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A Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Londrina emitiu hoje (17/11) uma nota de apoio aos familiares do Residencial Flores do Campo.

Veja na íntegra a nota:

 

“Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos” (Papa Francisco)

[dropcap]N[/dropcap]o dia 16 de novembro de 2017, foi noticiada através da mídia londrinense, a reintegração de posse do Residencial Flores do Campo, prevista para o início da semana que vem (https://tarobanews.com/noticias/parana/reintegracao-de-posse-do-flores-do-campo-devera-ser-realizada-na-proxima-semana-og9dj.html). Será a Semana da Consciência Negra, momento de luta pelo reconhecimento, pela conquista dos direitos sociais fundamentais dos afrodescendentes e  de denúncia do racismo enraizado na sociedade e, infelizmente, quase quinhentas famílias do Flores do Campo, a maioria negra, que não têm para onde ir, foram ameaçadas de perder o único lugar que têm para sobreviver.

A Constituição Federal do Brasil de 1988 adotou o Estado Democrático e Social de Direito para todos os brasileiros, independente da etnia, da classe social e econômica. Por isso, no Art6º, deixa bem claro, os direitos de cada um e de cada uma: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia (grifo nosso), o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados”.

As autoridades municipais e estaduais não devem se omitir, e as famílias do Flores do Campo devem ser incluídas nos diretos constitucionais. A Igreja Católica sabe que, o que ameaça de fato destruir a família é a falta de emprego, de salário justo e, principalmente, a falta de moradia. Por isso, atenta aos valores da Constituição, afirma através do Catecismo:“A família deve ser ajudada e defendida pelas medidas sociais apropriadas. Quando as famílias não são capazes de desempenhar suas funções, outros organismos sociais têm o dever de ajudá-las” (Catecismo da Igreja Católica, nº 2209).

Por isso,“Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos” (Papa Francisco) e, em sintonia com os diretos sociais fundamentais, atentos aos acontecimentos, como Igreja, queremos manifestar o nosso apoio aos moradores do Jardim Flores do Campo e cobrar atenção e respostas justas do poder público, para que não deixe nenhuma família desamparada.

Londrina, 17 de novembro de 2017
Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Londrina

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