A Comissão Arquidiocesana das Santas Missões Populares esteve reunida na última sexta feira, 09/02. Na ocasião foram apresentados os novos coordenadores arquidiocesanos, sendo Paulo Tardivo e Padre Evandro Delfino. Na reunião se delineou as prioridades das Santas Missões Populares para o ano de 2018 e os encaminhamentos em vista das Semanas Missionárias e da missão permanente.

PASCOM Arquidiocesana

O Setor Juvenil Convidamos todos os adolescentes e jovens do DECANATO NORTE para participar na próxima sexta feira (16/02) as 11h00 da noite na Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus da MISSA JOVEM. Traga seus amigos e também todo o seu grupo. Vamos juntos celebrar. Um grande encontro com Jesus na Palavra e na Eucaristia.

missa jovem

Nessa quarta feira de cinzas, 14 de fevereiro, em Celebração Eucarística presidida por Dom Geremias Steinmetz na Catedral Metropolitana de Londrina teve início o tempo da Quaresma. Em sua mensagem para a Quaresma de 2018 o Papa Francisco propõe a oração, a esmola e o jejum como verdadeiros caminhos de atenção e amor a Deus e ao próximo. A Celebração também marca a abertura da Campanha da Fraternidade em nossa arquidiocese. Nesse ano a campanha traz como tema: “Fraternidade e superação da violência”. Uma grande oportunidade de rezar e refletir sobre a atual situação da violência em todo o país. 

PASCOM Arquidiocesana

Fotos Tiago Queiroz/PASCOM

Na manhã desta quarta-feira, 14 de fevereiro, na sede provisória da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi aberta oficialmente a Campanha da Fraternidade (CF) 2018. Este ano, a Campanha trata da “Fraternidade e a superação da violência”. O presidente da entidade, cardeal Sergio da Rocha, e o secretário-geral, dom Leonardo Steiner, receberam autoridades para o evento: a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, o coordenador da Frente Parlamentar pela Prevenção da Violência e Redução de Homicídios, deputado Alessandro Molon, e o presidente da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), Carlos Alves Moura.

Mensagem do Papa

O secretário executivo de Campanhas da CNBB, padre Luís Fernando da Silva, leu para os presentes no evento a mensagem enviada pelo papa Francisco: “O perdão das ofensas é a expressão mais eloquente do amor misericordioso e, para nós cristãos, é um imperativo de que não podemos prescindir. Às vezes, como é difícil perdoar! E, no entanto, o perdão é o instrumento colocado nas nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração, a paz. Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança é condição necessária para se viver como irmãos e irmãs e superar a violência”.

No final da Mensagem, papa Francisco pediu: “Peço a Deus que a Campanha da Fraternidade deste ano anime a todos para encontrar caminhos de superação da violência, convivendo mais como irmãos e irmãs em Cristo. Invoco a proteção de Nossa Senhora da Conceição Aparecida sobre o povo brasileiro, concedendo a Bênção Apostólica. Peço que todos rezem por mim”.

Exposições

“Há alguns dados dos estudiosos que nos estarrecem”, disse Carlos Moura. Negros e jovens são as maiores vítimas da violência no Brasil, informou. A população negra corresponde à maioria dos 10% dos indivíduos expostos ao homicídio no País. “É oportuno refletir sobre o Manual da Campanha da Fraternidade”, chamou a atenção: “A violência racial no Brasil é uma situação que faz supor uma forte correlação entre três formas de violência, direta, estrutural e cultural. Os casos de violência direta parecem ser resultado mais concreto e evidente de questões socioeconômicas históricas, além de deixarem entrever representações culturalmente produzidas e já naturalizadas a respeito da população negra, do índio, dos migrantes e, mais recentemente, também do imigrante”.

Moura lembrou que outra Campanha da Fraternidade tratou da superação da violência contra a comunidade negra, a Campanha de 1988, que tinha como lema: “Ouvi o clamor desse povo”.  Nela, segundo Carlos Moura, a Igreja renovou o comprometimento da Igreja com o combate à violência.

