#Compartilhe

cruzA vitória da Cruz e nossa Salvação.

No dia 14 de setembro celebramos a Festa da Exaltação da Santa Cruz. Esta festa está diretamente ligada ao Imperador Constantino e sua mãe, Santa Helena. Uma das primeira preocupações de Santa Helena foi preservar os locais onde Jesus viveu, de forma especial o Gólgota e o Santo Sepulcro.

Segundo a Tradição, em 326, durante uma peregrinação à Jerusalém, Santa Helena encontrou a cruz de Cristo. Por ordem de Constantino, sobre o local do encontro da cruz foi erguida uma Igreja, a Igreja onde ficava também o sepulcro de Cristo. Ela foi dedicada no dia 13 de setembro de 335, com uma parte da cruz em exposição, e aberta a todo o povo no dia 14 de setembro do mesmo ano, onde todo o povo podia contemplar o Sagrado Madeiro.

A cruz, segundo os romanos, era uma arma de morte, a pior de todos os tormentos que poderiam ser impostos a uma pessoa. A pessoa condenada ao suplício da cruz era investida de uma espécie de “maldição”. Ou seja, quem morria na cruz era considerado maldito, um chagado, alguém de quem “ficaram pasmados ao vê-lo – tão desfigurado ele estava que não parecia ser um homem ou ter aspecto humano” – (Is 52,14); “Não tinha beleza nem atrativo para o olharmos, não tinha aparência que nos agradasse. Era desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de sofrimentos; passando por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era, não fazíamos caso dele (Is 53,2-3).

Mas uma pergunta se impõe neste momento: se a pessoa que morria na cruz era considerado um abandonado por Deus, um chagado, alguém de quem se deveria desviar o rosto, como é que a memória de Cristo sobrevive no meio de tudo isso? A resposta parece meio óbvia: a memória de Cristo permanece porque ele foi o único crucificado que ressuscitou, tornando-se nosso salvador e redentor.

Celebrar a cruz de Cristo não é celebrar uma arma de morte ou destruição, mas celebrar o Deus da Vida, que ressuscitou Jesus de entre os mortos. Exaltar a cruz de Cristo não é exaltar o que o matou, mas exaltar a salvação que nos vem por meio da Cruz.

 

Olhando a Liturgia da Exaltação da Santa Cruz

Os textos bíblicos nos conduzem a um olhar “diferenciado” para a cruz de Cristo. O livro dos Números, na primeira leitura, recorda o eventos das serpentes. Depois da murmuração do povo, Deus manda Moisés erguer a serpente de bronze e o texto afirma que todos os que haviam sido mordidos e olhavam a serpente de bronze ficavam curados (cf. Nm 21, 9).

Poderíamos traçar um paralelo entre a cruz erguida por Moisés e a cruz colocada ao lado do altar ou mesmo a que está, geralmente, colocada na parede de nossas comunidade. Um olhar de fé para a cruz é sinal de liberdade para nós. Não deveria ser um sinal de morte, mas de vida. A cruz deve lembrar a vida, a ressurreição. O que salva não é simplesmente o uso do objeto cruz, que muitas vezes parece mais um uso mágico do que um uso de fé; o que nos salva é crer que pela cruz nos vem a liberdade, a salvação.

A conversa de Jesus com Nicodemos (Jo 3,1317), evangelho desta Festa, retoma a ideia de que é preciso que o Cristo seja erguido, como erguida foi a serpente de bronze, mas não erguida para nos acusar de nossos pecados, mas para nos dar a liberdade e a salvação.

A Cruz recorda ainda a árvore da vida, no livro dos Gênesis. Somente dessa árvore podemos ter os frutos da salvação eterna. Não é mais a árvore proibida, da qual Adão e Eva mão podiam comer os frutos. Eles desobedeceram. Mas a desobediência de Adão e Eva nos fez gerados numa nova perspectiva: a árvore do Paraíso é agora a árvore da Vida, em Cristo Jesus, na qual ele mata a morte e nos garante a ressurreição.

O texto da oração do dia desta Festa ressalta a disposição de Deus em que Jesus morresse na cruz, não uma morte sem sentido, mas uma morte que nos fizesse colher frutos abundantes, a vida eterna, da qual colhemos como frutos da redenção de Jesus. A oração sobre as oferendas mostra as oferendas, que oferecidas no altar da cruz, nos livra do pecado e, consequentemente, na morte eterna. A cruz como passagem necessária para nossa salvação e a mesa da Eucaristia é o altar da cruz.

A oração depois da comunhão pede a Deus que todos e todas que foram alimentados na ceia do Senhor sejam conduzidos à glória da ressurreição, graças ao sacrifício da cruz de Cristo.

pe-alexandre
Pe. Alexandre Alves Filho
Pároco Paróquia Santa Cruz
PASCOM Arquidiocesana

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.