retomar às atividades tão necessárias em nossas comunidades. Estamos vivendo um tempo especial em nossa Igreja, o Tempo Pascal, e acabamos de viver a Páscoa do Senhor, que, após dois anos, tivemos a alegria de participar das programações tradicionais em comunidade.

Para o frei Wainer Queiroz, FMM, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Piedade, no Decanato Oeste, o Tempo Quaresmal fez ressoar um forte convite: “Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração…” (Jl 2, 12). “Urge refletir dois aspectos dessa convocação do Senhor, desse VOLTAR. Primeiramente, o apelo que é próprio da Quaresma, voltar para o Senhor de todo coração, com as práticas quaresmais, jejuns, orações, esmolas e todos os exercícios benéficos para a nossa conversão.” O frei cita o exemplo das procissões de penitência, vias-sacras, que neste ano foram possíveis devido à baixa da pandemia.

Frei Wainer ainda chama a atenção para outro aspecto a ser refletido, “voltai para mim…” diz a Palavra de Deus, “seria um voltar não só de coração, mas, também fisicamente. Com a pandemia, tivemos que praticar o distanciamento social, que em muitos casos se transformou num verdadeiro isolamento social-comunitário.” Esse isolamento pode ter gerado uma reaproximação do núcleo familiar, mas causou um distanciamento e uma certa indiferença pelo outro que não fazia parte do núcleo familiar, causado pelas precauções e cuidados que deveriam ser tomados para com a COVID-19.

“O distanciar-se do outro, estabelecendo um fechamento e uma restrição ao pequeno grupo de relacionamentos presenciais, esse fechamento precisa ser superado nesse momento de retorno. É necessário se abrir ao próximo. Retornar às atividades gerais e também retornar à Igreja, já estamos percebendo a possibilidade concreta de um voltar a participar das missas, dos encontros, da vida cotidiana da comunidade de modo presencial; na alegria de reencontrar o irmão de comunidade”, reforça o frei. 

Como bem conhecemos a parábola do filho pródigo em Lc 15,11-32, podemos nos reconhecer nesse filho, claro que por motivos distintos, mas o Pai nunca nos abandonou, entendeu as nossas razões, ouviu nossas angústias e pedidos e agora nos espera ansioso de braços abertos. Cuidemos do nosso coração e não nos acomodemos, um cristão não pode se acomodar. Assim como precisamos continuar cuidando da nossa saúde, do trabalho, das pessoas que amamos, é necessário cuidar da nossa espiritualidade, nos reconectar com a mãe Igreja, tão rica nos ensinamentos que nos aproxima do plano de Deus.

Segundo o frei, a comunidade paroquial é um elo de comunhão e de ligação com Deus. Na comunidade reunida encontramos com o Senhor e com os irmãos de caminhada em direção a Deus. “Parece urgente retornar. É tempo de se encher de esperança, retomar as reuniões pastorais, projetos suspensos e olhar o próximo. Tudo com amor, com a certeza em Jesus de que novas coisas têm o Senhor para nós.”

E você, pronto para voltar ao encontro do Senhor?

Gisely Siena Leite
Pascom Arquidiocesana

Foto: Terumi Sakai

Mesmo em distanciamento social, a Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no Decanato Centro, deu um jeito para comemorar o dia da padroeira reunindo toda comunidade, se não pessoalmente, pelo menos “virtualmente”.

 

No dia 22 de maio, em parceria com o pároco, padre Vandemir Araujo, a Pastoral da Comunicação organizou um Terço em Família, juntando vídeos de mais de 140 famílias da comunidade, cada uma rezando uma parte do terço. Logo após a missa das 19h, foi feita a transmissão do terço, com 399 aparelhos acompanhando ao vivo, incluindo Facebook e Youtube, e 1.372 acessos.  Veja o terço abaixo:

 

 

As homenagens a Nossa Senhora não pararam por aí. No domingo, 24, dia de padroeira, foi feita a coroação de Maria Auxiliadora. A coroa percorreu simbolicamente as casas dos adolescentes e jovens da paróquia. Veja:

 

PASCOM Arquidiocesana

A Paróquia Pessoal Nipo-brasileira Imaculada Conceição convida toda comunidade para participar da 2ª edição do Dia da Saúde, no feriado de primeiro de maio, a partir das 7h na praça da Paróquia N. S. Rainha do Universo (Rua Ibirá, 99), Decanato Centro.

 

Será um dia com atividades para toda família. Corrida e caminhada, corrida kids, pedalada, atendimento de profissionais da saúde, espaço kids brinquedo, alongamento, apresentação, jogos e barracas de alimentação.

 

Confira as atrações:

ESPAÇO KIDS 
* Cama elástica
* Piscina de bolinhas
* Jacaré pula pula
* Guerra de Cotonetes
* Touro Mecânico
* Futebol de Sabão – levar troca de roupa e toalha
O valor será de R$ 5 (passaporte único – dá direito ao uso de todos os brinquedos)

 

TENDA MULTIPROFISSIONAL 
* Aferição de pressão
* Teste de glicemia
* Dentistas
* Médicos pediatras
* Médico Urologista
* Teste de stress
* FoMO (Fear of Missing out – Medo de perder algo)
* Bioimpedância
* Quick Massage
*Treinamento de leigos sobre manobras de reanimação cardiorrespiratório
*Nutricionistas (orientações nutricionais e sobre pré e pós treino)
*Esteticista (esclarecimento sobre procedimentos estéticos)
* Fisioterapeuta (Avaliação da função pulmonar)