A paz começa em CASA

1) Tenha fé e viva a Palavra de Deus, amando o próximo como a si mesmo.

2) Ame-se, confie em si mesmo, em sua família e ajude a criar um ambiente de amor e paz ao seu redor.

3) Reserve momentos para brincar e se divertir com sua família, pois a criança aprende brincando e a diversão aproxima as pessoas.

4) Eduque seu filho através da conversa, do carinho e do apoio e tome cuidado: quem bate para ensinar está ensinando a bater.

5) Participe com sua família da vida da comunidade, evitando as más companhias e diversões que incentivam a violência.

6) Procure resolver os problemas com calma e aprenda com as situações difíceis, buscando em tudo o seu lado positivo.

7) Partilhe seus sentimentos com sinceridade, dizendo o que você pensa e ouvindo o que os outros têm para dizer .

8) Respeite as pessoas que pensam diferente de você, pois as diferenças são uma verdadeira riqueza para cada um e para o grupo.

9) Dê bons exemplos, pois a melhor palavra é o nosso jeito de ser.

10) Peça desculpas quando ofender alguém e perdoe de coração quando se sentir ofendido, pois o perdão é o maior gesto de amor que podemos demonstrar.

pastoral da crinca

logo cnbb e cf
Fraternidade e superação da violência

25 de março – Coleta Nacional da Solidariedade – Domingo de Ramos

Foto destaque: Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Neste ano de 2018 a Campanha da Fraternidade, realizada durante o período da quaresma, tratará da FRATERNIDADE E A SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA com o lema: VÓS SOIS TODOS IRMÃOS (Mt 23,8). Desde o ano de 1985 a temática tem obedecido à reflexão da Igreja que se volta para situações existenciais do povo brasileiro… Nesta fase, a Igreja, com a realização das Campanhas da Fraternidade, tem contribuído ao evidenciar situações que causam sofrimento e morte em meio ao povo brasileiro, nem sempre percebidas por todos, quando o Brasil reencontra seu longo caminho rumo à construção de uma sociedade democrática, capaz de integrar todos os seus filhos e filhas. Neste tempo a CF tratou sobre alguns temas relevantes: biomas brasileiros e a defesa da vida; Igreja e sociedade; tráfico humano; juventude; saúde pública; economia e vida; segurança pública; defesa da vida; pessoas idosas; indígenas; pessoas com deficiências; a mulher; o mundo do trabalho; o menor; o negro; a política; etc.

Dentro do espírito quaresmal somos provocados a aprofundar o nosso seguimento de Jesus Cristo e nos convoca à conversão, à mudança de vida. As práticas comuns na espiritualidade deste tempo: jejum, esmola e oração, são tentativas para nos abrirmos à graça divina. O jejum abre nossa pessoa para a receptividade, para a liberdade da vida em Cristo. A esmola nasce da alegria de ter encontrado o tesouro escondido, a pérola preciosa (Mt 13,44-46). O amor, a misericórdia busca o outro. A oração mostra que tocados pelo dom do anúncio, apercebidos da valiosa experiência do cuidado amoroso e misericordioso de Deus em Jesus Cristo, necessitamos de palavra e silêncio para agradecer e suplicar. “Os quarenta dias desse tempo precioso são de graça e de bênção. Iluminados pela Palavra de Deus buscamos uma nova relação com as criaturas, os irmãos e as irmãs, e com Deus” (Texto Base, 12). “A CF nos pede atenção e conversão. Desperta para uma cultura de fraternidade, apontando os princípios de justiça, denunciando ameaças e violações da dignidade e dos direitos, abrindo caminhos de solidariedade” (Texto Base, 14).