CNBB/Willian Bonfim

A ministra Cármen Lúcia, agradeceu à CNBB “pelo convite ao Poder Judiciário para participar desse momento”. A presidente do STF disse que hoje, infelizmente, o outro tem sido visto com desconfiança e não como um irmão, um parceiro. “Esta campanha ajuda a ver o outro como aliado, como irmão”, reforçou. “Não basta que se faça parte da sociedade humana, mas é preciso atuar por ela para que se crie espaços de fraternidade”, acrescentou a ministra.

Deputado Alessandro Molon disse: “Nós nos acostumamos com a nossa tragédia. É como se no Brasil, a vida humana valesse muito pouco”. Ele realçou que a Campanha da Fraternidade não é de combate à violência, mas a superação dela. Chamou atenção para esse ano de discursos políticos é preciso lembrar o que diz o texto-base da Campanha que lembra que se trata de um problema complexo que não aceita soluções simplistas. “Esse carnaval nos deixou algumas lições. Quando as autoridades se omitem, por exemplo, a violência cresce”. O deputado ainda lembrou que todos têm responsabilidade, mas o Parlamento deve melhorar o Direito para proteger mais a vida que o patrimônio.

Cardeal Sergio da Rocha disse que a importância da Campanha da Fraternidade tem crescido a cada ano, repercutindo não somente dentro do âmbito da Igreja Católica, mas em toda a sociedade civil, além de outras igrejas cristãs. “Construir a Fraternidade para superar a violência” é o objetivo da Campanha da Fraternidade, lembrou. “A vida, a dignidade das pessoas, de grupos sociais mais vulneráveis têm sido atingidos frequentemente”. A realidade da violência, no entanto, “não deve levar a soluções equivocadas”, disse. Por conta disso, a Campanha da Fraternidade, disse o cardeal, quer ajudar a todos para fazer uma análise profunda diante da complexidade da realidade da violência.

CNBB/Willian Bonfim

“Embora que seja importante a ação de cada um de nós, mas é preciso de ações comunitárias”, disse o presidente da CNBB. A Igreja não pretende oferecer soluções técnicas para os problemas que aborda, mas o valor da fé e do amor que mostra que o semelhante não é um adversário, mas um irmão a ser amado, disse o Cardeal.

Cobertura

Todas as emissoras de TV de inspiração católica no Brasil, cinco grandes redes e duas TVs regionais, estiveram comprometidas com a transmissão do lançamento da Campanha da Fraternidade graças ao trabalho coordenado pela Signis Brasil, entidade católica que se ocupa com os meios de comunicação da Igreja. A Rede Católica de Rádio (RCR) também se fez presente oferecendo sinal de áudio para todas as emissoras interessadas no evento. A Assessoria de Imprensa da CNBB também ofereceu transmissão pelo Facebook e o vídeo já está disponível para ser visto na página @CNBBNacional.

As Santas Missões Populares tem nova coordenação executiva. Trata-se do Pe. Evandro Delfino e de mim, Paulo Tardivo. Assumimos o processo com a missão de concluir as Semanas Missionárias nas Paróquias e conduzir Arquidiocese rumo às missões permanentes, pois a missão continua.
É importante lembrar que Santas Missões Populares é um processo. Foi uma opção de uma Igreja particular que cada vez mais quer ser uma Igreja em saída, conforme nos provoca o papa Francisco. Nesta ousadia, as missões agora contam com um mísero leigo na sua articulação, que coaduna com o ano do laicato que conclama cristãos leigos e leigas a serem protagonistas na Igreja em saída.
Não nos faltam desafios! O segredo para as missões continuar sendo fermento na massa é o trabalho em unidade, em equipe, em (comum) unidade.

