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papa-e-jesuitasPor Pe. Guido Valli, SJ

No dia 3 de outubro deste ano, teve início, em Roma, a 36ª Congregação Geral da Companhia de Jesus. A Congregação Geral é o órgão máximo de decisão dos Padres Jesuítas. Ela se reúne esporadicamente, convocada pelo Superior Geral da Ordem, para eleger um novo Superior Geral e / ou para discutir problemas relativos à própria Companhia de Jesus e à Igreja de Cristo.

Quero apresentar uma breve síntese de um discurso do Papa Francisco aos Padres Jesuítas reunidos em Roma, por ocasião da 36ª Congregação Geral da Companhia de Jesus. Acredito que as palavras do Santo Padre são de grande valor para todos os que trabalham conosco nas Paróquias, nos Colégios e Universidades ou nas diferentes formas de Apostolado em que atuamos, buscando a realização do Reino de Deus, que é a grande missão da Igreja e também da Companhia de Jesus.

O Papa falou aos Jesuítas, com um discurso que inspira e orienta. Ele disse, com clareza, como vê o serviço à Igreja e ao mundo que a Companhia de Jesus pode oferecer; falou de maneira pertinente, em conexão com seu próprio ministério. As suas palavras foram marcadas por uma abertura ao futuro, por uma chamada para ir mais longe, um suporte para o “caminhar”, o modo de caminhar que permite aos jesuítas ir ao encontro dos outros e acompanhá-los em seu próprio caminhar.

Como introdução, citando Santo Inácio, o Papa recordou que o jesuíta é chamado a viver a caminho, ir “a todas as partes do mundo onde se espera um grande serviço a Deus e ajuda das almas“. Por isso, precisamente, os Jesuítas devem mover-se aproveitando as situações em que se encontram, sempre para servir mais e melhor. Isto implica uma forma de atuação que busca a harmonia nos contextos de tensões que são normais em um mundo onde existe diversidade de pessoas e missões. O Papa mencionou, explicitamente, as tensões entre contemplação e ação, entre fé e justiça, entre carisma e instituição, entre comunidade e missão.

Como orientação, o Santo Padre falou de três maneiras de caminhar para a Companhia de Jesus:

(1) A primeira é “pedir, insistentemente, a consolação“. É próprio da Companhia saber consolar, levar a consolação e a verdadeira alegria; os Jesuítas devem colocar-se a serviço da alegria porque a Boa Nova não pode ser proclamada na tristeza.

(2) Em seguida, Francisco convida-nos a “deixar-nos comover com o Senhor colocado na cruz“. Os Jesuítas devem ser próximos da grande maioria dos homens e mulheres que sofrem e, neste contexto, ser agentes de misericórdia. Nós, que já fizemos a experiência da misericórdia, devemos sentir-nos enviados para apresentar, de maneira eficaz, acrescenta ele, essa mesma misericórdia.

(3) Por fim, o Santo Padre convidou-nos a avançar movidos pelo “Bom Espírito“. Isto implica – mais do que simplesmente refletir – discernir como estar em comunhão com a Igreja. Os jesuítas não devem ser “clericalistas”, mas “eclesiais”. Somos “homens para os demais” vivemos no meio de todos os povos, procurando tocar o coração de cada pessoa, contribuindo para estabelecer uma Igreja onde todos tenham seu lugar, onde o Evangelho seja inculturado e onde cada cultura seja evangelizada.

As três maneiras de proceder destacadas pelo Papa se referem às graças que todo jesuíta e que a Companhia de Jesus, como um todo, deve sempre pedir: consolação, compaixão e discernimento.

Convido a todos e todas que lerem estas palavras a que rezem pelos Jesuítas e, de modo especial, pelo nosso novo Superior Geral, Padre Arturo Sosa, SJ, da Venezuela, eleito no dia 14 de outubro de 2016, em Roma.

 

pe-guido-valliPe. Guido Valli, SJ
Pároco da Paróquia Nossa Senhora Rainha do Universo

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