O Objetivo Geral da CF – 2018 é: Construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência. Como que desdobrando este, os objetivos específicos mostram o grande realismo do tema: Analisar as múltiplas formas de violência, especialmente as provocadas pelo tráfico de drogas considerando suas causas e consequência na sociedade brasileira; identificar o alcance da violência, nas realidades urbana e rural de nosso país, propondo caminhos de superação, a partir do diálogo, da misericórdia e da justiça, em sintonia com o Ensino Social da Igreja; valorizar a família e a escola como espaços de convivência fraterna, de educação para a paz e de testemunho do amor e do perdão; apoiar centros de direitos humanos, comissões de justiça e paz, conselhos paritários de direitos e organizações da sociedade civil que trabalham para a superação da violência.Sendo um tempo forte de evangelização é preciso anunciar a Boa Nova da fraternidade e da paz, estimulando ações concretas que expressem a conversão e a reconciliação no espírito quaresmal.

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina

cartaz cf 2018 site
Cartaz oficial da CF 2018

 

Nessa quarta feira de cinzas, 14 de fevereiro, em Celebração Eucarística presidida por Dom Geremias Steinmetz na Catedral Metropolitana de Londrina teve início o tempo da Quaresma. Em sua mensagem para a Quaresma de 2018 o Papa Francisco propõe a oração, a esmola e o jejum como verdadeiros caminhos de atenção e amor a Deus e ao próximo. A Celebração também marca a abertura da Campanha da Fraternidade em nossa arquidiocese. Nesse ano a campanha traz como tema: “Fraternidade e superação da violência”. Uma grande oportunidade de rezar e refletir sobre a atual situação da violência em todo o país. 

PASCOM Arquidiocesana

Fotos Tiago Queiroz/PASCOM

Na manhã desta quarta-feira, 14 de fevereiro, na sede provisória da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi aberta oficialmente a Campanha da Fraternidade (CF) 2018. Este ano, a Campanha trata da “Fraternidade e a superação da violência”. O presidente da entidade, cardeal Sergio da Rocha, e o secretário-geral, dom Leonardo Steiner, receberam autoridades para o evento: a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, o coordenador da Frente Parlamentar pela Prevenção da Violência e Redução de Homicídios, deputado Alessandro Molon, e o presidente da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), Carlos Alves Moura.

Mensagem do Papa

O secretário executivo de Campanhas da CNBB, padre Luís Fernando da Silva, leu para os presentes no evento a mensagem enviada pelo papa Francisco: “O perdão das ofensas é a expressão mais eloquente do amor misericordioso e, para nós cristãos, é um imperativo de que não podemos prescindir. Às vezes, como é difícil perdoar! E, no entanto, o perdão é o instrumento colocado nas nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração, a paz. Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança é condição necessária para se viver como irmãos e irmãs e superar a violência”.

No final da Mensagem, papa Francisco pediu: “Peço a Deus que a Campanha da Fraternidade deste ano anime a todos para encontrar caminhos de superação da violência, convivendo mais como irmãos e irmãs em Cristo. Invoco a proteção de Nossa Senhora da Conceição Aparecida sobre o povo brasileiro, concedendo a Bênção Apostólica. Peço que todos rezem por mim”.

Exposições

“Há alguns dados dos estudiosos que nos estarrecem”, disse Carlos Moura. Negros e jovens são as maiores vítimas da violência no Brasil, informou. A população negra corresponde à maioria dos 10% dos indivíduos expostos ao homicídio no País. “É oportuno refletir sobre o Manual da Campanha da Fraternidade”, chamou a atenção: “A violência racial no Brasil é uma situação que faz supor uma forte correlação entre três formas de violência, direta, estrutural e cultural. Os casos de violência direta parecem ser resultado mais concreto e evidente de questões socioeconômicas históricas, além de deixarem entrever representações culturalmente produzidas e já naturalizadas a respeito da população negra, do índio, dos migrantes e, mais recentemente, também do imigrante”.

Moura lembrou que outra Campanha da Fraternidade tratou da superação da violência contra a comunidade negra, a Campanha de 1988, que tinha como lema: “Ouvi o clamor desse povo”.  Nela, segundo Carlos Moura, a Igreja renovou o comprometimento da Igreja com o combate à violência.