SMP - PNGTenho plena certeza que juntos podemos tornar concreto o sonho de uma revolução missionária.
Agora é tempo de saborear as missões tendo em vista as missões permanentes. A missão está aflorada em cada missionário e missionária. Arde em nossos corações o eco do Mestre: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Portanto é hora de sairmos, ir ao encontro do outro, sobretudo os afastados da fé, do Reino de Deus e anunciar a Boa Nova.
Afinal ser missão, ser missionário faz de nós pessoas mais humanas e felizes conosco mesmo, com os outros missionários, com nossa casa comum e, sobretudo, com Deus. Escutando os apelos do Senhor, a missão pulsa em nós. Assim recordo, com alegria, as palavras de Jesus, “não tenhais medo, ide anunciar…” (Mt 28,9).

Paulo Tardivo
Coordenação Executiva das SMP

Imagem destaque: Paulo e Pe. Evandro (Foto Tiago Queiroz/PASCOM)

Contato Pe. Evandro e Paulo:
(43) 3371-3141 / smplondrina@gmail.com

Agora de casa nova! Na Paróquia Coração de Maria (Decanato Centro) no dia 27/02 (terça feira) às 19h30 teremos o primeiro TERÇO JOVEM de 2018. Vamos oferecer a Maria nossa juventude, nossos sonhos e desafios. Todos os jovens e adolescentes da Arquidiocese de Londrina estão convidados para esse emocionante encontro.


Local: Paróquia Coração de Maria
Endereço: Avenida Higienópolis, 1073 – Londrina – PR
Data: 27/02
Horário: 19h30


 terco jovem - 2018

Esse é um projeto do Ministério de Música e Artes do grupo de adolescentes Yahweh Yiré da Paróquia Imaculada Conceição (Decanato Centro) com o objetivo de realizar a gravação de novas músicas católicas para serem utilizados pelos grupos de adolescentes e jovens. Com isso se realiza a divulgação da nova Igreja e Oratório Nossa Senhora do Silêncio, localizada em Londrina, primeira paróquia para surdos do mundo! Confira o primeiro clipe: “Quero ser o seu reflexo”:

 

[dropcap]A[/dropcap] celebração da Páscoa, nos três primeiros séculos da Igreja, não tinha um período de preparação. Limitava-se a um jejum realizado nos dois dias anteriores. A comunidade cristã vivia tão intensamente o empenho cristão, até o testemunho do martírio, que não sentia a necessidade de um período de tempo para renovar a conversão já acontecida no batismo.A quaresma desenvolveu-se a partir de três elementos históricos que devem ser entendidos para conseguirmos explicar todo o seu sentido: o jejum ou preparação para a Páscoa; a preparação para receber ou renovar os sacramentos pascais e, por fim, a comemoração dos quarenta dias de Jesus em oração e luta contra o mal. A renovação eclesial recente contou com a força do Concilio Vaticano II para redescobrir o essencial: Jesus morto e ressuscitado. Para nós, hoje, esta é uma afirmação evidente, mas a verdade é que com esta nitidez de agora é bastante recente. Sobretudo porque une dois aspectos do mesmo mistério: paixão e ressurreição. Durante vários séculos vinha-se acentuando o primeiro aspecto em detrimento do segundo. A contribuição principal no redescobrimento do sentido autêntico da páscoa deve-se a Odo Casel (1886-1948). O mistério pascal é o centro da teologia equilibrada e completa da redenção, que ressalta a sua dimensão escatológica.

A história, da mesma forma que a teologia, autoriza-nos a falar do batismo como o sacramento pascal. Na sua vinculação com a quaresma vê-se que graças ao batismo, entramos no dinamismo pascal, morrendo com Cristo ao pecado e passando por meio dessa morte à vida divina de filhos de Deus. O ulterior desenvolvimento da vida cristã termina com a ressurreição gloriosa. O dinamismo espiritual e eclesial tem sua origem na morte e ressurreição batismais. O caráter pascal da crisma é evidente, uma vez que é “confirmação” do batismo. A mesma coisa acontece com a Eucaristia, um dos sacramentos da Iniciação Cristã. A Eucaristia, sacramento do banquete da páscoa e do reino, é por excelência a páscoa cristã. Santo Atanásio diz que, “quando os cristãos reunidos comem a carne do Senhor e bebem seu sangue, o que fazem é celebrar a Páscoa”. Por muito tempo acentuou-se a quaresma como lugar, por excelência, para a celebração do sacramento do perdão. Ele não é somente condição prévia para a comunhão pascal, mas também o reencontro da graça batismal. O próprio Concílio Vaticano II observou a relação entre cerimônia do batismo e a penitência. Além disso observa que a Quaresma é o tempo de que se dispõe para comemorar o batismo e renovar a conversão mediante a penitência.