CNBB/Willian Bonfim

A ministra Cármen Lúcia, agradeceu à CNBB “pelo convite ao Poder Judiciário para participar desse momento”. A presidente do STF disse que hoje, infelizmente, o outro tem sido visto com desconfiança e não como um irmão, um parceiro. “Esta campanha ajuda a ver o outro como aliado, como irmão”, reforçou. “Não basta que se faça parte da sociedade humana, mas é preciso atuar por ela para que se crie espaços de fraternidade”, acrescentou a ministra.

Deputado Alessandro Molon disse: “Nós nos acostumamos com a nossa tragédia. É como se no Brasil, a vida humana valesse muito pouco”. Ele realçou que a Campanha da Fraternidade não é de combate à violência, mas a superação dela. Chamou atenção para esse ano de discursos políticos é preciso lembrar o que diz o texto-base da Campanha que lembra que se trata de um problema complexo que não aceita soluções simplistas. “Esse carnaval nos deixou algumas lições. Quando as autoridades se omitem, por exemplo, a violência cresce”. O deputado ainda lembrou que todos têm responsabilidade, mas o Parlamento deve melhorar o Direito para proteger mais a vida que o patrimônio.

Cardeal Sergio da Rocha disse que a importância da Campanha da Fraternidade tem crescido a cada ano, repercutindo não somente dentro do âmbito da Igreja Católica, mas em toda a sociedade civil, além de outras igrejas cristãs. “Construir a Fraternidade para superar a violência” é o objetivo da Campanha da Fraternidade, lembrou. “A vida, a dignidade das pessoas, de grupos sociais mais vulneráveis têm sido atingidos frequentemente”. A realidade da violência, no entanto, “não deve levar a soluções equivocadas”, disse. Por conta disso, a Campanha da Fraternidade, disse o cardeal, quer ajudar a todos para fazer uma análise profunda diante da complexidade da realidade da violência.

CNBB/Willian Bonfim

“Embora que seja importante a ação de cada um de nós, mas é preciso de ações comunitárias”, disse o presidente da CNBB. A Igreja não pretende oferecer soluções técnicas para os problemas que aborda, mas o valor da fé e do amor que mostra que o semelhante não é um adversário, mas um irmão a ser amado, disse o Cardeal.

Cobertura

Todas as emissoras de TV de inspiração católica no Brasil, cinco grandes redes e duas TVs regionais, estiveram comprometidas com a transmissão do lançamento da Campanha da Fraternidade graças ao trabalho coordenado pela Signis Brasil, entidade católica que se ocupa com os meios de comunicação da Igreja. A Rede Católica de Rádio (RCR) também se fez presente oferecendo sinal de áudio para todas as emissoras interessadas no evento. A Assessoria de Imprensa da CNBB também ofereceu transmissão pelo Facebook e o vídeo já está disponível para ser visto na página @CNBBNacional.

[dropcap]N[/dropcap]ós habitamos em um mundo violento, por isso conclamou o papa Francisco, na mensagem do Dia Mundial da Paz, de 01 de janeiro de 2017: “Nesta ocasião, desejo deter-me na não-violência como estilo duma política de paz, e peço a Deus que nos ajude, a todos nós, a inspirar na não-violência as profundezas dos nossos sentimentos e valores pessoais. Sejam a caridade e a não-violência a guiar o modo como nos tratamos uns aos outros nas relações interpessoais, sociais e internacionais. Quando sabem resistir à tentação da vingança, as vítimas da violência podem ser os protagonistas mais credíveis de processos não-violentos de construção da paz”.

O tema da Campanha da Fraternidade proposto para o ano de 2018, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil é “Fraternidade e superação da violência” e o lema, “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). Devido ao seu alto grau de complexidade, o tema da violência foi discutido, refletido e aprofundado em um seminário que aconteceu no dia 09 de dezembro de 2016, na sede da CNBB em Brasília.

A violência sempre foi uma das preocupações da Igreja como pode ser constatado no Compendio da Doutrina Social: “A violência nunca constitui uma resposta justa”. A Igreja proclama, com a convicção da sua fé em Cristo e com a consciência de sua missão, “que a violência é um mal, que a violência é inaceitável como solução para os problemas, que a violência não é digna do homem. A violência é mentira, pois que se opõe à verdade da nossa fé, à verdade da nossa humanidade. A violência destrói o que ambiciona defender: a dignidade, a vida, a liberdade dos seres humanos” (DSI 460).

Os problemas ligados à violência são numerosos, complexos e de natureza distinta, então pode-se perguntar: O que é a violência? É toda ação cometida ou omitida que implique a morte de uma ou mais pessoas ou que lhes inflige, de maneira intencional ou não, sofrimento, lesões físicas, psíquicas ou morais contra a sua vontade.

A violência está ligada à dimensão relacional da existência, por isso ela envolve três elementos constitucionais: ações, pessoas e situações. Convém, nesse sentido, fazer alguns questionamentos racionais a nós mesmos: Por que agimos de forma violenta? Por que somos, em princípio, contra a violência e, em certas ocasiões, a praticamos? Em que situações a violência pode ser praticada? Podem existir uma fundamentação racional e uma justificação moral da violência?

Ela é um fenômeno que desestrutura o ser humano psiquicamente, assim como também horroriza, constrange, envergonha, inquieta, aterroriza e revolta. Cotidianamente, é comum pensar a violência a partir de efeitos físicos: torturas, agressões, maus-tratos, mutilações, homicídios, lesões corporais, sofrimento, roubos, ferimentos e mortes. No entanto, ela precisa ser percebida também, como um produto social que tem os seus efeitos nas relações sociais: a fragmentação do espaço urbano, a degradação da vida nas grandes cidades, a miséria econômica, a marginalização social, desemprego, acesso desigual a terra, concentração fundiária, estruturas arcaicas de poder, violação dos direitos civis dos trabalhadores rurais, milícias armadas por latifundiários, precarização das relações de trabalho, tiroteios, grupos de extermínio, violência policial, violência doméstica, abuso sexual, tráfico para fins de exploração sexual, violência no trânsito, violência da imprensa sensacionalista, droga e racismo.

A violência não é uma fenômeno novo, nova é esta diversidade de formas que assume na atualidade. Pode-se constatar esta visão consciente na mesma mensagem do Papa Francisco: “Não é fácil saber se o mundo de hoje seja mais ou menos violento que o de ontem, nem se os meios modernos de comunicação e a mobilidade que caracteriza a nossa época nos tornem mais conscientes da violência ou mais rendidos a ela”.

Por isso que a Campanha da Fraternidade 2018 trabalhará essas modalidades violentas a partir do capítulo Violência e algumas manifestações na sociedade,  do Texto Básico, no qual se enumeram:
a) Drogas;
b) Processo de criminalização institucional (negligência do Estado em relação às políticas sociais; justiça punitiva);
c) Sujeitos violentados – juventude pobre e negra; povos indígenas, mulheres (feminicídio); exploração sexual e tráfico humano, mundo do trabalho;
d) Violência no contexto urbano e rural (conflito pela terra);
e) Intolerância (raça, gênero e religião);
f) violência verbal;
g) violência no trânsito;

h) violência doméstica.

Em comunhão com a Campanha da Fraternidade 2018, o 14º Intereclesial das CEBs (dias 23 a 27 de janeiro, em Londrina – PR), que tem como tema “CEBs e os desafios no mundo urbano”,  trabalhará  a violência como um dos desafios do mundo urbano, na dimensão do AGIR.

Para materializar o objetivo geral da Campanha da Fraternidade deste ano que é “Construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência”, é necessário trabalhar o seu tema a partir das nossas relações como um todo, mas atentos à proposta do Papa Francisco, na mensagem do Dia Mundial da Paz, de 01 de janeiro de 2017: “Por isso, as políticas de não-violência devem começar dentro das paredes de casa para, depois, se difundir por toda a família humana”.

 Pe. José Cristiano Bento dos Santos
Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida km9