As narrações de Apocalipse 11,3-12, Malaquias 3,22-23, mais a dos dias de Jesus no deserto (Lc 4,1-13), são as narrações de base para desvendar o sentido bíblico dos quarenta dias. O jejum de Moisés e Elias surge como elemento essencial na preparação para a proximidade de Deus. Trata-se de passar de uma vida profana para uma vida de santidade. Alguns termos muito usados no período da quaresma também nos fazem entender melhor o seu significado profundo: aliança, deserto, conversão, sacramentos pascais, caminhada, etc. De maneira simples podemos dizer que uma quaresma bem vivida exige de nós voltar-nos para Deus através da oração, da esmola, do jejum, da reconciliação e da renovação do nosso batismo.

Convido a todos para viver bem esta quaresma. É o tempo de Deus. Deixemo-nos reconciliar com Ele enquanto é tempo.

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina

Confira a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2018. O Papa nessa mensagem destaca quem são e as consequências trazidas pelos falsos profetas ao coração do homem. Ele também chama a atenção para a falta de amor e o que essa triste realidade pode gerar à vida do homem e ao planeta. Diante desses grandes desafios o Papa Francisco propõe a oração, a esmola e o jejum como verdadeiros caminhos de atenção e amor a Deus e ao próximo. Por fim, o pontífice afirma ser possível recomeçar a amar diante da luz de Cristo que reacende em todos os corações a fé, a esperança e o amor.

Leia na íntegra:


 

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2018

“Porque se multiplicará a iniquidade,
vai resfriar o amor de muitos” (
Mt 24, 12)

 

Amados irmãos e irmãs!

Mais uma vez vamos encontrar-nos com a Páscoa do Senhor! Todos os anos, com a finalidade de nos preparar para ela, Deus na sua providência oferece-nos a Quaresma, “sinal sacramental da nossa conversão”, que anuncia e torna possível voltar ao Senhor de todo o coração e com toda a nossa vida.

Com a presente mensagem desejo, este ano também, ajudar toda a Igreja a viver, neste tempo de graça, com alegria e verdade; faço-o deixando-me inspirar pela seguinte afirmação de Jesus, que aparece no evangelho de Mateus: “Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos” (24, 12).

Esta frase situa-se no discurso que trata do fim dos tempos, pronunciado em Jerusalém, no Monte das Oliveiras, precisamente onde terá início a paixão do Senhor. Dando resposta a uma pergunta dos discípulos, Jesus anuncia uma grande tribulação e descreve a situação em que poderia encontrar-se a comunidade dos crentes: à vista de fenômenos espaventosos, alguns falsos profetas enganarão a muitos, a ponto de ameaçar apagar-se, nos corações, o amor que é o centro de todo o Evangelho.

Os falsos profetas

Escutemos este trecho, interrogando-nos sobre as formas que assumem os falsos profetas?

Uns assemelham-se a “encantadores de serpentes”, ou seja, aproveitam-se das emoções humanas para escravizar as pessoas e levá-las para onde eles querem. Quantos filhos de Deus acabam encandeados pelas adulações dum prazer de poucos instantes que se confunde com a felicidade! Quantos homens e mulheres vivem fascinados pela ilusão do dinheiro, quando este, na realidade, os torna escravos do lucro ou de interesses mesquinhos! Quantos vivem pensando que se bastam a si mesmos e caem vítimas da solidão!

Outros falsos profetas são aqueles “charlatães” que oferecem soluções simples e imediatas para todas as aflições, mas são remédios que se mostram completamente ineficazes: a quantos jovens se oferece o falso remédio da droga, de relações passageiras, de lucros fáceis mas desonestos! Quantos acabam enredados numa vida completamente virtual, onde as relações parecem mais simples e ágeis, mas depois revelam-se dramaticamente sem sentido! Estes impostores, ao mesmo tempo que oferecem coisas sem valor, tiram aquilo que é mais precioso como a dignidade, a liberdade e a capacidade de amar. É o engano da vaidade, que nos leva a fazer a figura de pavões para, depois, nos precipitar no ridículo; e, do ridículo, não se volta atrás. Não nos admiremos! Desde sempre o demônio, que é “mentiroso e pai da mentira” (Jo 8, 44), apresenta o mal como bem e o falso como verdadeiro, para confundir o coração do homem. Por isso, cada um de nós é chamado a discernir, no seu coração, e verificar se está ameaçado pelas mentiras destes falsos profetas. É preciso aprender a não se deter no nível imediato, superficial, mas reconhecer o que deixa dentro de nós um rasto bom e mais duradouro, porque vem de Deus e visa verdadeiramente o nosso bem.

Um coração frio

Na Divina Comédia, ao descrever o Inferno, Dante Alighieri imagina o diabo sentado num trono de gelo; habita no gelo do amor sufocado. Interroguemo-nos então: Como se resfria o amor em nós? Quais são os sinais indicadores de que o amor corre o risco de se apagar em nós?

O que apaga o amor é, antes de mais nada, a ganância do dinheiro, “raiz de todos os males” (1 Tm 6, 10); depois dela, vem a recusa de Deus e, consequentemente, de encontrar consolação n’Ele, preferindo a nossa desolação ao conforto da sua Palavra e dos Sacramentos.Tudo isto se permuta em violência que se abate sobre quantos são considerados uma ameaça para as nossas “certezas”: o bebê nascituro, o idoso doente, o hóspede de passagem, o estrangeiro, mas também o próximo que não corresponde às nossas expectativas.

A própria criação é testemunha silenciosa deste resfriamento do amor: a terra está envenenada por resíduos lançados por negligência e por interesses; os mares, também eles poluídos, devem infelizmente guardar os despojos de tantos náufragos das migrações forçadas; os céus – que, nos desígnios de Deus, cantam a sua glória – são sulcados por máquinas que fazem chover instrumentos de morte.

E o amor resfria-se também nas nossas comunidades: na Exortação apostólica Evangelii Gaudium procurei descrever os sinais mais evidentes desta falta de amor. São eles o egoísmo, o pessimismo estéril, a tentação de se isolar empenhando-se em contínuas guerras fratricidas, a mentalidade mundana que induz a ocupar-se apenas do que dá nas vistas, reduzindo assim o ardor missionário.

Que fazer?

Se porventura detestamos, no nosso íntimo e ao nosso redor, os sinais acabados de descrever, saibamos que, a par do remédio por vezes amargo da verdade, a Igreja, nossa mãe e mestra, nos oferece, neste tempo de Quaresma, o remédio doce da oração, da esmola e do jejum.

Dedicando mais tempo à oração, possibilitamos ao nosso coração descobrir as mentiras secretas, com que nos enganamos a nós mesmos, para procurar finalmente a consolação em Deus. Ele é nosso Pai e quer para nós a vida.

A prática da esmola liberta-nos da ganância e ajuda-nos a descobrir que o outro é nosso irmão: aquilo que possuo, nunca é só meu. Como gostaria que a esmola se tornasse um verdadeiro estilo de vida para todos! Como gostaria que, como cristãos, seguíssemos o exemplo dos Apóstolos e víssemos, na possibilidade de partilhar com os outros os nossos bens, um testemunho concreto da comunhão que vivemos na Igreja. A este propósito, faço minhas as palavras exortativas de São Paulo aos Coríntios, quando os convidava a tomar parte na coleta para a comunidade de Jerusalém: “Isto é o que vos convém” (2 Cor 8, 10). Isto vale de modo especial na Quaresma, durante a qual muitos organismos recolhem coletas a favor das Igrejas e populações em dificuldade. Mas como gostaria também que no nosso relacionamento diário, perante cada irmão que nos pede ajuda, pensássemos: aqui está um apelo da Providência divina. Cada esmola é uma ocasião de tomar parte na Providência de Deus para com os seus filhos; e, se hoje Ele Se serve de mim para ajudar um irmão, como deixará amanhã de prover também às minhas necessidades, Ele que nunca Se deixa vencer em generosidade?

Por fim, o jejum tira força à nossa violência, desarma-nos, constituindo uma importante ocasião de crescimento. Por um lado, permite-nos experimentar o que sentem quantos não possuem sequer o mínimo necessário, provando dia a dia as mordeduras da fome. Por outro, expressa a condição do nosso espírito, faminto de bondade e sedento da vida de Deus. O jejum desperta-nos, torna-nos mais atentos a Deus e ao próximo, reanima a vontade de obedecer a Deus, o único que sacia a nossa fome.

Gostaria que a minha voz ultrapassasse as fronteiras da Igreja Católica, alcançando a todos vós, homens e mulheres de boa vontade, abertos à escuta de Deus. Se vos aflige, como a nós, a difusão da iniquidade no mundo, se vos preocupa o gelo que paralisa os corações e a ação, se vedes esmorecer o sentido da humanidade comum, uni-vos a nós para invocar juntos a Deus, jejuar juntos e, juntamente conosco, dar o que puderdes para ajudar os irmãos!

O fogo da Páscoa

Convido, sobretudo os membros da Igreja, a empreender com ardor o caminho da Quaresma, apoiados na esmola, no jejum e na oração. Se por vezes parece apagar-se em muitos corações o amor, este não se apaga no coração de Deus! Ele sempre nos dá novas ocasiões, para podermos recomeçar a amar.

Ocasião propícia será, também este ano, a iniciativa “24 horas para o Senhor”, que convida a celebrar o sacramento da Reconciliação num contexto de adoração eucarística. Em 2018, aquela terá lugar nos dias 9 e 10 de março – uma sexta-feira e um sábado –, inspirando -se nestas palavras do Salmo 130: “Em Ti, encontramos o perdão” (v. 4). Em cada diocese, pelo menos uma igreja ficará aberta durante 24 horas consecutivas, oferecendo a possibilidade de adoração e da confissão sacramental.

Na noite de Páscoa, reviveremos o sugestivo rito de acender o círio pascal: a luz, tirada do “lume novo”, pouco a pouco expulsará a escuridão e iluminará a assembleia litúrgica. “A luz de Cristo, gloriosamente ressuscitado, nos dissipe as trevas do coração e do espírito”, para que todos possamos reviver a experiência dos discípulos de Emaús: ouvir a palavra do Senhor e alimentar-nos do Pão Eucarístico permitirá que o nosso coração volte a inflamar-se de fé, esperança e amor.

Abençoo-vos de coração e rezo por vós. Não vos esqueçais de rezar por mim.

Francisco

 

Faleceu na noite desta quinta-feira, 08 de fevereiro, às 22h30m, aos 66 anos de idade, Dom Agenor Girardi, bispo diocesano da Diocese de União da Vitória. Dom Agenor estava internado no Hospital São Brás, em Porto União – SC, e veio a falecer vítima de um quadro infeccioso grave que evoluiu para a falência múltipla de órgãos.

Desde novembro do ano passado Dom Agenor vivia uma maratona entre sua residência e o hospital para tratar de sua saúde. Chegou a ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas seu quadro se agravou. Nos últimos dias Dom Agenor passou no quarto de Hospital, sendo monitorado pelos médicos e acompanhado por familiares, amigos e membros do Clero da Diocese.

Segundo a família, Dom Agenor estava ciente do seu quadro de saúde e foi respeitada a sua vontade quanto ao tratamento, tendo sido feito todo o possível por parte da equipe médica.

A Diocese de União da Vitória manifesta profundo pesar pela morte de seu Pastor, e rende preces à Deus pelo seu descanso na vida eterna. Em solidariedade aos familiares, amigos e fiéis diocesanos, expressa também sentimentos de conforto à todos.  

Setor de Comunicação
Diocese de União da Vitória – PR